Catalunha: presidente do parlamento anula votação
A região está sob tutela de Madrid há cinco meses
O presidente do parlamento catalão, Roger Torrent, decidiu manter o plenário deste sábado (24), mas sem a votação para eleger o presidente do governo autônomo, segundo a agência EFE e a imprensa espanhola.
Roger Torrent tomou esta decisão depois de uma reunião com os líderes dos grupos parlamentares e na sequência de vários partidos terem considerado que a detenção do candidato à presidência do governo regional da Catalunha, Jordi Turull, impossibilita que hoje decorra o plenário e a eleição para a presidência do governo autônomo.
O Governo já tinha avisado que estava estudando “ações oportunas” para defender o cumprimento da lei caso o presidente do parlamento mantivesse a sessão parlamentar programada para este sábado, que incluía a sessão de investidura.
Fontes governamentais citadas pela EFE indicaram que o executivo entendia que o presidente do parlamento, Roger Torrent, devia atender às pretensões dos partidos para suspender o plenário e a sessão de investidura que estava prevista para hoje.
O PP, o Ciudadanos e o Partido dos Socialistas da Catalunha apelaram para que seja desconvocada a sessão de investidura prevista para hoje, depois de o candidato à presidência do governo regional, Jordi Turull, ter sido deito.
Roger Torrent tinha marcado para esta manhã a sessão de posse, depois de Jordi Turull ter falhado na quinta-feira (22) a eleição à primeira volta no parlamento regional.
Numa petição, o partido Ciudadanos pediu “a imediata e urgente desconvocação da sessão” do plenário para “salvaguardar a plena e total garantia dos direitos e faculdades” de todos os deputados, segundo refere a agência EFE.
Também o PSC (Partido dos Socialistas da Catalunha) solicitou que o plenário fosse desmarcado, dadas as “novas circunstâncias” que impossibilitaram que a sessão de posse pudesse ocorrer “com normalidade”, devido à “forçada ausência” do candidato.
O Supremo Tribunal espanhol decidiu na sexta-feira (23) aplicar prisão efetiva, sem fiança, a cinco políticos independentistas catalães, acusados de delito de rebelião, no quadro da tentativa de criação de uma república independente na Catalunha.
O juiz Pablo Llarena ordenou a detenção da ex-presidente do parlamento catalão Carme Forcadell, do candidato à presidência do Governo regional, Jordi Turull, e dos ex-conselheiros (ministros regionais) Raúl Romeva, Josep Rull e Dolors Bassa.
A Catalunha está sob tutela de Madrid há cinco meses, depois da declaração de independência falhada, votada pelo parlamento catalão em 27 de outubro. A sua autonomia continuará suspensa enquanto não houver um novo governo regional. Com informações da Lusa.
Fonte: Notícias Ao Minuto
Foto: Reuters