Alpinista de 43 anos é o primeiro brasiliense a escalar o Everest

 

A história do alpinista vai virar filme e livro. O documentário deve ser lançado no segundo semestre de 2018

Do planalto central à montanha mais alta do mundo. Em 16 de maio de 2018, o alpinista Roman Romancini, 43 anos, se tornou o primeiro brasiliense e o 18º brasileiro a alcançar o topo do Monte Everest. Foram 40 dias no Nepal, entre vilarejos, campos base, ciclos preparatórios e seis passagens pelo local mais perigoso da montanha, a Cascata de Gelo do Khumbu. Uma conquista que vai além das superações e que será contada em forma de livro e documentário, em breve.

A trajetória até o cume foi longa e, por diversas vezes, interrompida. O sonho começou na infância, quando um menino levado e curioso achou na letra “E” da enciclopédia alguns dos pilares para o futuro. Energia nuclear, escalada, Everest. Foi no livro que conta de tudo um pouco que Roman viu uma fotografia da primeira expedição a subir o monte e se apaixonou. Aos 18, começou a escalar paredes, rochas, morros, montanhas. Ao mesmo tempo, se formava em engenharia, avançava na vida profissional, formava uma família.

“A questão nunca foi ‘ou’ e sim ‘e’. Você pode viver seu sonho sem abdicar da vida profissional, de ser pai, de ser um cidadão com responsabilidade. Há várias dimensões, facetas que você não precisa abrir mão, basta querer o suficiente”, afirmou Roman.

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O alpinista foi o primeiro brasileiro a escalar o Ama Dablan (Nepal) e também integrou as primeiras expedições verde-amarelas durante o inverno ao Aconcágua e Elbus (maiores montanhas da América do Sul e Europa). Em 2011, finalmente pronto para encarar o Everest, Roman foi atropelado. A avaliação dos médicos era desencorajadora: o alpinista teria que reaprender a andar, dificilmente voltaria a correr e voltar a escalar era praticamente impossível.

O sonho pareceu ainda mais distante quando o atleta foi diagnosticado com um câncer na garganta. “Tive que reaprender a andar, tratar um câncer. O ponto de partida foi outro, a jornada ficou muito mais longa”, contou. Superando as expectativas, em 2014, o alpinista estava novamente pronto para o desafio. Com um grupo de brasileiros, estava pronto para começar a escalada na manhã de 18 de abril, quando uma enorme avalanche atingiu os guias que subiam na frente do grupo, para preparar o terreno. Dezesseis morreram na maior tragédia da história da montanha.

Em 19 de abril deste ano, Roman voltou ao campo base, a 5.400 metros de altitude. Desta vez, estava acompanhado do documentarista e amigo Rafael Duarte, 35 anos, que caminhou com ele por seis dias até a base. “Eu fiquei treinando para subir e viver naquele ambiente por tanto tempo. Fiquei acompanhando os ciclos de adaptação em que Roman ia e voltava e o treinei para fotografar e filmar lá em cima. Tive a chance de conhecer e viramos amigos, o que fez toda a diferença na hora da expedição, já que a gente se ajudou muito”, relatou Rafael.

Durante a viagem, Rafael treinou técnicas de fotografia e filmagem ao guia local Padawa Sherpa, que também produziu imagens de Roman durante a escalada. Com o título provisório Da cama ao cume, o filme é uma coprodução entre Bambalaio e Urca Filmes, pelas mãos de Rafael. “É incrível contar essa história que ensina várias lições como renovar o ato de sonhar, rever seus sonhos e reavaliá-los, se autoconhecer.” O lançamento está previsto para o fim de outubro.

 

Fonte: Correio Braziliense

Foto: Rafael Duarte e Padawa Sherpa/Divulgação Bambalaio

 

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