Caesb investe R$ 380 mil em flutuante para analisar água do Lago Paranoá
A plataforma foi instalada próximo à Ermida Dom Bosco. Os recursos para a compra do equipamento vieram do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)
A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) adquiriu uma plataforma flutuante para realizar estudos sistemáticos sobre qualidade da água do Lago Paranoá. O investimento, de R$ 386 mil, se fez necessário, principalmente, a partir da utilização da água do reservatório para consumo humano, que teve início em outubro de 2017, com a inauguração da Estação de Tratamento de Água do Lago Norte.
O equipamento adquirido pela Caesb está instalado próximo à Ermida Dom Bosco e é capaz de registrar parâmetros básicos como densidade de algas, temperatura, pH, condutividade, turbidez e oxigênio em diferentes profundidades, em tempo real, para aprofundar conhecimento sobre a dinâmica do manancial.
À época da inauguração, especialistas levantaram alerta sobre a capacidade do reservatório em diluir elementos químicos, como o fósforo. Isso ocorre porque o Lago Paranoá é um ponto receptor de esgoto tratado. Na data, a Caesb afirmou que, mesmo que o lançamento de esgoto tratado contribua para o aporte de fósforo no Lago Paranoá, é a emissão indevida do recurso, antes do tratamento, a responsável pelo aumento significativo do elemento químico.
O governador Rodrigo Rollemberg garantiu na inauguração da obra que, com o tratamento disponível, não há riscos no consumo da água do Lago Paranoá. Segundo a Caesb, a nova plataforma flutuante poderá também, a médio prazo, realizar a simulação tridimensional da hidrodinâmica da qualidade da água do Lago. “Isso permitirá uma avaliação mais abrangente dos potenciais riscos à coleta de água bruta, por exemplo, lançamento de esgotos clandestinos e alterações da qualidade devido a diferentes condições meteorológicas”, afirma o presidente da Caesb, Maurício Luduvice.
O equipamento foi adquirido por meio de pregão eletrônico e os recursos vieram do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). “Com o uso deste equipamento, a Caesb conseguirá aumentar substancialmente a eficácia dos seus sistemas de segurança da qualidade da água, permitindo uma redução dos potenciais danos ao meio ambiente e à saúde humana, por meio das informações rápidas e seguras das possíveis alterações na qualidade da água”, informou a Companhia.
Plataforma flutuante
A unidade flutuante é construída em corpo de fibra de vidro estrutural, associada a uma estrutura interna de aço e preenchimento com material flutuante. O equipamento tem diâmetro de 2,3 metros, altura de 1,2m incluindo a antena e peso de 270 Kg. A unidade conta com compartimentos resistentes a intempéries e umidade, construídos em aço inoxidável, destinados a abrigar os sistemas eletrônicos de armazenamento e transmissão de dados.
Os compartimentos são acessados pelos operadores da unidade, facilitando o manuseio dos componentes modulares durante as operações de manutenção e calibração dos equipamentos. A alimentação de energia é feita por meio de painéis fotovoltaicos de alimentação e acumuladores de energia, associados a um sistema de gerenciamento energético.
Fonte: Correio Braziliense
Foto: Marco Peixoto/Caesb