Cia Mário Nascimento celebra duas décadas de dança na Caixa Cultural
Premiada companhia comemora seus 20 anos de estrada com os espetáculos Zhu e Garrafa Enforcada
Música, dança, poesia e um reverberante impulso para a criação. A companhia Mário Nascimento completa seus 20 anos em 2018 e, para celebrar, passará pela capital federal para apresentar dois espetáculos imperdíveis. Garrafa Enforcada estará em cartaz nos dias 13 e 14 de setembro (quinta e sexta-feira), às 20h, na Caixa Cultural Brasília (Setor Bancário Sul Q.D 04). Zhu encerrará a temporada nos dias 15/09, sábado, às 20h; e 16/09, domingo, às 19h. Ingressos: R$ 15 (meia-entrada).
Zhu, que em chinês significa bambu, é um signo de resistência, de movimento, da suavidade e maleabilidade frente aos percalços da vida. Por ser considerado um dos materiais mais resistentes e flexíveis da natureza, a cia Mário Nascimento buscou no bambu a metáfora para o sentido de resistência e também a inspiração para as qualidades e possibilidades de movimento que são desenvolvidos ao longo do espetáculo. Mário assina a direção e Rosa Antuña a assistência de direção. “Falamos da resistência dos corpos e de desafiar os seus limites. E, também, da resistência no sentido de sobreviver de arte, de resistir com suavidade”, destaca Mário.
O espetáculo Garrafa Enforcada foi inspirado no livro História dos Nossos Gestos (1976), de Câmara Cascudo. A peça, que teve sua estreia em 2016, banha-se nos gestos descritos por Cascudo. O livro mostra a perpetuidade muitas vezes milenar de nossos gestos, a primeira linguagem humana. “O gesto é anterior à palavra. Dedos e braços falaram milênios antes da voz. As áreas do entendimento mímico são infinitamente superiores às da comunicação verbal. A mímica não é complementar, mas uma provocação ao exercício da oralidade. Sem gestos, a palavra é precária e pobre para o entendimento temático”, observa Cascudo no livro. Sob a direção de Mário Nascimento e Rosa Antuña, Garrafa Enforcada viaja pela temática. Um verdadeiro mergulho na ancestralidade gestual do povo brasileiro, com ecos da África, da Península Ibérica e das etnias ameríndias.
A companhia Mário Nascimento nasceu em São Paulo, mas atualmente instalou-se na capital mineira, Belo Horizonte. São 20 anos de história, de uma pesquisa que baseia-se na conexão entre dança e música. Dirigida por Mário Nascimento, a cia mescla dança contemporânea com dança de rua, teatro físico, artes marciais, poesia e voz como recursos cênicos e sonoros. Nomes como Rosa Antuña integram o grupo, um dos mais reconhecidos do país no gênero.
O projeto “Circulação Cia Mário Nascimento 20 Anos” conta com o patrocínio da Caixa.
Sensibilidade nos palcos
A companhia Mário Nascimento trabalha atualmente com oito artistas, todos com idades, formações e composições físicas diferentes. Compõem o elenco Dalton Wallison, Eliatrice Gichewiski, Fábio Costa, Jorge Ferreira, Ludmila Ferrara, Mariana Chalfum, Mário Nascimento e Rosa Antuña.
A bailarina Rosa Antuña é, ainda, responsável pelas vozes ao vivo presentes no espetáculo Zhu. “O amadurecimento de Rosa permite uma enorme liberdade de criar com o grupo. Gosto de trabalhar com uma equipe com gente experiente e com o frescor e sabedoria dos jovens.”, coloca Mário Nascimento.
E é este frescor que permeia os movimentos, a poesia e a sutileza da companhia.
Ficha técnica
Zhu
Direção e coreografia – Mário Nascimento
Assistente de direção – Rosa Antuña
Trilha sonora – Fábio Cardia
Elenco – Dalton Wallison, Eliatrice Gichewiski, Fábio Costa, Jorge Ferreira, Ludmila Ferrara, Mariana Chalfum, Mário Nascimento e Rosa Antuña
Figurino – Mário Nascimento e Rosa Antuña
Criação de luz – Mário Nascimento e Sidnei Honório
Produção geral – Herivelto Campos
Duração – Aproximadamente 60 minutos
Classificação Livre
Garrafa Enforcada
Direção e coreografia – Rosa Antuña e Mario Nascimento
Trilha sonora – Fábio Cardia
Elenco – Dalton Wallison, Eliatrice Gichewiski, Fábio Costa, Jorge Ferreira, Ludmila Ferrara e Rosa Antuña
Figurinos: Mário Nascimento
Produção geral– Herivelto Campos
Cia Mário Nascimento
Criada em São Paulo pelo coreógrafo Mário Nascimento e pelo compositor Fábio Cardia, a Cia MN estreou seu primeiro trabalho, Escapada, no Centro Cultural São Paulo, dentro do projeto “Brasil/Portugal — 500 Anos do Descobrimento”, a convite do curador Marcos Bragato, em 1998. Pelo trabalho, Mário Nascimento ganhou o prêmio APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) como melhor coreógrafo naquele ano. Escapada foi levado em turnê para a Alemanha, com apresentações em Hamburgo, na Bienal de Essen e em Colônia, no ZeigenTanztheater. Recebeu críticas em jornais importantes como o Morgen Post e o Bergedorfer Zeitung. Em 2002, a Cia MN transferiu-se para Belo Horizonte, Minas Gerais. A partir de então sua intensa atividade permitiu-lhe não só manter um fluxo constante de novos espetáculos, com pelo menos uma estreia por ano, como também consolidar e desenvolver sua linguagem, à medida em que foi incorporando experiências e agregando artistas, como Rosa Antuña, que completa quatorze anos na companhia. Em 20 anos de atividade foram 14 espetáculos que circularam por todo o país e o exterior, angariando diversos prêmios e o reconhecimento do público e da crítica. Entre os espetáculos que marcaram a trajetória do grupo é possível destacar Escambo, Escapada, Faladores, Território Nu, Nômade, Zhu e Garrafa Enforcada.
Serviço:
Circulação Cia Mário Nascimento 20 anos
Garrafa Enforcada – 13/09 e 14/09 (quinta e sexta-feira), às 20h.
Zhu –15/09 (sábado), às 20h, e 16/09 (domingo), às 19h.
Local: Caixa Cultural Brasília (Setor Bancário Sul QD 04)
Ingressos: R$ 15 (meia-entrada).
Informações: (61) 3206-9448 e (61) 3206-9449
Bilheteria: (61) 3206-6456
Classificação livre.
Fonte: Baú Comunicação Integrada – Brasília/DF
Foto: Marco Aurélio Prates