Diretoria do SindSaúde aclama Paulo Delgado como conselheiro emérito do Espaço NovaMente
Sociólogo é responsável pela lei que acabou com manicômios no país e é parceiro do projeto
A diretoria do SindSaúde, em reunião nesta terça-feira (23), confirmou a escolha do sociólogo Paulo Delgado como Conselheiro Emérito do Centro de Atendimento e Estudos da Saúde do Servidor Público do DF (Espaço NovaMente). Professor e deputado constituinte, Delgado foi o responsável pela Lei da Reforma Psiquiátrica brasileira, que acabou com os manicômios no país e instituiu o cuidado em liberdade.
Ao receber o título de conselheiro emérito, Paulo Delgado alegou que “o Brasil está precisando de conciliação, de gente que estenda a mão. Segundo ele, “essa é a ideia da NovaMente”. O sociólogo é parceiro da NovaMente desde o início do projeto. Participou do lançamento, em março, e de reuniões no Espaço para alinhamento do projeto básico.
“Hoje aqui vejo parceiros e, ao mesmo tempo, estimuladores dessa nova maneira de olhar o sofrimento e a vida do servidor público do DF. Minha intenção é fazer com que esse projeto circule, que o trabalho prático consolide as teorias e vá se estendendo. Que empolgue a administração pública brasileira e vire norma nacional. Seja uma semente”, revelou Delgado.
A presidente do SinSaúde, Marli Rodrigues, diz que “é a NovaMente que ganha com o título concedido hoje”. Para ela, “esses e outros parceiros ajudaram a consolidar um projeto tão audacioso como a NovaMente”.
O diretor técnico da NovaMente, Lúcio Costa, afirmou que o agora conselheiro emérito Paulo Delgado “representa a essência” da instituição. Segundo ele, as ideias de Paulo Delgado reiteram tudo o que a NovaMente prega.
Homenagens
Também foram homenageados outros dois parceiros da NovaMente – os deputados distritais Rodrigo Delmasso (PRB) e Reginaldo Sardinha (Avante).
Delmasso reforçou a necessidade de cuidados com os servidores da Saúde, por serem eles os responsáveis por cuidar da população. “Não adianta nada termos hospitais bonitos, UPAs maravilhosas, se quem atende tá doente”. Ele já destinou emendas parlamentares ao projeto e se comprometeu a apoiar NovaMente durante todo o seu mandato.
Na solenidade, o deputado distrital Reginaldo Sardinha (Avante) afirmou que conhece bem a realidade de servidores públicos que precisam de ajuda. O parlamentar trabalhou por 20 anos como agente penitenciário. “Como eu saio de um lugar penoso [sistema prisional] e não vou apoiar um projeto desses? Tão incrível e que, além de tudo, vai se preocupar com a pesquisa e apontar onde estão os problemas”, completou.
NovaMente
O Centro de Atendimento e Estudos da Saúde do Servidor Público do DF (Espaço NovaMente) é uma instituição sem fins lucrativos para desenvolvimento de pesquisa sobre a saúde mental dos trabalhadores.
O Centro tem o objetivo de intervir, acolher e atender os servidores que se encontrem afastados do trabalho em decorrência do sofrimento mental e pesquisar os motivos que geram e mantêm esses sintomas no contexto de trabalho, buscando auxiliar na formulação e qualificação de políticas públicas e outras estratégias de intervenção que incidam sobre as condições que geram o adoecimento.
O trabalho é realizado a partir de uma interlocução e acompanhamento do servidor adoecido com os dispositivos que prezam pelo cuidado em liberdade e pelo fortalecimento dos vínculos com seu território.
Espaço
O atendimento e acolhimento na NovaMEnte será feito por uma equipe multidisciplinar de psicólogos, assistentes social, fisioterapeuta, enfermeiro, educador físico, nutrólogo e terapeuta ocupacional.
O espaço, de 4 mil metros quadrados de área verde e 800 metros quadrados de área construída, fará uma ponte entre o tratamento oferecido na rede pública e privada aos servidores e demais espaços para acolhimento.
Servidor doente
Segundo dados do relatório da Diretoria de Epidemiologia em Saúde do Servidor (2015 – 2017), foram 40 mil afastamentos na assistência à Saúde no período. Desses, 22,6% das licenças no GDF foram por ansiedade, depressão e stress grave – ou seja, a cada 5 servidores afastados, 1 é por motivo de doença psicológica.
Fonte: Equipe NovaMente – Foto: Divulgação/Equipe NovaMente