Desistência de Joaquim Barbosa enfraquece palanque de Rollemberg
Defensor de primeira hora da candidatura de Joaquim Barbosa ao Planalto, o governador Rodrigo Rollemberg amarga o anúncio da desistência do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), feito na manhã desta terça-feira (8/5), pelo Twitter. Barbosa era a grande aposta do Partido Socialista Brasileiro (PSB) para sair das sombras e finalmente assumir a cabeça de uma chapa nacional nas eleições.
Para Rollemberg, ter a companhia de um presidenciável – com potencial para conquistar votos no Distrito Federal – nos palanques era um alento diante do afastamento de antigos aliados e das dificuldades para estabelecer alianças em um cenário de pouca popularidade com os eleitores há poucos meses do início da campanha eleitoral.
Na tarde desta terça-feira (8), em agenda no Palácio do Buriti, o governador disse que o jurista “fará falta”. “A gente tem que respeitar. É uma decisão de caráter individual. O Joaquim Barbosa é um brasileiro que reúne todas as condições para ser presidente da República. Ele comunica valores que a população brasileira quer ver na política, portanto, sem dúvida, fará falta”, declarou o chefe do Executivo local.
O governador, porém, tentou minimizar a perda. Segundo Rollemberg, o partido continua em busca de construir uma unidade no campo progressista. “O PSB vai trabalhar para construir uma aliança de forças políticas importantes para o país”, concluiu.
Barbosa anunciou que ficará de fora do pleito pelo Twitter. “Está decidido. Após várias semanas de muita reflexão, finalmente cheguei a uma conclusão. Não pretendo ser candidato a Presidente da República. Decisão estritamente pessoal”, escreveu o ministro aposentado.
No mês passado, uma pesquisa do Datafolha decepcionou os líderes socialistas. Barbosa foi incluído em todos os cenários testados e oscilou entre 8% e 10% das intenções de voto, desempenho melhor do que de outros presidenciáveis, mas aquém do que apostava a legenda. Mesmo assim, nomes de peso do PSB começaram a montar uma estrutura de campanha e a procurar aliados a fim de compor a chapa do ex-ministro, apesar de Barbosa nunca ter afirmado sua disposição a encarar o pleito.
Com Barbosa fora do páreo, o cenário para outubro pode favorecer outros candidatos ditos da esquerda. Marina Silva, da Rede, tem potencial para abocanhar parte dos eleitores que estavam convictos a apostar no ex-ministro. Outro com chances de herdar os votos de Barbosa é Ciro Gomes (PDT). O pedetista pode se aproveitar justamente daqueles que viam no ex-presidente da Corte Suprema um candidato de centro-esquerda.
Colaborou Isadora Teixeira
Fonte: Metrópoles
Foto: Michael Melo/Metrópoles