Corregedoria ordena prisão de PMs por “grito de guerra” em formatura
Os períodos de detenção foram divididos da seguinte forma: 10 dias para os oficiais e cinco no caso dos praças. Ainda cabe recurso
Militares que entoaram “grito de guerra” com a palavra “caralho” durante a formatura do 8º Curso de Rondas Ostensivas Táticas Móveis da PMDF (Rotam) podem ser presos. A Corregedoria da corporação puniu 15 envolvidos e ordenou detenção de 10 dias para os oficiais e cinco no caso dos praças. Os policiais informaram que vão recorrer da decisão no comando-geral da Casa.
A solenidade ocorreu em 30 de agosto do ano passado. O “grito de guerra” – criado pelos alunos para comemorar a formatura – foi entoado após os protocolos militares. A música tem, em uma de suas estrofes, o xingamento e, por isso, o grupo foi convocado, no dia seguinte, para prestar esclarecimentos. Além disso, foi questionado o fato de a tropa não ter cantado o hino da corporação.
Confira a letra da música e o vídeo:
Foi na semana 0 que o 21 morreu
Quem nunca viu ficou encabulado
Um bando de zumbi fez uma árvore do caralho
Frio da desgraça lagoa e geladeira
Cabo submerso era água noite inteira
À época, em nota, a PM explicou que “a não entoação da canção da PMDF em formaturas da corporação fere o Estatuto da Polícia Militar do Distrito Federal”. Lembrou, ainda, que o “grito de guerra” com palavra de “baixo calão” teria sido cantado na presença da comunidade civil.
“Estes fatos ferem o decoro policial militar e podem acarretar punição aos militares por motim ou recusa à obediência. Os envolvidos prestarão esclarecimentos e, se comprovados os fatos, podem responder a Procedimento Administrativo Militar ou a Inquérito Policial Militar”, destacou, na ocasião, a PMDF.
Acerca da punição por parte da Corregedoria, a corporação informou ao Metrópoles que os fatos serão analisados pelo comandante-geral, coronel Marcos Nunes, e, “só após a sua análise, as medidas cabíveis serão tomadas”.
Confira a determinação da Corregedoria a um praça da PMDF:
Três meses de treinamento
O curso, que incluiu em seus treinamentos táticos as mais variadas técnicas policiais, teve duração de 91 dias. Trinta formandos receberam seu brevê no evento.
Entre os alunos, havia 25 policiais militares do DF (duas femininas), um PM do Mato Grosso do Sul, um do Rio Grande do Sul, uma de Goiás, um agente penitenciário do DF e um policial rodoviário federal.
Durante a semana de estágio, os alunos atenderam a 39 ocorrências de vulto, que resultaram na apreensão de 15 armas de fogo e na recuperação de seis veículos que tinham sido roubados ou furtados. Além disso, 50 pessoas foram presas ou apreendidas e 38 quilos de drogas foram retirados das ruas.
Criada há 12 anos, a Rotam tornou-se referência nacional e internacional em patrulhamento tático motorizado, com recordes em apreensões de armas de fogo e de envolvidos em tráfico de drogas. Apenas durante o ano de 2017, as equipes da unidade retiraram 145 armas de fogo das ruas do DF.
Fonte: Metrópoles
Por Mirella Pinheiro
Foto: Michael Melo/Metrópoles