Cripto Franchising: você ainda ouvirá falar sobre isso
Por Melitha Novoa Prado (*)
Não, não se trata de uma plataforma ultra tecnológica para transmissão de dados ou uma moeda exclusiva das franqueadoras. Estou falando de um conceito nascido recentemente nos Estados Unidos que, se der certo, pode mudar o Franchising mundial…
Li um artigo, na semana passada, que dizia que algumas franqueadoras estadunidenses estão transformando o valor da taxa de franquia obtido em cada venda em uma criptomoeda. O crédito desse valor fica em nome do franqueado e, conforme a rede cresce e faz reinvestimentos na própria marca – com a colaboração de todas as unidades franqueadas e a participação ativa dos seus membros, para que o negócio prospere coletivamente –, aquelas criptomoedas vão se valorizando. Quando o franqueado não estiver mais na rede – por uma aposentadoria, sucessão ou mesmo se ele desistir do negócio por ter outros interesses, sem brigas ou litígio –, ele as resgata. É um investimento baseado na taxa de franquia, que exige comprometimento total de cada franqueado.
Como eu já sei que, lendo este texto, muitos franqueadores brasileiros questionarão a legitimidade do uso da taxa de franquia para esse fim, antecipo-me em dizer que a taxa de franquia foi originalmente criada para adesão do franqueado à rede de franquia, incluindo a licença de uso de marca, transferência de tecnologia e know-how e acesso às ferramentas, procedimentos e processos criados para o respectivo sistema de franquia. Na verdade, não deveria ser um valor para ser usado para alavancar a franqueadora, e nem subsidiar as contas pessoais dos sócios da franqueadora – o que, ainda e infelizmente, ocorre em muitos casos.
Pode parecer difícil, no modelo atual de muitas franqueadoras, ‘abrir mão’ da taxa de franquia, mas o conceito vai além disso: a ideia é dar ao franqueado um motivo a mais para investir seu tempo; pensar o negócio com o verdadeiro ‘espírito de dono’; colaborar com seus pares, atuando em rede, entre outras atitudes desejadas, mas nem sempre alcançadas, porque na realidade não existe um sólido objetivo a ser conquistado em conjunto. O trabalho em rede, tão fundamental para o sucesso da marca, deve ser sempre incentivado pela Franqueadora, fazendo com que seus franqueados sejam unidos e não se coloquem como rivais ou concorrentes. Dentro do modelo do Cripto Franchising, todos franqueados tem interesse em fazer o seu melhor, com o objetivo de aumentar o valor da sua moeda e assim trabalhar em rede vira uma condição natural e essencial, não havendo tanta necessidade de interferência da franqueadora.
Cripto Franchising: com certeza a tecnologia de blockchain alcançará o Franchising muito antes do que imaginamos. E, por isso, já que assistimos diariamente tantos desencontros no Franchising, na maioria das vezes por problemas de relacionamento advindos de comportamentos inadequados e impróprios, devemos refletir como esta ideia poderá transformar o sistema de franquias em um negócio ainda mais saudável e lucrativo. O futuro já começou… E você, o que acha da novidade?
Sobre o escritório Novoa Prado Consultoria Jurídica
O escritório Novoa Prado Consultoria Jurídica está no mercado há quase 30 anos prestando consultoria jurídica empresarial. Atua nas áreas de Franquia (com expertise em relacionamento de redes); Direito Empresarial, Imobiliário e Societário; Tributário e Contencioso Cível; Contratos, Compliance e Varejo e Propriedade Intelectual.
Foi fundado por *Melitha Novoa Prado, um dos nomes mais importantes do franchising no Brasil, e tem como sócia a advogada Thais Kurita. Juntas, elas coordenam uma equipe dinâmica, comprometida e capacitada para oferecer aos clientes as melhores soluções jurídicas para seus negócios.
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Fonte: Uapê Comunicação – São Paulo/SP – Foto: Reprodução