Evento debate modelo de gestão por OS em Goiás

O modelo de gestão público-privada na área da saúde reuniu em Goiânia profissionais da sociedade civil e servidores da SES-GO

Divulgação/SES-GO

O papel das Organizações Sociais (OS) na rede de saúde pública foi debatido por representantes de diversos segmentos da sociedade civil e governamental na manhã desta segunda-feira, 15, em Goiânia. O titular da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES), Ismael Alexandrino; o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e secretário de Estado da Saúde do Pará, Alberto Beltrame; membros do Tribunal de Contas da União (TCU), Controladoria Geral do Estado de Goiás (CGE-GO) e do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCE-SC), falaram sobre diversos temas voltados para o atual modelo de gestão das unidades de saúde administradas por OS.

No evento, promovido pelo Instituto Brasileiro de Organizações Sociais de Saúde (Ibross) e a Associação Goiana de Integralização e Reabilitação (Agir), Ismael Alexandrino retratou os aspectos do Sistema Único de Saúde (SUS) e os avanços do sistema desde a sua implantação, em 1988. Baseado na Lei 8.080, base para a implementação do SUS no Brasil, Alexandrino pontuou as bases do sistema para os gestores públicos de saúde, focados na universalidade, equidade e integralidade. “O SUS é um marco para a sociedade brasileira e é fundamental que os gestores se preocupem em garantir o acesso dos usuários aos serviços oferecidos nas redes de saúde”, afirmou.

Divulgação/SES-GO

Alexandrino pontuou, cronologicamente, os avanços do sistema até chegar na regulamentação da gestão por OS em Goiás, em 2005. Segundo ele, o sucateamento das estruturas, a precariedade nos atendimentos e a lentidão da gestão foram os pontos-chave para a necessidade da implantação desse modelo no Estado, que mostra notáveis avanços nos hospitais da SES após a parceria. “Atualmente podemos perceber a equiparação da saúde pública estadual aos serviços oferecidos na rede privada. E, em até três anos, nossa meta é superar a qualidade dos serviços oferecidos na rede de saúde particular”, adiantou o secretário.

Referência

Em Goiás, o modelo de gestão por OS começou em 2002, com a Agir assumindo as atividades do Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer). A unidade é referência na assistência à pessoa com deficiência e é o primeiro hospital de reabilitação do País e o primeiro hospital público do Centro-Oeste com certificado de Acreditação em Excelência – Nível 3 da Organização Nacional de Acreditação (ONA-3).

O secretário de Estado da Saúde de Goiás aproveitou a oportunidade para falar das estruturas de governança das OS – Conselho de administração e contrato de gestão – e sobre as interferências do Estado na Organizações Sociais por meio do contrato de gestão, fiscalizando e estipulando metas para o cumprimento. Ressaltou que a cogestão é fundamental para manter uma relação de confiança entre Estado e organização, selando parceria, promovendo confiança, permitindo resultados assistenciais, operacionais e financeiros. “Esse modelo é uma ferramenta que permite modernização da gestão pública, para oferecer mais qualidade nos serviços prestados aos nossos usuários”, avaliou.

Para o presidente do Conass, Alberto Beltrame, o modelo de OS promove uma modernização nas unidades hospitalares. “O uso desse modelo de forma consciente pode render frutos como menores custos e melhores resultados”, disse. Beltrame também lembrou dos repasses financeiros para o custeio do SUS no Brasil, por meio de repasses obrigatórios de União, Estados e municípios, e afirmou que, assim como a modernização com a implantação das OS, também se fazem necessárias ferramentas para a modernização da administração direta: “Como secretário de saúde, (percebo que) o aprimoramento do SUS deve ser constante, superando obstáculos e levando mais qualidade para os cidadãos”.

Fiscalização

A auditora do TCU, Deane D’Abadia Morais, e o auditor do TCE de Santa Catarina, Silvio Bhering Sallum, apresentaram as formas de fiscalização usadas para o controle financeiro nesse modelo de gestão. Eles apresentaram pesquisas e ferramentas que colaboram para que a transparência seja norteadora, como a eficiência do gasto público. O controlador0geral do Estado de Goiás, Henrique Ziller, também participou do workshop e avaliou os erros e acertos do modelo das OS em Goiás.

Fonte: Comunicação Setorial da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás

Fotos: Sebastião Nogueira

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