Economia no DF cresce 1,7% no segundo trimestre
Boletim de Conjuntura, da Codeplan, mostra: variação da atividade econômica local foi mais alta do que a do PIB brasileiro nos seis primeiros meses deste ano
Pouco a pouco, a economia do DF vai dando sinais de recuperação. O Índice de Desempenho Econômico do Distrito Federal (Idecon-DF), que mede a variação do nível de atividade da região, registrou no segundo trimestre do ano (abril/maio/junho) uma alta de 1,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo o Boletim de Conjuntura do DF, elaborado pela Codeplan, é o segundo trimestre consecutivo que o indicador aponta variações maiores que as do PIB do Brasil, que no mesmo período acumulou variação de 1,0% (veja gráfico).
Entre os responsáveis pelo ‘empurrão’ na economia distrital estão atividades como a agropecuária, com variação positiva de 2,8%; serviços, com 1,8% e; indústria, com 0,9%.
Nesta última, o destaque é o segmento da construção civil: esse setor específico, que desde 2013 sofria com o mau desempenho econômico, agora registra uma leve recuperação de 0,1%.
“Foi um primeiro semestre positivo para a economia do Distrito Federal. Entre os destaques está a construção civil que, após um longo período de retração, apresentou uma pequena recuperação. É importante essa retomada, pois a construção civil representa mais de 50% da indústria do DF e move boa parte da economia”, explica o presidente da Codeplan, Jean Lima.
O engenheiro civil Lorymer Araújo confirma a melhora no mercado. “Sem dúvidas, as coisas estão menos difíceis, principalmente porque o governo está fomentando o desenvolvimento do setor”, afirma. Ele detalha uma série de obras, como as de infraestrutura em Vicente Pires e revitalizações pontuais no Plano Piloto. “No início desse ano, eu sozinho contratei mais de 150 pessoas”, detalha o empresário.
Os processos estão andando e paga-se em dia – e isto é muito importante para o empresário cumprir com suas obrigações nos prazos corretosLorymer Araújo, engenheiro e empresário
A empresa dele ganhou a licitação da reforma da 511/512 Sul, cujos trabalhos estão em estágio de finalização. “Estou vendo o empenho não só do GDF, como também do BRB, que promove linhas crédito. Todos estão alinhados para colocar a roda pra girar”, acrescenta. Lorymer explica que não esperava que a dinâmica do governo seria tão eficiente. “Tenho um sentimento de que até o comércio melhorou. A gente observa que as pessoas estão comprando mais”, conclui.
O sentimento de Lorymer também pode ser comprovado pelos estudos da Codeplan. Eles mostram que o setor de serviços se fortaleceu nos últimos meses e, se tornou, um grande aliado com reflexos positivos na economia local. Responsável por 94,9% da movimentação econômica do DF, a trajetória ascendente do segmento se deve principalmente ao comércio, que registrou crescimento de 1,9% no trimestre (março/abril/junho), depois de três trimestres de queda desde 2018.
Agropecuária
Só na comparação com dos segundos trimestres deste ano com o de 2018, a elevação na Agropecuária foi de 2,8%. As culturas de feijão e de milho foram os destaques da produção local tanto no primeiro quanto no segundo trimestre de 2019.
No Brasil, a agropecuária mostrou leve alta de 0,4% no trimestre, resultado de aumentos na produção de algodão herbáceo e de milho, e de quedas na produção arroz e café, e de um bom desempenho da pecuária.
A produção de soja também variou positivamente, ainda que pouco. No entanto, esse produto específico – assim com os outros preponderantemente do setor primário – teve queda nas exportações.
Aliás, as exportações mostram, segundo técnicos da Codeplan, uma situação mais preocupante: houve queda de 50% no segundo trimestre de 2019, quando comparado ao mesmo período de 2018. Com esse resultado, a queda do semestre chegou a 51% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Fonte: Agência Brasília – Foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília