Especialista lista tradicionais práticas e cuidados essenciais em relação aos remédios caseiros brasileiros
Com a rica biodiversidade de plantas brasileiras e outros componentes, é possível criar variados medicamentos
No Brasil, é comum que as pessoas busquem remédios caseiros para tratar diversas condições, como resfriados, gripes, dores musculares e problemas digestivos. Essas soluções envolvem o uso de ervas ou minerais com propriedades terapêuticas, preparadas em casa.
Contudo, é crucial ressaltar que a prática de utilização de plantas para tratamento terapêutico ocorre frequentemente sem a supervisão dos farmacêuticos, o que pode representar um risco para a população. Pois, existe possibilidade de interações entre esses produtos “naturais” com os medicamentos que o paciente possa estar fazendo uso, assim como interferências nos resultados de exames laboratoriais ou mesmo uma intoxicação.
Para garantir a segurança dos pacientes, é fundamental que recebam orientação de um farmacêutico. Esses especialistas alertam sobre os riscos de toxicidade, interações medicamentosas e a maneira mais segura de utilizar as terapias alternativas.
Abaixo, a coordenadora do curso de Farmácia da Faculdade Anhanguera, Melissa Deuner, explica um pouco mais sobre essa terapêutica.
Plantas medicinais são espécies vegetais que possuem componentes ativos, como compostos químicos e substâncias naturais, que possuem propriedades terapêuticas. Essas plantas têm sido utilizadas ao longo da história por diversas culturas para tratar e prevenir doenças, aliviar sintomas e promover a saúde. Suas propriedades medicinais podem ser encontradas em diversas partes da planta, como folhas, flores, raízes, cascas e sementes. O uso de plantas medicinais é fundamentado no conhecimento tradicional transmitido de geração em geração e, em muitos casos, é respaldado por evidências científicas que comprovam a eficácia de determinados compostos presentes nessas plantas. É importante notar que, embora muitas plantas medicinais tragam benefícios à saúde, o uso adequado e seguro deles requer conhecimento sobre as propriedades específicas de cada planta, suas interações possíveis com medicamentos e as condições de saúde individuais. Além disso, é incomum buscar orientação profissional, como fitoterapeutas ou profissionais de saúde, ao utilizar plantas medicinais para tratamentos específicos.
O uso de extratos vegetais como terapia medicamentosa, conhecido como fitoterapia, é uma prática que envolve a utilização de compostos bioativos presentes em plantas para tratar e prevenir doenças. Extratos vegetais podem ser obtidos a partir de diversas partes das plantas, como folhas, flores, raízes, cascas e sementes.
Aqui estão algumas formas comuns de aplicação:
- Infusões e Decocções: preparação de chás ou infusões técnicas utilizando partes específicas da planta, como folhas ou flores. Este método é utilizado frequentemente para tratar condições como distúrbios digestivos, resfriados e problemas respiratórios;
- Tinturas: extratos alcoólicos que concentram os princípios ativos da planta. As tinturas podem ser administradas sob a língua ou diluídas em líquidos. São usados para uma variedade de propósitos, desde o alívio da ansiedade até o suporte ao sistema imunológico;
- Óleos Essenciais: extraídos de plantas aromáticas, os óleos essenciais são utilizados na aromaterapia e podem ser aplicados topicamente, diluídos em óleos carreadores. Há propriedades que podem beneficiar a saúde física e emocional;
- Cápsulas e Comprimidos: extratos vegetais podem ser encapsulados ou transformados em comprimidos para facilitar a administração e garantir doses controladas. Essa forma é comum em suplementos fitoterápicos;
- Pomadas e Unguentos: preparações tópicas que incorporam extratos vegetais e são aplicadas na pele para tratar problemas cutâneos, inflamações ou dores locais.
É importante destacar que, embora os extratos vegetais proporcionem benefícios à saúde, seu uso deve ser feito com responsabilidade. A dosagem correta, a identificação precisa da planta e a consideração de possíveis interações com medicamentos são aspectos cruciais. Consultar um profissional de saúde, como um fitoterapeuta ou médico, é recomendado para garantir um uso seguro e eficaz da fitoterapia.
O chá de ervas é uma infusão feita a partir das folhas, flores, raízes ou sementes de plantas medicinais. Essas infusões são conhecidas por suas propriedades terapêuticas e são consumidas por diversas culturas ao redor do mundo. O chá de ervas pode ter diferentes especificidades, dependendo das plantas utilizadas. Alguns dos propósitos mais comuns incluem:
- Propriedades Medicinais: muitas ervas possuem propriedades medicinais que podem ajudar a aliviar sintomas de diversas condições, como resfriados, dores de estômago, insônia, entre outras;
- Relaxamento e Calmante: algumas ervas, como a camomila e a valeriana, são conhecidas por suas propriedades relaxantes, podendo auxiliar no alívio do estresse e da ansiedade;
- Digestão: ervas como hortelã-pimenta e erva-doce são frequentemente utilizadas para ajudar na digestão e aliviar desconfortos estomacais;
- Anti-inflamatórios: algumas ervas, como o mais e a cúrcuma, possuem propriedades anti-inflamatórias e podem ser usadas para reduzir a inflamação no corpo;
- Desintoxicação: certas ervas, como o dente-de-leão e o chá verde, são consideradas diuréticas e podem ajudar na eliminação de toxinas do organismo.
Muitas pessoas apreciem o chá de ervas por seus potenciais benefícios à saúde, é sempre aconselhável procurar orientação de profissionais de saúde, especialmente se for necessário utilizar o chá como parte de um tratamento para condições específicas. Além disso, algumas plantas podem interagir com medicamentos ou causar reações adversas em certos indivíduos.
O mel e o própolis são conhecidos por suas propriedades antibacterianas, antioxidante e anti-inflamatória. Evite o uso em crianças com menos de dois anos de idade e pessoas alérgicas ao mel.
Os óleos vegetais como terapia medicamentosa, conhecido como aromaterapia, é uma prática que se baseia nas propriedades terapêuticas de óleos essenciais extraídos de plantas. Estes óleos são obtidos a partir de flores, folhas, raízes, cascas e outras partes das plantas e possuem voláteis que podem ter efeitos físicos, mentais e emocionais.
Algumas formas comuns de uso de óleos vegetais na terapia medicamentosa:
- Difusão: os óleos essenciais podem ser difundidos sem usar um difusor. Isso permite que as moléculas aromáticas se espalhem no ambiente, podendo proporcionar efeitos calmantes, estimulantes ou purificadores, dependendo do óleo utilizado;
- Massagem: misturar óleos essenciais em óleos vegetais carreadores para aplicação na pele durante massagens. Esta abordagem pode ajudar na coleta de compostos terapêuticos, proporcionando benefícios relaxantes, anti-inflamatórios, ou outros, dependendo dos óleos usados;
- Inalação: inalar diretamente ou adicionar óleos essenciais a água quente para inalação. Isso pode ter efeitos positivos no sistema de radiação e auxiliar em questões como gerenciamento nasal e desconforto;
- Banho: adicionar óleos essenciais a um banho pode oferecer benefícios terapêuticos, incluindo relaxamento muscular, relaxamento do estresse e promoção do sono;
- Compressas: utilizar compressas com óleos essenciais diluídos em água morna pode ser benéfica para aliviar dores localizadas, como dores musculares ou articulares.
“Antes de utilizar qualquer tratamento caseiro, é recomendável consultar um médico ou um farmacêutico, especialmente em casos de gravidez, alergias ou outros tratamentos com diferentes medicações. É importante seguir essa recomendação para garantir o diagnóstico e tratamento adequado. Certifique-se de que as informações sobre os remédios sejam provenientes de fontes confiáveis, além de seguir as dosagens com precisão, já que o uso excessivo pode ocasionar efeitos indesejados e ser um risco à saúde”, finaliza a docente.
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Fonte: Assessoria de Imprensa – Cogna/SP
Por Nicholas Montini Pereira
Foto: Divulgação