Cirurgia indolor impede progressão de câncer de colo uterino em 600 mulheres

Procedimento com bisturi elétrico remove a lesão em ambulatório do Hospital Materno Infantil de Brasília

Ela estava temerosa, mas conseguiu retirar a lesão por meio de procedimento indolor / Foto: Breno Esaki/Secretaria de Saúde

A possibilidade de ter um câncer assustou a babá Tatiana Barbosa, 32 anos. Felizmente, por meio de uma cirurgia, foi possível retirar a lesão no colo do útero e, com isso, diminuir esse risco. Desde então, ela faz acompanhamento médico para verificar sua situação. “Morri de medo quando me falaram que a lesão podia ser o início de um câncer”, conta. “Na hora, só pensei nos meus filhos. Mas, graças a Deus, fiz a cirurgia no Hmib [Hospital Materno Infantil de Brasília].”

Tatiana é uma das 600 mulheres que fizeram esse procedimento no Ambulatório de Patologia do Trato Genital Inferior do Hmib. A unidade trabalha com esse método desde agosto de 2012, tratando pacientes e retirando lesões de alto grau do colo do útero, impedindo a progressão para um câncer.

Um dos grandes diferenciais do ambulatório é a cirurgia de alta frequência, realizada com um bisturi elétrico, que permite a remoção da lesão no próprio consultório – o que, em alguns hospitais, só é feito no centro cirúrgico. Entre as vantagens para as pacientes, a fundadora do ambulatório, Isabella Paolilo Calazans, cita a praticidade e a rapidez do procedimento, que é indolor. Além disso, a paciente não precisa ser internada após a cirurgia.

Baixo custo

“A mulher passava o trauma de internar, com a cirurgia feita por um bisturi de cesárea, mas a cirurgia de alta frequência é indolor, rápida, de baixo custo, realizada no ambulatório, permitindo análise de amostras, com menor tempo cirúrgico do que em um ambiente hospitalar, e ainda tem baixo índice de complicações”, explica Isabella.

Segundo a médica, são raros os casos em que não se consegue retirar totalmente a lesão. Depois que o procedimento é realizado, o período de recuperação também é rápido. “Outra vantagem é que o procedimento tem pouco impacto na vida reprodutiva da mulher. São cinco semanas de abstinência sexual para cicatrizar e não ter hemorragias”, destaca.

O procedimento é realizado pela médica duas vezes por semana na unidade ambulatorial. Após a cirurgia, a paciente precisa fazer, anualmente, o acompanhamento no Serviço de Patologia Cervical e Cirurgia de Alta Frequência do Hmib para verificar sua situação.

Acesso

Devem submeter-se aos procedimentos apenas as pacientes que apresentaram alterações no exame de prevenção, mais conhecido como Papanicolau. Normalmente, as lesões precursoras de câncer são manchas esbranquiçadas presentes no colo do útero.

“Somente quando identificada a lesão é que elas são submetidas ao procedimento de biópsia, para retirada dessas lesões, no ambulatório, impedindo a progressão para um câncer e diminuindo a incidência e mortalidade por esse tipo de doença”, orienta Isabella Calazans.

Pacientes com idade entre 25 e 64 anos precisam fazer o Papanicolau, ou colpocitologia oncológica. O exame é realizado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), para coletar as células da região do colo uterino e identificar infecções vaginais ou sexualmente transmissíveis e, principalmente, as lesões precursoras de câncer de colo uterino, que, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), é o terceiro tumor mais frequente na população feminina.

Incidência

Em todo o Brasil, é esperada, anualmente, uma incidência de 16.370 casos novos da doença. No Distrito Federal, cerca de 670 casos novos foram registrados em 2018, com 76 óbitos. Em função das estatísticas, justifica-se a necessidade de fazer o exame, além de tomar a vacina responsável por proteger contra os vírus responsáveis por 70% das neoplasias invasoras que causam esse tipo de câncer.

670Número de casos de câncer do colo uterino registrados no DF em 2018

O câncer de colo uterino tem cura e é de fácil prevenção. O tumor é causado, essencialmente, pelo vírus do papiloma humano, mais conhecido como HPV. Pode ser evitado tanto com o uso de preservativos quanto pelas vacinas, que estão disponíveis na rede pública de saúde para meninas e meninos.

Com informações da Secretaria de Saúde

Fonte: Agência Brasília – Foto: Breno Esaki/Agência Brasília

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