ABDE apresentará sugestão ao Congresso para ampliar acesso ao crédito ao Rio Grande do Sul

Entidade quer que mais instituições financeiras autorizadas a operar pelo BC possam oferecer o crédito anunciado pelo Governo Federal na semana passada, facilitando o acesso aos recursos

A Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), que reúne 34 instituições financeiras de desenvolvimento, agências de fomento, cooperativas de crédito, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e representa 45% do mercado de crédito do Brasil, está trabalhando para que empresários e produtores rurais do Rio Grande do Sul, região afetada pelas enchentes, passem a ter mais alternativas para acesso a linhas de crédito neste momento de dificuldade.

A proposta, que será entregue ao Congresso Nacional para apreciação, trata-se de uma sugestão para ser incorporada à medida provisória (MP) anunciada pelo Governo Federal na sexta-feira (10/5), que abriu um crédito para auxiliar os municípios impactados na tragédia e tem ações executadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Finep, Caixa, Banco do Brasil (BB) e Banrisul, todos associados à ABDE.

A sugestão da ABDE é que todas as instituições autorizadas a operar pelo Banco Central, inclusive as privadas, como as cooperativas de crédito, possam receber a dispensa de apresentação de certidão negativa de débito para contratações e renegociações de crédito junto a instituições públicas. Com isso, serão ampliadas as alternativas de acesso ao crédito. Para a ABDE, a contribuição ao setor econômico da região é de extrema importância para mitigar a dor das famílias que perderam tudo nos temporais e possibilitará a retomada da economia do estado.

Os associados da ABDE estão na linha de frente para apoiar os gaúchos na reconstrução do Rio Grande do Sul. Somente Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi), Sistema de Cooperativas Financeiras do Brasil (Sicoob) e Cooperativa de Crédito (Cresol), associados da ABDE, representam 14,6% do volume de crédito disponibilizado na região Sul, totalizando R$ 164,1 bilhões de reais na carteira. Desta forma, empresários e produtores rurais teriam mais alternativas para acesso ao crédito neste momento de dificuldade.

A ABDE também considera importante a criação de novas linhas de crédito, em condições favorecidas, para fomentar a retomada da atividade econômica nos municípios afetados, e que as operações do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) possam ultrapassar o prazo de 72 meses, e que a comprovação de faturamento/renda para novas operações seja flexibilizada.

Celso Pansera – Presidente da ABDE / Foto: Divulgação

“O mais importante agora é salvar vidas, mas reconhecemos a necessidade um horizonte de recomeço para quem perdeu bens materiais com as chuvas. Os prejuízos ainda são incalculáveis, mas as instituições financeiras estão atentas para dar todo o suporte que as vítimas das chuvas precisam para se reestruturar quando as águas baixarem. Ninguém será esquecido em meio a tanto sofrimento”, afirma o presidente da ABDE e da Finep, Celso Pansera.
​‍​   
Movimentação dos filiados

O BNDES anunciou a suspensão do pagamento de dívidas de financiamento por até um ano e da cobrança de parcelas previstas para o mês de maio. Somente neste ano, a prorrogação representará um alívio de R$ 6 bilhões no caixa. O Fundo Garantidor de Investimentos vai receber um aporte de R$ 500 milhões do Governo para impulsionar o Programa Emergencial de Acesso ao Crédito (FGI-Peac), operado pelo BNDES. O objetivo é possibilitar uma alavancagem de até R$ 5 bilhões a serem concedidos a Microempresários Individuais, Micro, Pequenas e Médias empresas. O Sebrae estima que mais de 700 mil micro e pequenas empresas foram atingidas pelas enchentes.
​‍​   
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) também vai operacionalizar um amplo programa de renegociação de dívidas, que será divulgado nos próximos dias. A suspensão de pagamentos de dívidas por até 12 meses é uma das medidas previstas no plano.
​‍​   
O Banrisul, também associado da ABDE, incluiu R$ 7 bilhões em linha específica de capital de giro, na Conta Única, com prazo de até cinco anos para pagamento. Essa linha estará disponível para todas as empresas — MEI, micro, pequenas, médias e grandes empresas —, com isenção de tarifa de abertura de crédito da Conta Única por 180 dias. Para os clientes pessoa física que necessitarem, as operações de crédito pessoal terão repactuação de três parcelas, com três meses de carência e 12 meses de pagamento.

Já as faturas de maio e junho dos cartões de crédito serão prorrogadas, podendo ser também parceladas em até 12 meses pelo cliente. Também, para os clientes que precisarem, será suspenso ainda o pagamento de três parcelas do crédito imobiliário Banrisul, diluindo no prazo remanescente do contrato. Para os clientes com crédito rural, o vencimento das operações de maio e junho será prorrogado para o mês de julho. Já para os clientes Vero, o banco anunciou que as empresas e pessoas físicas credenciadas terão isenção de tarifas pelo prazo de 60 dias nos meses de maio e junho. Além disso, o banco também já disponibilizou, junto ao Governo do Rio Grande do Sul, uma chave PIX para doações às pessoas afetadas pelos temporais: CNPJ 92.958.800/0001-38.
​‍​   
A Caixa Econômica Federal já liberou o Saque Calamidade do FGTS para os moradores de municípios em calamidade pública ou situação de emergência e disponibilizou técnicos do banco para acelerar o processo junto às prefeituras. O saque pode ser realizado pelo celular, por meio do aplicativo FGTS. O banco também autorizou a pausa de até três meses nos contratos de financiamento habitacional nas regiões atingidas, mediante solicitação dos clientes.
​‍​   
O Banco do Brasil já doou R$ 60 milhões, além da flexibilização de pagamentos e a promoção de uma campanha nacional de arrecadação de recursos. Os clientes na modalidade pessoa física terão até seis meses de carência para pagamento da primeira parcela na contratação de crédito, enquanto as micro e pequenas empresas atingidas terão acesso a crédito com linhas governamentais e própria, com condições diferenciadas. Será possível renegociar dívidas com até seis meses de carência e 120 meses para pagamento. Os produtores rurais dos municípios afetados também terão as operações prorrogadas. Na área de seguros, os valores nas apólices foram ampliados para serviços de limpeza e cobertura de telhados.

Fonte: Assessoria de Imprensa ABDE

Por Ailane Silva

Foto: Gustavo Mansur/Agência Brasil

Deixe seu comentário