Audiência na CLDF para discutir falhas no Metrô termina em bate-boca

 

Vice-presidente da Câmara reclamou do fato de o presidente do Metrô-DF não ter ido. Diretor da companhia retrucou e subiu o tom

Terminou em bate-boca a audiência pública para discutir, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), os problemas do Metrô-DF nesta quarta-feira (7/3). Os atrasos decorrentes de falhas sucessivas, equipamentos quebrados e até mesmo o descarrilamento de uma composição em 28 de fevereiro ficaram em segundo plano.

O presidente da companhia, Marcelo Dourado, não participou do evento, o que despertou críticas entre os participantes. Deputados estudam convocá-lo para dar explicações.

O distrital Wellington Luiz (MDB) criticou a ausência de Dourado. “Ele está sendo covarde em não estar aqui. Há risco de acontecer um acidente ainda maior, pois foi um milagre não ter ninguém naquele vagão quando ele saiu dos trilhos”, afirmou o vice-presidente da CLDF.

Representando o Metrô-DF, o diretor administrativo Luiz Gustavo Andrade rebateu. “Meu presidente não é covarde, ele tinha outras prioridades para resolver hoje. Covarde é o seu presidente [Joe Valle], que não está aqui”.

Wellington Luiz retrucou, alegando que Joe Valle esteve no início da sessão e precisou sair para outro compromisso.

Falta de recursos
Antes de o clima esquentar, Luiz Gustavo Andrade disse que um dos maiores problemas do Metrô-DF é a falta de recursos para ampliar o quadro de funcionários.

O deputado Wasny de Roure (PT) apresentou dados sobre a sucessiva queda nos recursos destinados à manutenção de trilhos e vagões. Os números foram revelados pelo Metrópoles no sábado (3).

Nos últimos anos, o investimento em manutenção do Governo do Distrito Federal com o Metrô-DF sofreu reduções sucessivas. Enquanto em 2015, no início da gestão Rodrigo Rollemberg (PSB), o Executivo gastou R$ 174,4 milhões, em 2016 a cifra caiu para R$ 129,3 milhões. Em 2017, foram executados R$ 106,9 milhões.

A perspectiva para 2018 é ainda pior: segundo o atual contrato do governo com a Companhia do Metropolitano, os gastos com a manutenção do transporte serão de R$ 48 milhões, cerca de R$ 4 milhões mensais – uma queda de 72,4% em relação a 2015.

Mesmo diante dos questionamentos dos parlamentares sobre a segurança dos trens, Andrade defendeu que a população pode usar o transporte sem se preocupar. “Eu saio com meus netos mil vezes sem medo. O Metrô faz 12 mil viagens por semana e, por quatro ou cinco problemas, todo mundo critica a empresa”, reclamou.

Mesmo com a queda de recursos, o especialista em transporte Carlos Penna afirmou que falta vontade política para melhorar a qualidade dos serviços prestados à população.

 

Fonte: Metrópoles

Foto: HÉLIO FERREIRA/WELLINGTON LUIZ

 

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