Em crise financeira, UnB vai mais que dobrar valor de refeições no RU
O Diretório Central dos Estudantes está analisando medidas para impedir o aumento, considerado “exorbitante” pela entidade
O Conselho de Administração (CAD) da Universidade de Brasília (UnB) decidiu aumentar o preço da refeição para alunos que não pertencem aos programas de assistência estudantil. De R$ 2,50, o valor passará a R$ 2,80, para o café da manhã. No caso de almoço e jantar, R$ 5,20. O Diretório Central dos Estudantes está analisando medidas a fim de impedir o reajuste, considerado “exorbitante”.
Ainda não foi definida a data em que os novos preços entrarão em vigor. Desde o início do ano a Reitoria da UnB tenta reajustar o valor das refeições. A proposta inicial previa aumento de até 160%, dependendo da condição financeira do estudante, visitantes e servidores. Os valores chegariam a R$ 13. Mas, diante da repercussão negativa, os percentuais foram alterados.
Segundo a UnB, o valor pago pelos usuários da comunidade acadêmica não tem reajuste desde 1994. Alega ainda que o orçamento da instituição vem caindo: em 2017, o corte foi de 45% em relação ao ano anterior. A universidade passa por sua pior crise financeira. A reitoria chegou a ameaçar suspender as aulas a partir de agosto, caso a situação não melhorasse.
Reprodução/UNB
Atualmente, a maioria das refeições no restaurante é consumida por usuários do Grupo III: estudantes de graduação e pós (stricto sensu) e servidores do quadro da UnB.
O contrato com a Sanoli – empresa terceirizada responsável pelo fornecimento das refeições no RU e por toda logística do processo (incluindo a manutenção dos equipamentos, a segurança e o atendimento aos usuários) – custou à universidade, no ano passado, R$ 27 milhões.
Desse total, R$ 7,8 milhões foram pagos com recursos provenientes da assistência estudantil. O restante (R$ 19,8 milhões) veio do orçamento de manutenção da universidade. A previsão é de que, neste ano, se nenhum ajuste for feito, o valor gasto com o RU chegue a R$ 31 milhões, o equivalente a 21% do orçamento da UnB.
Chefe de gabinete da reitoria, Paulo César Marques explicou ao Metrópoles que a instituição vai tentar negociar um valor menor para o próximo contrato, reduzindo o preço das refeições. “Vamos ver se isso é possível”, disse. Segundo ele, a discussão está sendo tratada há um ano e meio na comunidade universitária: “Querem manter o congelamento, mas isso é insustentável”.
De acordo com Marques, os novos valores representarão uma economia de R$ 10 milhões anuais na política de subsídios da universidade.
Fonte: Metrópoles
Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles