Carta da discórdia. Integrantes do PT negam autoria de pedido a Kokay
Chico Vigilante e Geraldo Magela disseram não ter assinado o documento que pede a participação da deputada como candidata ao Buriti
Não bastassem todos os problemas que o Partido dos Trabalhadores já tem, uma carta com pedido para que a deputada Erika Kokay dispute o Palácio do Buriti nas eleições de outubro provocou desconforto na legenda nesta quinta-feira (17/5). Logo depois de o comunicado ser divulgado, o deputado distrital Chico Vigilante e o ex-deputado federal Geraldo Magela questionaram publicamente os nomes deles no documento.
Ambos alegaram não ter assinado o pedido, por conhecer o posicionamento da presidente do PT-DF. “Esclareço aos petistas e à imprensa que não assinei o documento. Fui consultado por um companheiro se aceitaria assinar tal manifesto e eu desautorizei a inserção do meu nome, pois já tinha conhecimento da negativa da deputada Erika Kokay em aceitar esta missão”, afirmou Magela.
Antes dele, Chico Vigilante também havia desmentido a carta. Em áudio, o distrital disse que a missiva tem o nome dele, mas não a assinatura: “Está circulando um documento com meu nome pedindo para a companheira Erika concorrer ao GDF. Eu não assino esse papel porque ela não quer ser candidata a governadora”, afirmou o parlamentar.
Ouça áudio:
O convite chegou à deputada federal e presidente do Partido dos Trabalhadores do Distrito Federal, Erika Kokay, nesta quinta-feira (17). O documento estava assinado por Roberto Policarpo, os distritais Wasny de Roure, Ricardo Vale e Chico Vigilante, além de Geraldo Magela. De imediato, ela afirmou que não aceitaria o pedido.
No entanto, somente Wasny, Policarpo e Vale confirmaram ter participado do movimento. No texto, os caciques do PT local argumentam que outros nomes já cogitados não empolgaram a militância, mas Kokay “reúne todas as qualidades pessoais e políticas para ser nossa candidata a governadora.”
Resposta de Erika Kokay
A deputada também se posicionou sobre o documento. Veja trecho:
“Fico honrada e lisonjeada com a indicação do meu nome para a disputa ao Palácio do Buriti, pelo Partido dos Trabalhadores. Trata-se de um reconhecimento importante da minha militância e atuação
parlamentar, sobretudo, por vir de companheiros históricos que construíram o partido no Distrito Federal.
Em diversas oportunidades reforcei a esses companheiros os motivos pelos quais estava apresentando meu nome para a reeleição à Câmara, tendo em vista que o partido em nível nacional desenhou duas estratégias principais para o pleito de outubro: a candidatura de Lula à presidência da República; e a manutenção e ampliação da presença do PT no Congresso Nacional, em especial, na Câmara Federal.
É na Câmara Federal que estão estamos travando os grandes embates da política nacional, onde de forma aguerrida e corajosa – eu e os demais companheiros do PT e da oposição – estamos enfrentando uma ruptura democrática que todos os dias ameaça a soberania nacional, promove a retirada de direitos e a entrega do patrimônio público do povo brasileiro.
É na Câmara Federal que montamos trincheira para defender o legado dos governos democráticos e populares de Lula e Dilma, onde todos os dias disputamos as narrativas farsescas da mídia e da direita, que a todo custo tentam dar normalidade à prisão política de Lula e aprofundar o Estado de exceção, ao criminalizar o PT, a esquerda e os movimentos sociais, cujo ápice poderá ser jogá-los na ilegalidade.
É por um Brasil mais justo, fraterno e igualitário que seguimos na luta. É por nenhum mandato do PT a menos que sigo pré-candidata à reeleição!”
Fonte: Metrópoles
Foto: Agência Câmara/Divulgação