Falta de cateter ameaça vida de bebês internados em UTIs neonatais
Gestor do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) solicitou abastecimento à Secretaria de Saúde e alertou sobre risco de morte dos pacientes
A falta de insumos na rede pública de saúde do Distrito Federal ameaça a vida de bebês internados em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). O baixo estoque de cateter central de inserção periférica foi constatada pelo chefe do Núcleo de Farmácia do local, Diego Nunes Moraes, em memorando encaminhado à Secretaria de Saúde (SES).
No documento, protocolado em 7 de junho, o gestor alerta sobre a inexistência de processo em curso para a compra dos cateteres e pede o restabelecimento imediato diante do “risco de morte” dos pacientes.
“É um insumo indispensável para os recém-nascidos, na grande maioria, de baixo peso que requerem esse dispositivo para assegurar seu crescimento e desenvolvimento, já que os órgãos associados à sucção e nutrição ainda não estão totalmente desenvolvidos” Trecho do memorando assinado pelo chefe da Farmácia do HRSM, Diego Nunes Moraes
A presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Brasília (SindSaúde), Marli Rodrigues, questionou a falta de reação das autoridades da saúde pública do DF e classificou a situação como “infanticídio”. “A omissão na saúde, talvez seja um dos mais graves tipos de corrupção ou conduta criminosa porque ela mata”, afirmou.
Além de denunciar o risco aos quais os bebês internados em UTIs neonatais estão submetidos, o sindicato também alerta obre o baixo estoque de seringas de 1ml, usadas para aplicação de vacinas contra febre amarela, tríplice viral e outras. De acordo com outro documento, assinado pela chefe do Núcleo de Rede de Frio da Secretaria de Saúde do DF, Tereza Luiza de Souza Pereira, há cerca de 500 unidades na rede pública. O consumo mensal, no entanto, seria de 32 mil seringas por mês.
Confira abaixo, os documentos com alerta para o desabastecimento da rede pública:
Outro lado
Procurada, a Secretaria de Saúde informou que as seringas de 1ml foram adquiridas e a empresa vencedora da licitação atrasou a entrega do insumo. A pasta já notificou o fornecedor e aguarda o recebimento do produto para reabastecer a Rede de Frios. No momento, as salas de vacina fazem remanejamento entre elas para evitar que os pacientes deixem de ser imunizados.
Com relação aos cateteres, a secretaria esclarece que dois pregões eletrônicos fracassaram devido à má qualidade do produto apresentado pelas empresas interessadas em participar das licitações. Para garantir o abastecimento, a Secretaria de Saúde iniciou outros dois processos de aquisição de cateteres. Para evitar que os pacientes fiquem desassistidos, as unidades de saúde compraram o insumo com verba do Programa de Descentralização Progressiva das Ações de Saúde (PDPAS).
Fonte: Metrópoles
Foto: Internet/Reprodução