A luta palaciana
O ataque frontal do ideólogo Olavo de Carvalho, aríete da ala ideológica do governo, ao general Villas Bôas, no entender de analistas de Brasília, visaria dar mais um passo para a conquista da Secretaria de Comunicação do Governo. Esse é um posto estratégico para o projeto de atração de investimentos para relançar a economia.
Posto estratégico
Antes uma explicação: o controle das mídias é um posto fundamental para a agenda de costumes e mobilização do núcleo palaciano, identificado no espectro político, como liderado pela família presidencial. Esse movimento tático supõe que atingindo o general gaúcho, se enfraqueceria o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional; hoje tido como o homem forte do grupo denominado de “militar” do governo.
Ataque aos generais
O objetivo seria levar outro gaúcho, o general Santos Cruz, a abrir mão da área de comunicação do governo. O tiro saiu pela culatra, pois embora desprestigiado pelo presidente na reunião do Palácio da Alvorada, no dia 5 de maio, o secretário de Governo não pediu as contas. Foi então que o guru Olavo de Carvalho voltou os canos de sua escopeta calibre 12 para o general Villas Bôas. Agora é um ataque frontal a todo o grupo de generais e coronéis, que povoam o governo.
Fundos de capitalização
Outro ataque é também evidenciado pela manifestação do deputado Marco Antônio Feliciano (Pode-SP), a pretexto de razões religiosas. Entretanto, o objetivo é o controle da narrativa do Palácio do Planalto. Alguns analistas da capital especulam que na raiz desse movimento está o embarque decidido das bancadas bolsonaristas no projeto de criação dos chamados fundos de capitalização, propostos na Reforma da Previdência.
Retomada do crescimento
Ou seja, a grande fonte de recursos novos para uma rápida retomada do crescimento seria a mobilização de percentuais das folhas de salários para a economia. Essa massa gigantesca está esterilizada pelo atual sistema de repartição, num trânsito pouco efetivo do Tesouro para o bolso dos velhos, e daí para o consumo de produtos de baixo valor. Mudar a direção das contribuições é uma forma de atingir dois objetivos estratégicos da economia: primeiro, mudar o curso desse rio de dinheiro diretamente para a produção, gerando emprego e renda em curto prazo; segundo, como decorrência, criar uma coluna sólida de confiança no futuro da economia, gerando segurança para os investidores, tanto nacionais como estrangeiros.
Dinheiro parado
Um dos grandes objetivos estratégicos do novo governo para captar investimentos internacionais, é a oferta de contratos de longo prazo para projetos nas áreas de infraestrutura e, concessões de serviços públicos. Há muito dinheiro parado no mercado financeiro mundial esperando por uma oportunidade.
Fundos de pensão
Esse é um dos objetivos do grupo ideológico, que, informado e articulado com setores do mercado financeiro dos Estados Unidos, turbinado pelos poderosos fundos de pensão americanos, diz que pode atrair esses investimentos. O nacionalismo dos militares é um obstáculo. A pretexto de atender às demandas dos operadores dos fundos, remove-se o obstáculo. Em suma, quem controlar o Palácio do Planalto dá as cartas na presidência. É a luta palaciana.
Fonte: Blog Edgar Lisboa – Foto: Reprodução