Deputados distritais aprovam criação da região administrativa Sol Nascente/Pôr do Sol
O projeto do GDF teve apoio dos 21 parlamentares presentes. A criação da cidade é demanda antiga da população e tem o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos moradores
O projeto de lei do Governo do Distrito Federal (GDF) que cria a 32ª região administrativa do Sol Nascente/Pôr do Sol foi aprovado em primeiro e segundo turno pela Câmara Legislativa do DF (CLDF). A sessão ocorreu durante o Câmara Mais Perto de Você, programa da Casa que realiza sessões legislativas itinerantes. A desta quinta-feira (13) ocorreu no Sol Nascente, em frente à feira do produtor rural. A proposta segue para a sanção do governador Ibaneis Rocha.
Na exposição de motivos do projeto de lei 350/2019, o poder Executivo local explica que a criação da cidade tem o objetivo “atender os propósitos de descentralização administrativa, a utilização racional de recursos para o desenvolvimento socioeconômico e a melhoria de vida, previstos na Lei Orgânica do DF”.
Os serviços serão mais rápidos e eficientes. O poder público vai estar ainda mais presente para que os moradores tenham a estrutura necessáriaGustavo Aires, secretário das Cidades
O secretário das Cidades, Gustavo Aires explica que tornar essas regiões em uma região administração traz qualidade de vida à população. “Os serviços serão mais rápidos e eficientes. O poder público vai estar ainda mais presente para que os moradores tenham a estrutura necessária”, pontua.
Para o líder do governo na Câmara, deputado Cláudio Abrantes, a criação da região é uma vitória do governo local, da CLDF e da população. “É um dia histórico, no qual muitas pessoas lutavam há anos”, disse. Abrantes destacou que a licitação para a construção de uma Unidade de Saúde Básica na região deve sair este ano, além do retorno das obras no Trecho 3. Também estiveram presentes na sessão os Secretários de Atendimento à Comunidade, Severino Cajazeiras e da Juventude, Léo Bijos.
Demanda da população
Morador do trecho II do Sol Nascente desde que a cidade começou a ser erguida, Epaminondas Borges, 62 anos, comemorou a criação da região administrativa. “Era uma luta nossa. Tudo que a gente precisa, que são os direitos básicos, como saúde, educação e segurança, é burocrático. Agora será diferente”, disse.
A paraense Izabel Leite, 60 anos, mora no Pôr do Sol há cinco anos, mas tem o lote na região há oito. Mesmo há pouco tempo na cidade, ela ressalta a importância de transformar os locais em região administrativa. “É uma vitória. Já está melhorando e a tendência é melhorar ainda mais. É um alívio viver na legalidade oficialmente”, comenta.
Histórico
Por volta dos anos de 1990, o Sol Nascente foi deixando de ser uma área rural para se tornar uma grande cidade da capital. Organizado em três trechos, a região passa por um processo de urbanização constante. Assim como o Pôr do Sol, situado ao sul da QNP 34, em Ceilândia.
Juntos, os dois locais abrigam cerca de 87.746 mil habitantes, sendo 50,3% de homens e 49,7% de mulheres, com maioria entre 15 a 19 anos. Os dados são da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílio (PDAD), divulgados pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) este ano.
87.746 milpessoas moram no Sol Nascente/Pôr do Sol
Apenas em 2008, as duas regiões foram reconhecidas como setor habitacional por meio da Lei Complementar nº 785, de 14 de novembro. O cenário de mais de dez anos é diferente do atual. Construções de madeiras que antes predominavam nas cidades hoje perderam espaço.
O asfalto começou a fazer parte da vida dos moradores. Apenas no primeiro semestre deste ano foram feitos no Trecho 2, 4,5 km de drenagem, 2,8 km de pavimentação e 7,9 km de meios fios. Já no Trecho 3, 1,1km de drenagem, 5 km de pavimentação e 14,2km de meio-campo. O comércio também foi peça fundamental para a geração de emprego.
De acordo com a Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb), cerca de 29.375 da população conta com abastecimento de água e 12.739 com coleta de esgoto. Nos primeiros sete meses de 2019, o GDF atendeu uma demanda antiga dos moradores de um dos condomínios da região, o Pinheiros. Desde julho há mais uma linha direta de ônibus até Taguatinga.
Educação, Saúde e Segurança
O estudo da Codeplan também mostra que 89,9% dos estudantes frequentam escolas em Ceilândia e 6,6% em Taguatinga. O Sol Nascente conta com dois colégios, que atendem o ensino infantil, fundamental e adulto. Nas proximidades da região são ao menos oito escolas para os estudantes da cidade. O Pôr do Sol também possui duas escolas e três próximas ao local.
Para cuidar da saúde, os moradores buscam atendimento na Unidade de Saúde Básica 16, situada no Sol Nascente. Já a população do Pôr do Sol precisa procurar assistência na UBS 17, localizada no “P” Sul, em Ceilândia. Na área da segurança, a população recorre a 23ª ou a 24º Delegacia de Polícia, ambas localizadas na cidade vizinha, mas a Polícia Militar faz rondas diárias pelos locais.
O patrulhamento é planejado de acordo com manchas criminais mapeadas pela Secretaria de Segurança do DF (SSP/DF) e intensificado nos locais mais vulneráveis. Além do policiamento ordinário, com viaturas e motocicletas, há o apoio de unidades especializadas, como Patamo e Batalhão de Policiamento com Cães (BPCães).
Fonte: Agência Brasília – Foto: Renato Araújo/Agência Brasília