Empreendedorismo em tempos de crise
Brasileiros buscam maneiras de empreender, enquanto enfrentam baixas perspectivas de recolocação no mercado
No atual cenário econômico, os brasileiros buscam refazerem suas vidas. A situação de desemprego de mais de 13 milhões de pessoas parece com poucas perspectivas de mudar no curto prazo. O universo do trabalho agora está fazendo as pessoas descobrirem quais são seus talentos e vocações e passarem a apostar nisso. Não só contribuindo para a Economia, como para elas mesmas.
Segundo o Portal do Empreendedor – MEI, no início do mês de julho, cerca de 185 mil microempresários haviam optado pelo sistema de recolhimento de tributos em valores fixos mensais (abrangido pelo Simples Nacional). O número é 19% maior do que no final de dezembro de 2018. O crescimento é bem superior ao aumento do emprego formal entre dezembro de 2018 e maio de 2019.
A crise implica em criar algo. Grande parte da população passou a tentar descobrir como usar suas habilidades, enquanto se sentem divididos entre dois cenários. Em um deles, o cidadão procura descobrir como prestar um serviço com base no trabalho para o qual estudou e sempre direcionou sua vida. A pessoa busca empreender porque reviu seu conhecimento e está se reinventando.
Em outro, mais incerto, uma pessoa acostumada com uma função relacionada a, por exemplo, engenharia, começa a investir em algo que gosta, como cozinhar. E acaba fazendo uma “virada de página” em sua vida. Se reinventando e tendo a coragem para fazer algo completamente novo.
O sucesso disso, nesse sentido, está em ter como foco aliar equilíbrio e tranquilidade financeira com qualidade de vida. E isso passa por ter autoconhecimento e acreditar que consegue realizar uma nova atividade. Se renovar, se reinventar.
Há muito mais pessoas buscando alternativas que também ofereçam produtos agregados. Com preço bom e qualidade. E muitas estão se tornando até mais satisfeitas em suas vidas.
Outro fator a ser observado é que, ao empreenderem, os brasileiros buscam o que realmente lhes dá prazer além do dinheiro. No entanto, para empreender é necessário haver planejamento e análise da situação. E realizar questionamentos como: “O que estou oferecendo tem receptividade? Quanto consigo investir? O que consigo vender? Isso conseguirá me sustentar financeiramente?”
Uma vez que a pessoa identificou isso e o que lhe dê uma missão pessoal, é preciso colocar em prática. “Que tipo de ação é preciso tomar? Posso trabalhar sozinho? Preciso de ajuda? Que meios usarei?” E, após isso, ajustar o planejamento para a sua realidade e agir de acordo com ela.
É um desafio constante esse planejamento e é o momento de criar novas oportunidades, pautadas em informações concretas e adequando à própria realidade. A ajuda de um profissional que possa fazer uma consultoria pode expandir a visão de negócios.
O dinheiro muda de mãos. Mas é preciso encontrar a própria forma de fazê-lo chegar até seu negócio. Às vezes, até se inspirando em algo que já tenham feito.
* Dora Ramos é contadora e orientadora financeira com mais de 30 anos de experiência, formada em Contabilidade pela Universidade de Mogi das Cruzes. Empreendedora desde os 21 anos e CEO da Fharos Contabilidade e Gestão Empresarial.
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Fonte: Grupo Image – São Paulo/SP – Por Hiago Viana – Foto: Reprodução