Descarte errado de lixo deixa 1 gari ferido a cada 4 dias em Brasília; saiba como evitar
Foram registradas 283 ocorrências entre 2015 e 2017. ‘As pessoas têm de ter mais consciência’, pede coletor que ficou sete dias afastado do trabalho e precisou tomar um coquetel de medicamentos.
Balanço divulgado pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU) neste sábado (3) apontou que 283 garis do Distrito Federal ficaram feridos devido ao descarte inadequado de lixo entre 2015 e 2017. Há, em média, uma ocorrência a cada quatro dias.
Apesar de média continuar alta, os números têm diminuído. Em 2015, foram 109 ocorrências; no ano seguinte, 94. Em 2017, 80 coletores se machucaram por essa razão.
“Muitas pessoas começaram a ter mais cuidado, o que pode indicar esse decréscimo”, aponta Kátia Campos, diretora-presidente do SLU. Nos últimos anos, o órgão tomou medidas como cursos de capacitação para garis e o envelopamento de caminhões de coleta com dicas sobre o descarte desse tipo de material.
Agulha no lixo
Um dos feridos foi Emerson da Silva Brito, de 37 anos, que teve de tomar um coquetel de medicamentos e ficou sete dias afastado do trabalho depois de ser perfurado por uma agulha jogada fora no meio do restante do lixo. O acidente ocorreu em outubro de 2017.
População deve ficar atenta ao descartar materiais cortantes ou perfurantes. “Nossas luvas são boas, mas, para materiais cortantes, as pessoas têm de ter mais consciência, ser mais educadas”, pede.
“Na hora, não vi [a agulha]. Quando peguei os sacos, perfurei a mão; quando puxei, só senti a dor.”
As causas dos acidentes são diversas. O também gari Robson Teixeira da Cunha, de 23 anos, se cortou em dezembro por causa de um copo quebrado. “Peguei o saco que tinha comida dentro e logo senti que algo cortou dois dedos de uma vez”, relembra. O atestado foi de três dias.
O que você pode fazer?
De acordo com a Secretaria de Saúde, seringas e agulhas devem ser entregues em uma unidade básica de saúde em caixa de papelão lacrada e identificada. De lá, o descarte é feito por uma empresa especializada.
As garrafas pet, por exemplo, podem ser usadas como recipientes para alfinetes, agulhas e pregos. Espetinhos de churrasco, que são considerados materiais orgânicos, também podem ser colocados nessa embalagem.
Vidros devem ser devidamente embrulhados e descartados na lixeira de orgânicos, pois atualmente não há viabilidade técnica para o aproveitamento desse material no DF.
Metais, como latas de milho e de leite condensado, devem ter as tampas pressionadas para dentro e ser colocados na lixeira de recicláveis.
Fonte: G1/DF
Foto: Andre Borges/Agência Brasília