Cuba não paga exportadores brasileiros

 

O governo cubano está atrasando pagamentos de exportadores gaúchos, informa o deputado federal Jerônimo Goergen (PP/RS), que foi procurado por empresários do Rio Grande do Sul denunciado prejuízos, temendo que essas inadimplências se prolonguem e se propaguem para outras regiões do País: “são valores vultosos que estão deixando de ser pagos pelas empresas cubanas e, em última análise, pelo próprio governo de Cuba”, diz o parlamentar.

Integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária, Goergen está preocupado, porque o problema atinge diretamente a cadeia do agronegócio, nas fases de produção, industrialização e comercialização. O problema está associado ao Programa de Financiamento às Exportações (Proex), programa do Governo Federal de apoio às exportações brasileiras de bens e serviços.

Diz o deputado que “o atraso nos pagamentos já supera 60 dias. Somente para as empresas gaúchas, o passivo pode superar os 40 milhões de euros, o equivalente a cerca de R$ 200 milhões, pela cotação atual da moeda. Apenas uma agroindústria que exporta proteína animal, acumula um prejuízo de um milhão de euros, ou quase R$ 5 milhões de reais”.

Um Brasil cansado

O Brasil real está cansado de tantas pressões promovidas pelas corporações, apesar da caótica situação financeira, patrocinada pelo estado desastroso das contas públicas começa a ficar sem saída. A verdade é que o Brasil dos servidores públicos, em sua maioria com estabilidade de emprego, ganha muito acima da média do mercado, aposenta-se em condições privilegiadas e dispõe de imenso poder de convencimento em Brasília, colocando, por pressão arrasadora, principalmente em ano eleitoral, os parlamentares de joelhos na hora de se comprometer em votar o aumento de salários.

Exemplo assustador

Ricardo Lewandowaki

Um exemplo assustador do discurso de aumento de salário dos servidores do judiciário, foi apresentado pelo ministro Ricardo Lewandowski, que defendeu, sem cerimônia, para ele e seus colegas do Supremo Tribunal Federal um reajuste salarial de 16,38%, com impacto na folha de todo o judiciário e, por tabela, de todo o resto do funcionalismo público.

Aumento de quase nada

E pasmem, o ministro do Supremo, Ricardo Lewandowski sugeriu que aquele porcentual era quase nada perto dos “milhões e milhões de reais que os juízes federais e estaduais recuperam para os cofres públicos” em processos contra corruptos, colocou muito bem, em editorial, o Estado de S. Paulo, – como se os juízes estivessem fazendo um favor a seus vizinhos do Brasil real ao punir corruptos, razão pela qual a majoração salarial seria uma justa comissão de sucesso.

Direitos sociais para a elite

Mas o problema é que a mentalidade que alimenta esse Estado a caminho da inanição, graças à voracidade cada vez maior das corporações, vai muito além de raciocínios quase anedóticos – mas sem a menor graça – como esse do ministro Lewandowski. Predomina há muito tempo no País a visão segundo a qual é preciso garantir uma série de direitos sociais para a população em geral, especialmente os mais pobres, e isso só seria possível com a manutenção de um Estado forte, bem estruturado e, claro, com uma elite bem remunerada.

 

Fonte: Blog Edgar Lisboa

Foto: Reprodução

 

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