Após desabamentos, pedidos por vistorias em prédios triplicam no DF

 

Segundo a Defesa Civil, as solicitações diárias saltaram de 10 para 30. Porém, na maior parte dos casos, risco de desabamento não é real

Após os dois desabamentos recentes ocorridos, no Bloco C da 210 Norte e no viaduto do Eixão Sul próximo à Galeria dos Estados, a Defesa Civil viu o número de pedidos por vistorias em edificações do Distrito Federal disparar. Anteriormente, a quantidade de chamados do tipo era, em média, de 10 por dia. Depois dos episódios, a estatística saltou para 30 solicitações diárias.

Segundo o subsecretário do órgão, coronel Sérgio Bezerra, apesar da demanda crescente, os servidores têm conseguido atender a todas as ocorrências.

Cerca de 90% dos pedidos partem de condomínios particulares, e não há como não relacionar esse salto ao temor criado por causa dos dois últimos desabamentos. No entanto, segundo a Defesa Civil, em grande parte das vistorias é constatado que não existe o risco iminente.

As pessoas pensam que qualquer trinca ou fissura representa risco de queda da estrutura. Na maioria dos casos, esse perigo não é real. Nós vamos até o local, fazemos a avaliação e tentamos esclarecer e tranquilizar a população. Também buscamos orientá-la sobre a importância da manutenção periódica das edificações” Coronel Sérgio Bezerra,subsecretário de Defesa Civil

“Desde o dia do incidente na 210 Norte, aumentou a procura por orientação do sindicato. Nossa prioridade é auxiliar os síndicos, dando orientações e indicando profissionais respeitados para que esclareçam as dúvidas surgidas e mostrem o melhor caminho para resolver as situações, sem que isso cause alardes desnecessários, mas cuidando para que nada mais grave ocorra”, disse o presidente do órgão, José Geraldo Dias Pimentel.

Durante 2017, as solicitações de vistoria junto ao sindicato eram, em média, de uma por mês. Após as ocorrências, já foram recebidos pelo menos oito chamados.

Preocupação
Os recentes desabamentos acenderam luz de alerta nos prédios do Plano Piloto. Por isso, moradores do Bloco H da 105 Sul têm apurado os olhares para falhas estruturais que possam comprometer a edificação. “Estamos preocupados com normas preventivas, pois o prédio é antigo (construído em 1960). Por qualquer fissura ou vazamento que observam, os habitantes pedem a um profissional para analisar”, contou Gláucia Girão, residente no bloco há mais de 40 anos e síndica há três.

“Ainda não tivemos necessidade de acionar a Defesa Civil, mas um engenheiro já observou o piso e a laje sobre a garagem”, acrescentou.

A 2,8km de distância do prédio onde Gláucia mora, uma rachadura no piso apavora os habitantes do Bloco A da 112 Sul. Isso porque a fenda tem aumentado a cada dia. Apesar disso, a Defesa Civil esteve no local, no domingo (11/2), e descartou maiores perigos para os ocupantes, embora aguarde o laudo de um engenheiro.

Rachaduras foram encontradas também no Bloco F da 308 Norte, na última terça (6). O Corpo de Bombeiros fez vistoria no edifício e disse que as fissuras são externas, apenas no revestimento das paredes cobertas por pastilhas. Por isso, segundo a corporação, não há risco aos moradores.

Reunião
Para tentar acalmar a população, a Defesa Civil fez contato com o Sindicondomínio e agendou uma reunião que deverá ocorrer após o Carnaval, com síndicos de todo o Distrito Federal. O objetivo do ato é tranquilizá-los em relação aos casos de desabamento recentes e também passar orientações sobre a importância da manutenção das edificações.

 

Fonte: Metrópoles

Foto: VINÍCIUS SANTA ROSA/ESPECIAL PARA O METRÓPOLES

 

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