Alcolumbre é contra novo imposto sobre movimentação financeira
Para presidente do Senado, brasileiros pagam impostos demais
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse hoje (11) que é contrário à criação de um imposto no formato da antiga Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF). Para ele, os brasileiros estão “não aguentam mais” pagar impostos. “Naturalmente, eu escuto alguns setores do governo se manifestarem em relação à criação desse novo imposto e minha posição é de que não é possível. Os brasileiros não aguentam mais pagar imposto”.
Alcolumbre lembrou que durante sua atuação como deputado federal, votou pelo fim do imposto, extinto em 2007. “Eu sou contrário, pessoalmente, à criação de mais um imposto na vida das pessoas. Quando ela existia, eu votei para acabar com ela. Então, na minha biografia política eu sempre trabalhei contrário à elevação de tributos na vida das pessoas”.
Integrantes da equipe econômica do governo cogitam propor a criação de um novo imposto sobre transações financeiras. Ontem (10), o presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, afirmou que a decisão será de Bolsonaro. “É uma ideia que o governo tem, eu conversei com o professor Marcos Cintra [secretário especial da Receita Federal], mas não foi apresentado ao presidente ainda, e quem decide é o presidente”.
Na tarde desta quarta-feira, o Ministério da Economia informou que o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, foi exonerado do cargo, a pedido. Em seu lugar assume, interinamente, o auditor fiscal José de Assis Ferraz Neto.
Câmara dos Deputados
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse não acreditar que a pauta avance entre os deputados. “Pela reação que eu vi hoje de muitos deputados, me parece que é um tema com obstáculo muito grande”, afirmou. “Eu não acho que superar a rejeição à CPMF seja uma coisa simples no Brasil de hoje. Acho muito difícil que a gente consiga avançar”, disse hoje, no início da tarde, ao sair de sua casa”, acrescentou.
Ministério da Economia
Na nota em que anuncia a exoneração de Cintra, o ministério da Economia esclarece que não há um projeto de reforma tributária finalizado: “A equipe econômica trabalha na formulação de um novo regime tributário para corrigir distorções, simplificar normas, reduzir custos, aliviar a carga tributária sobre as famílias e desonerar a folha de pagamento”.
O ministério disse ainda que a proposta do governo “será divulgada depois do aval do ministro [da Economia] Paulo Guedes e do presidente da República, Jair Bolsonaro”.