A DANADA DA INVEJA

 

Miguel Lucena*

 

Foi o compositor paraibano Livardo Alves, autor da Marcha da Cueca, quem escreveu que a inveja, quando não mata, aleija. Vários tratados foram escritos ao longo da história da humanidade sobre esse sentimento que ninguém admite ter. A inveja se instalou com força, nos últimos dias, na família da atriz norteamericana Meghan Markle, plebeia que se tornou princesa ao se casar com o príncipe inglês Harry.

A começar pelo pai de Meghan, que não compareceu à cerimônia. Decerto, ele, no fundo, quisesse que a filha casasse com um fracassado do gueto, um daqueles drogados norteamericanos cujo esporte diário é espancar as mulheres ou então explorá-las como gigolôs.

A irmã da atriz não ficou para trás, acusando-a de ser uma alpinista social, como se fosse errado alguém buscar suas melhoras e querer subir na vida. Claro que não é virtuoso nem correto crescer pisando no pescoço das pessoas, agindo criminosamente, mas é legítimo buscar se inserir em bons ambientes e se relacionar com gente de sucesso.

Veio um irmão de Meghan e, em entrevista, aconselhou o príncipe a desistir da plebeia enquanto era tempo. Quem tem uma família dessa não precisa de inimigos.

Há quem confunda a defesa da instituição Família com a permanência em uma família a qualquer custo. Defende-se a instituição familiar contra ataques para destruí-la, mas ninguém é obrigado a ficar em um lugar hostil, sendo espancado ou agredido moralmente, porque o ser humano tem, antes de tudo, de sobreviver.

A família é o espaço da proteção e da solidariedade. O que vimos, no entanto, foi um agrupamento de pessoas invejosas, indóceis porque a plebeia virou princesa e deixou vários sapos para trás.

 

*Miguel Lucena é Delegado da Polícia Civil do DF, jornalista, escritor e articulista do Brasília In Foco News

 

Deixe seu comentário