Brasília, uma cidade religiosa com comunidade de extrema fé
Empossado logo após o governador Ibaneis Rocha (MDB), assumir o governo, o advogado Kildare Meira, secretário de Assuntos Religiosos do Distrito Federal, uma área bastante sensível em Brasília, tem um enorme desafio pela frente. Ele trata com uma comunidade de extrema fé, onde a pessoa tem credo, as igrejas estão cheias e a frequência nos templos é muito alta. Kildare Meira, é o canal de ligação entre as religiões e o Governo de Brasília.
A Unidade foi criada, por uma visão do governador e com a participação da sociedade, busca a integração com as igrejas e templos, que tem uma forte presença na comunidade para atuar juntos nas ações sociais, solucionando problemas de cada comunidade.
Neste formato, segundo Kildare, é uma ideia pioneira. “Foi um golaço do governador, uma ideia de um homem que veio de uma organização social, presidiu a OAB e sabe da importância dessas instituições para a solução dos problemas”.
Um déficit de 19 mil vagas nas creches para crianças
O Secretário de Assuntos Religiosos do DF, conta que os primeiros passos iniciaram com planejamento do governo para suprir o déficit de vagas para crianças. “Nós começamos atuando na questão do planejamento do governo para suprir o déficit de vagas de creches de crianças de zero a 3 anos.”
Segundo o advogado, o DF perdeu uma ação no final do ano passado. Transitou em julgado. Obrigava o governo, em um ano, suprir esse déficit de vagas, foi um grande impacto. “Só que quando nós assumimos esse desafio veio a calhar com o anúncio do governador de zerar o déficit de vagas. Então isso foi uma solução”. Ele assinala que “há o interesse muito grande do governador, para suprir esse déficit de vagas. Para isso, o caminho mais barato, estamos passando por uma dificuldade orçamentária, como em todos os governos, a solução era com a participação da sociedade civil. Encontramos essa relação que foi rechaçada, de início, pelas entidades do setor que reclamavam de receber os repasses atrasados”. Lembrou que “havia uma desorganização no cumprimento dos pagamentos”.
Kildare afirmou que com “uma ação junto com a Secretaria da Educação, foi estabelecido, no sentido de recuperar o diálogo com essas entidades. A Secretaria organizou o calendário junto com a Secretaria de Fazenda e, pretende, em até quatro anos, zerar esse déficit de vagas”.
Terreiro derrubado por erro intensificou diálogo com as religiões
“Teve um episódio que acabou nos marcando, que foi a derrubada, até por um erro, de uma área ocupada por um terreiro, no Varjão”, disse Kildare Meira explicando que foi “um erro porque, na verdade, a área não estava identificada e o DF Legal disse que foi derrubada porque não sabíamos que a área era de um terreiro. Isso foi um fato político negativo, mas quando a gente age de boa-fé, fica mais fácil, nós estabelecemos um diálogo bom com as religiões”.
“Houve reclamações de que foi intolerância, mas nós mostramos que não foi intolerância, foi um equívoco”, explicou o Secretário de Assuntos Religiosos. Argumentou que não tinha placa de identificação. “Se houvesse, não teria acontecido, e a gente teria sido contatada. O episódio fez com que estabelecemos um bom diálogo e construímos uma confiança com essas religiões. Dialogamos com as organizações religiosas de diversos credos – Igrejas Católicas, Evangélicas, Religiões de Matizes Africanas e Espíritas”.
Contra fatos, não há argumentos
Segundo Kildare, “no diálogo os religiosos apresentaram um dado que é verdadeiro. Disseram que pela lei complementar 806, já foram regularizadas as áreas nos 10 nos, em todas as confessionalidades. Não temos uma área de terreiro que não esteja regularizada”. Para o Secretário de Coordenação de Assuntos Religiosos do Governo, “contra fatos, não há argumento”. Kildare Meira, à frente de um dos grandes desafios do governo Ibaneis Rocha, consolida canais de comunicação com as diversas religiões que atuam no Distrito Federal e dá maior velocidade as soluções que, até então, enfrentavam demoras absurdas.
Motivo de Comemoração
A primeira escritura a um templo de origem africana, será o Templo denominado É Tempo de Unir, comemora Kildare, assinalando que “a escritura já está no cartório para ser lavrada. Agora em agosto, devemos entregar essa escritura, em cerimônia aqui no Palácio Buriti”. Com isso, segundo o advogado “a gente quebra esse paradigma que não se desenvolvia como sociedade”.
Indústria da Paz
“Outra questão importante e que está na cabeça do governador ele tem falado todas as vezes que eu estive com ele, é o emprego que considera o maior problema do Distrito Federal, frisa Kildare Meira. Ele disse que o governador questiona o que o governo pode fazer para gerar emprego? Dentro desta perspectiva, “se vê a indústria do turismo como um excelente caminho para a geração de emprego, porque é a indústria da paz. Se gera emprego de forma limpa. E nossa cidade é uma cidade com muito potencial turístico, é uma cidade religiosa, uma cidade visitada por todo o Brasil”, enfatizou.
Museu da Bíblia
O advogado afirmou que levou ao governador um projeto da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), que é uma organização civil, não é uma organização religiosa, tem traços, pelo propósito da palavra da Bíblia, mas não é igreja; para a construção, em Brasília, do Museu da Bíblia”. Ele conta que tem uma Lei Distrital que prevê o Memorial da Bíblia, no final da Esplanada dos Ministérios, próximo à rodoviária, no último lote perto da Esplanada. Explica que “a previsão é que seria para a Conferência dos Pastores do Brasil, ligada à Assembleia de Deus de Madureira. O governador se interessou, disse que o museu vai atrair turismo e empregos”.
Museu de Barueri
Em Barueri, em São Paulo, argumenta Kildare, existe um Museu da Bíblia, pequeno, que fica numa área de turismo municipal e tem 30 mil visitantes. No projeto apresentado pela SBB, seria fazer um Museu Monumental, com expectativa de 50 mil visitantes ano. “Estamos em contato com a conferência de pastores para depois solicitar o terreno, pedir à Secretaria de Desenvolvimento Urbano. O governador afirmou que tem pressa que isso se realize, porque, já na obra, proporcionará empregos.
Destravando o Distrito Federal
Kildare Meira disse que tem recebido demandas de igrejas, de obras, que estavam paradas há mais de uma década e, que gerariam turismo e empregos. “O governador está destravando essas obras”. É impressionante. Argumenta, “o número de alvarás concedidos para regularização de obras. Nós estamos trabalhando para destravar o Distrito Federal”, ressaltou.
Peregrinação em Brasília
Há uma proposta para criar em Brasília um modelo para peregrinação, um roteiro de fé. Brasília tem quatro grandes templos católicos, dá uma peregrinação de uns três dias: a Catedral, a Igreja Dom Bosco, a Igreja do Menino Jesus, em Brazlândia e perto da Torre Digital, o Santuário da Mãe Maria. Podemos criar um roteiro de peregrinação e ainda com passagens pelo Lago Paranoá.
A secretária de Turismo, Vanessa Chaves de Mendonça, e a frase Turismo da Paz, é de autoria dela, anunciou que quer criar, em Brasília, um roteiro místico. O roteiro católico é um, sem prejuízo do roteiro místico.
Pentecostes no Taguaparque
Kildare Meira disse que o padre Moacir Anastácio, celebra o Pentecostes lá no Taguaparque. “São milhões de pessoas num final de semana, o evento atraiu gente do Brasil todo. “Nós tivemos uma reunião com o governador e o padre Moacir, e o governador colocou esse evento do padre Moacir Anastácio na agenda da TAP, uma agenda mundial, com convênio com o Distrito Federal através da Secretaria de Turismo para divulgar e atrair turistas do mundo todo”. Kildare comemora que a TAP fará escalas de um dia em Brasília.
Museu de arte sacra
Além disso, “existe a intenção da Secretaria de Cultura fazer um Museu de Arte Sacra e já tens um acervo grande. A arquidiocese tem um acervo e, além desse, existe um acervo particular, cujo proprietário já demonstrou interesse no museu. Talvez junto com o Museu da Bíblia”, acentua Kildare Meira.
Banheiros públicos na Esplanada
A conversa do governador com o arcebispo de Brasília, Dom Sérgio da Rocha rendeu muito. Outra providência que está sendo cobrada pelo governador é a instalação de banheiros públicos na Esplanada dos Ministérios. “Nós temos eventos e não tem um banheiro público. As pessoas têm que entrar nos ministérios para utilização de banheiros”. Na mesma reunião com os bispos católicos, “Dom Marcony lembrou que, de certa feita, Oscar Niemayer fez um desenho de banheiros para serem instalados à frente da catedral, para atender ao público e, também, uma cobertura para atender os floristas”. O governador já adiantou que tem interesse e quer inaugurar isso nos 60 anos da cidade. A Unidade de Assuntos Religiosos entrou em contato com o Carlos Magalhães, que confirmou que existem os desenhos, estão na Fundação Oscar Niemayer, no Rio de Janeiro e, que iria entrar em contato e daria um retorno. Enquanto isso o governador, como é de seu estilo, vem cobrando: “cadê os desenhos? Os 60 anos serão comemorados, no dia 21 de abril, do ano que vem”. Segundo Kildare, “a marca desse governo é que a gente conversa o tempo todo, há uma interatividade entre as secretarias. O governo toca, cobra quer destravar a cidade”.
Apoio da igreja no combate à dengue
O Coordenador de assuntos religiosos do governo do Distrito Federal, Kildare Meira, destaca o apoio da igreja na campanha de combate à dengue.
Disse que, em reunião no final de junho, dos bispos Dom Sérgio e do Dom Marco, com o governador Ibaneis Rocha, eles colocaram à disposição as Paróquias da Arquidiocese para se articularem com a Secretaria de Saúde e fazer uma campanha de esclarecimento de combate à Dengue. Kildare conta que “a gente viveu um processo complicado em relação à Dengue por falta de investimento do governo passado, do governo anterior, e a ordem do governador é, nós tivemos uma reunião na semana passada com a Secretaria, eles gostaram muito da ideia e nos pediram os endereços de todas as igrejas, onde elas estão distribuídas; nós vamos contatar as principais lideranças de todas as religiões e ver quem quer participar.
Capilaridade das igrejas
A capilaridade das igrejas é muito grande. “Eu sei é que aonde existe gente existe igreja, aonde tem sociedade tem igreja. Então certamente a capilaridade das igrejas é maior do que a do Estado, pode não ter o equipamento público, mais a igreja tem. E nós vamos contatar as principais lideranças, pegar esses endereços. A Secretaria de Saúde gostou muito da ideia e disse que vai fazer um material próprio para as igrejas, para dar cumprimento à ordem do governador de a gente reduzir os números da Dengue, e isso só vai se reduzir com informação”, afirma Kildare.
Função social das igrejas
Para Kildare, “o trabalho das igrejas é voluntário, e nesse caso, mais do que a moeda social é função social das igrejas, elas vão fazer porque toda a igreja tem compromisso com a vida”.
Sair do isolamento
“No caso da dengue, essa parceria com a igreja, seria sem dúvida a concretização daquilo que o governador quer colocar como uma das marcas do seu governo. É sair do isolamento”, assinala Kildare.
Ele afirma que “a gente vive hoje no Brasil o tempo da intolerância, o tempo do autoritarismo, é, isso que vem sendo vendido como novo; não é o que nós estamos fazendo no Distrito Federal”.
Política do diálogo
O advogado que trata das religiões, enfatizou que, “a política nova que o governador falou no Distrito Federal é a política do diálogo, do envolvimento da sociedade, da tolerância e do respeito; de unir numa mesma oração todos os credos, de unir numa mesma campanha todas as igrejas. Então é algo diferente, e eu acho que a nossa sociedade no Brasil está precisando disso. Chega de divisão, chega de ódio, chega de eu contra eles, chega de, não; tem que unir todo mundo”, defende.
Na avaliação do secretário coordenador dos assuntos religiosos, no governo, “o governador Ibaneis está dando um exemplo para o Brasil nas suas iniciativas e em particular no Distrito Federal”. E argumenta que: “Então se a gente concretizar em campanha, vai ser um golaço, e vai ser a estruturação da marca do governo, e um recado para todo o Brasil”.
Questão das drogas
Questionado sobre outros problemas que as igrejas também podem contribuir, citou a questão das drogas que é um outro problema no Distrito Federa. Disse que “nesta área o trabalho ainda é insipiente, e que houve uma reunião, no começo do governo com a Subsecretaria de Enfrentamento às Drogas, onde o pastor Geraldo deu uma sugestão sobre as comunidades terapeutas, quer dizer, o governo gasta por paciente um valor X, esse paciente se trata, são pessoas com problemas com drogas, se tratam, e depois eles vão para o mundo; são egressos. O índice de reincidência é um custo, porque esse cidadão vai voltar para a comunidade terapêutica e a comunidade vai arcar com esse custo”.
Unir as comunidades terapêuticas
A ideia que nós estamos trabalhando, adiantou Kildare Meira, e o Dr. Rodrigo Barbosa já fez uma reunião com as comunidades terapêuticas, seria unir as comunidades terapêuticas, algumas são ligas às igrejas e as igrejas no acompanhamento do egresso.
O cidadão que está lá ele pode ter ou não a fé, se ele não tiver ele não declara fé nenhuma, mas ele vai e declara, eu sou católico, eu moro na Ceilândia. Qual é a área? Essa área é da Paróquia X. A Secretaria contataria o Padre da Paróquia local e informaria, o fulano vai aí. Ele fez um trabalho conosco e ele vai voltar para a comunidade local. Dá uma atenção especial a ele, acompanha e nos dá um retorno, vai nos falando. A ideia seria usar as igrejas para o acompanhamento dos egressos.
Exemplo para outros Estados
Para Kildare, “os bons exemplos tendem a ser copiados. Nós estamos há 8 meses de caminhada, e há uma carência em todos os Estados. É a forma de ver da comunidade. Porque nesta questão fundiária mesmo, a gente tem recebido algumas questões de igrejas que são construídas em alguma invasão e que estão com problemas. Nós temos muitos problemas fundiários no DF. A gente entra em contato, o pessoal diz, olha, aqui é do gabinete do governador, da unidade de assuntos religiosos, aí nossa, a pessoa já sente a diferença. O governo está preocupado. Nós já recebemos ligação de pastor dizendo, olha, agradece ao governador, está todo mundo comentando que nós temos uma unidade agora para nos atender, que tem sido muito bem recebido, que a gente tem sido ouvido. Então essas coisas se espalham”.
Não sou um político
Tem uma coisa que eu acho importante em tudo isso, “é o sentido de ser disso que nós estamos nessa unidade. Eu não sou político, não sou daqui e não vim para ficar. Eu estou aqui para servir um bom propósito. E todos que trabalham nessa unidade eles tem esse sentido de realmente a gente tentar atender. Então aquilo que você vai conseguindo fazer corretamente vai sendo identificado como um bom exemplo e, isso vai repercutindo. E Deus queira que isso seja uma experiência exitosa e que seja copiada sim em outras unidades da federação, e quem sabe, em nível Nacional”.
Informações sobre a coordenação de Assuntos Religiosos, podem fazer contato direto pelo telefone: 61 – 3961- 1524.
Fonte: Blog Edgar Lisboa – Fotos: Reprodução