Entrevista de Hélio Laranjeira revela: O futuro da educação é à distância
A entrevista de hoje será feita com Hélio Laranjeira, presidente e proprietário do Residência Educação, um dos maiores portais de Ensino à Distância (EAD) do Brasil e o único certificado pelo MEC a oferecer o Ensino Médio completo à distância.
Coluna Política: Boa tarde, Hélio, minha primeira pergunta é: qual a diferença entre o ensino tradicional e o ensino à distância?
Hélio Laranjeira: Boa tarde! A principal diferença está no alcance do Ensino à Distância (EAD), que pode ir para os 4 cantos do Brasil sem a necessidade de um ambiente físico. Além disso, os métodos de aprendizado no EAD são voltados para a realidade das futuras gerações. Quadro negro e giz branco não prendem a atenção dessa garotada conectada 24h, mas um jogo interativo no qual ele participa ativamente da aula pode significar ganhos expressivos na absorção do conhecimento.
Coluna Política: É possível ensinar por meio de games?
Hélio Laranjeira: Claro! Essa é uma tendência mundial, não só nas salas de aula, mas também nos treinamentos de ambientes corporativos e, em outras arenas nas quais o conhecimento é peça chave para a inovação, geração de renda e empregos. A Gameficação está voltada ao conhecimento prático, o ensino técnico, por exemplo, prepara os jovens para o mercado de trabalho, além do conhecimento teórico, formamos um profissional que está apto a trabalhar. O Brasil carece de mão-de-obra em todos os setores, o Residência Educação proporciona uma plêiade de cursos técnicos que poderá ser uma base para uma futura graduação na área.
Coluna Política: O que é o Residência Educação?
Hélio Laranjeira: É a maior plataforma de ensino à distância do Brasil. Em suma, o Residência Educação supre a falta de educadores das escolas básicas, prepara técnicos capacitados para a indústria e é o único a oferecer o Ensino Médio à distância reconhecido pelo MEC. Nossos professores são mestres e doutores, temos estúdios em São Paulo, Brasília, Maceió e Cuiabá, além de Polos de Apoio Presencial, como o CETEB, em Brasília. O diferencial dos nossos produtos é a utilização do processo Blended Learning, no qual existe um mix de métodos que otimiza a aprendizagem. Basicamente, o Residência é a utilização da tecnologia a serviço da Educação.
Coluna Política: Qual é o papel da tecnologia no futuro do ensino do Brasil?
Hélio Laranjeira: A tecnologia quebra as barreiras físicas e impulsiona a economia de um país. Os países mais ricos do mundo investem pesado em Tecnologia e em Educação, o EAD junta esses dois pilares. No Brasil, muita gente não completa o Ensino Médio por falta de oportunidade, porque teve que trabalhar muito cedo. Nós temos uma modalidade que permite o Ensino de Jovens e Adultos (EJA) à distância, a pessoa pode trabalhar normalmente durante o dia e terminar o Ensino Médio à noite, em casa. A internet já revolucionou o mundo e é a partir dela que as grandes transformações continuarão acontecendo. Nas localidades onde a internet é precária, o Residência Educação pode chegar por meio de satélite. A capilaridade do ensino à distância é tão grande quanto a proliferação dos smartphones. Se um jovem é capaz de passar horas no celular assistindo o Youtube ou no Netflix, porque ele não passa 1 ou 2 horas aprendendo um curso técnico?
Coluna Política: Qual a vantagem do Ensino Técnico?
Hélio Laranjeira: A primeira vantagem do Ensino Técnico é formar um profissional, num período de tempo mais curto que será, rapidamente, contratado. A segunda vantagem é proporcionar experiência de trabalho ao jovem antes de ele decidir ficar 4 anos estudando numa faculdade e não atuar na sua área. Hoje, o Brasil investe 70% do dinheiro da Educação nas faculdades e, somente, 30% na formação básica. Isso causa uma inversão que faz com que: os pobres estudem o Ensino Médio na escola pública, enquanto os ricos estudam nas particulares. Depois disso, os ricos passam nos vestibulares e ingressam nas universidades públicas, que são gratuitas, e os pobres vão pagar um ensino superior numa faculdade particular. Os impostos da sociedade estão sendo duplamente mal-empregados na Educação.
Coluna Política: Essa inversão possui reflexos maiores?
Hélio Laranjeira: Muito maiores, por exemplo, a população carcerária do Brasil supera os 700 mil presos. O Estado gasta 5 mil reais com um preso por mês e 3 mil reais com um aluno da escola básica por ano. O retorno que o Brasil tem investindo pouco na Educação Básica e muito na Ensino Superior é o agravamento das desigualdades de renda, de oportunidades e até de direitos. Isso vai gerar, entre outras coisas, maior criminalidade entre as pessoas de baixa renda e um ciclo vicioso da pobreza. De outro lado, a ressocialização prometida pelo Estado aos presidiários é nula, por isso nós temos um projeto de levar o conhecimento para os presídios utilizando a plataforma de EAD. A perspectiva de mudança nos próximos anos e no novo governo que irá assumir em 2019 é imensa!
Coluna Politíca: Qual a sua expectativa para a Educação nos próximos anos?
Hélio Laranjeira: Estou muito otimista! O simples fato de a nova administração reconhecer que existe a possibilidade de mudança e de aceitar novos métodos e novos canais, provoca uma grande expectativa. Gostaria que as mudanças fossem mais profundas e mais céleres, mas sei que isso é um pouco difícil de acontecer. Por exemplo, existem conhecimentos que são muito relevantes e que não entrarão na Base Comum Curricular, como o relacionamento interpessoal. Hoje, essa habilidade é um grande diferencial no mercado de trabalho. O grande problema da Educação no Brasil é se desvincular da realidade, tanto de não acompanhar os avanços tecnológicos e fazer com que eles se tornem aliados no aprendizado, quanto de separar o conhecimento teórico e prático. Nas escolas básicas e nas universidades não formamos profissionais, formamos uma pessoa com uma bagagem teórica gigantesca e, não raras vezes, com zero de prática, sem ter feito um estágio na área.
Fonte: Coluna Política
Por Carla Castro de Nóbrega
Foto: Reprodução