Censura de Rollemberg. Sites, jornais e colunistas apoiam Metrópoles

 

Veículos de imprensa repudiam a retirada de painel na área central de Brasília. Estrutura veiculava notícias e serviços à população

A atitude antidemocrática de Rodrigo Rollemberg (PSB) mobilizou grandes jornais e publicações regionais. Sites e jornalistas que assinam colunas de renome se solidarizaram ao Metrópoles após o grupo ser alvo de censura por parte do governador.

No sábado (2/6), a Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) iniciou a retirada do painel de LED do jornal eletrônico instalado em um prédio do Setor Bancário Sul. A ação foi repudiada por veículos de imprensa, entidades ligadas à liberdade de expressão e parlamentares.

A colunista Andreza Matais, do Estadão, incluiu em sua conta no Twitter a reportagem publicada pelo Metrópoles na qual a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a Ordem dos Advogados no Brasil (OAB), seção DF, condenam a ação do governo.

“Enquanto isso em Brasília o governador manda retirar painel com notícias. Defende a liberdade de imprensa? Compartilhe!”, pediu Andreza Matais aos seguidores.

 

Twitter/Reprodução

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Quem também se manifestou nas redes contra o autoritarismo de Rollemberg foi o jornalista do Estadão e escritor Leonencio Nossa: “A censura costuma revelar não apenas autoritarismo, mas a fraqueza encoberta pelo poder”.

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Em plena democracia, O Estado de S.Paulo já foi alvo de censura. O periódico tem, em seu site, uma página dedicada ao tema.

Principal veículo do Paraná, a Gazeta do Povo também repudiou os ataques de Rollemberg à liberdade de imprensa. Reportagem publicada neste domingo (3) destaca que o “GDF censura painel de jornal que criticava o governador“.

Em 2016, a própria Gazeta do Povo sentiu o peso da máquina estatal, quando foi alvo de uma série de ações judiciais coordenadas de magistrados do Paraná contra o jornal. A investida ocorreu após uma série de reportagens publicadas sobre a remuneração dos membros do Poder Judiciário e do Ministério Público do estado.

Ao comentar a censura no Twitter, o jornalista Claudio Dantas retuitou post da diretora de redação do Metrópoles, Lilian Tahan, e foi enfático. “Por que não estou surpreso, Rollemberg?”, indagou Dantas, um dos fundadores do site O Antagonista e ex-editor de IstoÉ, com passagem pela Folha de S.Paulo.

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O diretor de redação da revista CrusoéRodrigo Rangel, também usou o Twitter para lamentar a atitude de Rollemberg.

“O governador do Distrito Federal vai à Justiça para retirar um painel de notícias – notícias que o incomodavam, inclusive – no centro de Brasília. Como se não existissem problemas de verdade para ele resolver na capital do país”, frisou o jornalista.

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Fundador do site Congresso em Foco, referência da cobertura política em Brasília e no país, Sylvio Costa lembrou que a democracia “é uma planta frágil, que requer cuidados diários e permanentes esforços para aprofundá-la e aprimorá-la”.

“No momento em que uma parcela crescente da população passa a defender a volta da ditadura, que é o mais odioso dos regimes políticos, os governantes devem dar bons exemplos, reafirmando os princípios democráticos e demonstrando tolerância com as críticas. Agir de modo diferente é dificultar o livre exercício do jornalismo” Sylvio Costa

Comandado pelos jornalistas Fernando Rodrigues e Tales Faria, o site Poder 360 deu destaque para a notícia. Mostrou que a motivação da retirada foi a veiculação de uma campanha publicitária do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Distrito Federal (SindSaúde), no dia 16 de maio. “O sindicato criticava a gestão de Rollemberg e falava em incompetência e omissão”, destacou o Poder 360.

Imprensa calada
O site O Livre, de Mato Grosso, também prestou solidariedade ao Metrópoles. Texto assinado pelo jornalista Guilherme Waltenberg, diretor de jornalismo da plataforma, pontuou o ataque sofrido pelo grupo.

“É inadmissível que o poder público se escore em legislações obscuras para disfarçar a censura. A inovação, aquilo que o Metrópoles tem como marca desde que foi lançado, não pode ser calada para atender aos caprichos de qualquer que seja o grupo no poder – sobretudo em ano eleitoral” Guilherme Waltenberg

Especializado em notícias jurídicas, o site Jota também repercutiu o episódio. “O caso Metrópoles: cumprindo a lei ou impondo a censura?”, questionou.

A jornalista e ativista Leiliane Rebouças também se manifestou nas redes sociais. “Por que somente agora o governo de Brasília resolveu se preocupar com uma suposta ‘poluição visual’? O que é um painel eletrônico diante de um teatro nacional fechado? Diante de um Museu da República necessitando de reformas?, indagou.

Jornais regionais e blogs
Além de jornais de repercussão nacional, veículos com inserção local também repercutiram a truculenta ação do GDF. O Diário de Ceilândia, por exemplo, ressaltou que “o governador Rodrigo Rollemberg demostra claramente todo o conservadorismo que, em pleno século XXI, permanece impregnado nos mais diversos setores da política brasiliense e brasileira”.

O episódio foi registrado no site Brasiliários, do jornalista Romário Schettino, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal. A matéria Censura em pauta: Rollemberg x Metrópoles apresenta um resumo do caso e registra manifestações de entidades e defensores da liberdade de opinião e de imprensa em repúdio à censura.

O site Política Distrital, do jornalista Kleber Karpov, traz um compilado de matérias sobre o tema e classifica a atitude de Rollemberg como “Lei da Mordaça”. Odir Ribeiro, do Blog Rádio Corredor, também se solidarizou e disse que a censura se trata de ação “abjeta”. O blogueiro Rodrigo Pilha, da página Botando Pilha, subiu o tom: “Estão esperando o que para depor esse tirano?”

Também repercutiram a censura imposta por Rollemberg o Brasília in Foco News, a Tribuna Brasiliense e o Contexto Exato.

No Facebook, o Jornal Notícias de Brazlândia provocou: “Estamos em um país democrático ou não?”. Em um post no Facebook, o site Cidades e Condomínios também usou as redes sociais para se solidarizar, e classificou a atitude do governador como característica de “regimes ditatoriais”.

 

Fonte: Metrópoles

Foto: Material cedido ao Metrópoles

 

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