Cantor francês Charles Aznavour morre aos 94 anos
Autor e intérprete do megasucesso She faleceu nesta segunda (1º/10)
Charles Aznavour, cantor francês conhecido mundialmente, morreu nesta segunda (1º/10), aos 94 anos. A informação foi veiculada à imprensa pela agência France Presse. No começo do ano, o crooner sofreu com problemas de saúde. Cancelou um show na Rússia após um episódio de lombalgia e fraturou o úmero em um acidente doméstico.
Com mais de oito décadas de carreira, o artista era filho de um casal de imigrantes armênios. Nasceu em Paris e foi batizado como Shahnour Vaghinag Aznavourian. Ao longo de sua extensa trajetória, gravou mais de 1,2 mil canções em oito idiomas. Também atuou como compositor de outras centenas de músicas.
Popstar romântico
She, um de seus grandes sucessos, teve versão em inglês gravada para a série britânica Seven Faces of Woman, em 1974. Composta em parceria com Herbert Kretzmer, ganhou o mundo nos anos seguintes em múltiplas línguas, como o francês (Tous les visages de l’amour), e inspirou o famoso cover de Elvis Costello usado na comédia romântica Um Lugar Chamado Notting Hill (1999).
Aznavour atravessou o século 20 como um dos cantores mais populares da França e, consequentemente, do mundo. Adotou seu nome artístico ainda na infância, estimulado pelos pais. Nos anos 1940, começou a fazer turnê com Edith Piaf, intérprete que ajudou o então jovem parisiense a encontrar desenvoltura vocal.
O cantor já dividiu shows e estúdios de gravação com outras lendas da música durante o século 20. Além de Piaf, soltou a voz ao lado de nomes como Frank, Sinatra, Ray Charles, Bob Dylan, Elton John, Andrea Bocelli, Fred Astaire, Luciano Pavarotti e Serge Gainsbourg. Um de seus grandes amigos na indústria fonográfica era o tenor espanhol Plácido Domingo.
Globalmente associado a canções românticas, Aznavour frequentou palcos do mundo inteiro até meses antes de morrer. Sua discografia inclui mais de uma centena de álbuns, entre trabalhos de estúdio, coletâneas, registros ao vivo e colaborações. Na última década, ele lançou Duos (2008), CD duplo que reúne duetos com Piaf, Sinatra, Laura Pausini, Céline Dion, Johnny Hallyday e Elton John, entre outros artistas.
Aznavour também levou seu talento para produções de cinema e televisão. Estrelou dezenas de filmes, com destaque para Atirem no Pianista (1960), de François Truffaut, O Tambor (1979), produção alemã vencedora do Oscar de melhor longa estrangeiro, e Ararat (2002), trabalho do egípcio naturalizado canadense Atom Egoyan no qual viveu um diretor de cinema.
Fonte: Metrópoles
Por Felipe Moraes
Foto: Xavi Torrent/Redferns