Flip divulga a lista de autores convidados da edição 2018

 

Feira receberá ainda o egípcio André Aciman e o americano Colson Whitehead

MAURÍCIO MEIRELES – A Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) anunciou, na manhã desta terça-feira (5), a programação completa da edição deste ano, que acontece de 25 a 29 de julho. Entre os nomes que ainda não haviam sido anunciados, destacam-se o americano Colson Whitehead (foto), autor de “The Underground Railroad” (HarperCollins), e a russa Liudmila Petruchévskaia, autora de “Era uma Vez uma Mulher que Tentou Matar o Bebê da Vizinha” (Companhia das Letras).

A Flip receberá ainda o egípcio André Aciman, autor do best-seller “Me Chame Pelo Seu Nome” (Intrínseca), que debate com a franco-marroquina Leïla Slimani, ganhadora do Goncourt de 2016 com “Canção de Ninar” (Tusquets).

Quem olhar esses autores pode ter a impressão de que, como no ano passado, a curadora Joselia Aguiar deixou de apostar em grandes nomes do “star system” literário. É verdade que grande nome, na Flip, costumava ser sinônimo de escritor de língua inglesa – e mais uma vez o idioma não está no centro de tudo –, mas esses são autores bem estabelecidos no mercado internacional.

Whitehead, por exemplo, ganhou o Pulitzer em 2017, e Petruchévskaia é celebrada fora da Rússia –eles apenas são menos conhecidos no Brasil.

O mesmo vale para Slimani e, em menor grau, Aciman. Dessa forma, a curadoria também aposta em nomes inéditos ou desconhecidos do grande público –caso do congolês Alain Mabanckou (“Memórias de Porco-Espinho”, ed. Malê) e da italiana de ascendência somali Igiaba Scego (“Adua”, ed. Nós).

Os dois, como Aciman e Slimani, exemplificam outra das linhas destacadas pela curadora, o multiculturalismo. Na nova programação, o público verá autores que nasceram em um lugar, cresceram ou vivem em outro. Outra das marcas da curadoria de Aguiar, que já havia aparecido ano passado, permanece: o uso do autor homenageado como leitmotiv para a composição das mesas.

Por isso os debates terão como norte alguns dos temas centrais da obra ou da vida de Hilda Hilst, homenageada deste ano: o sagrado, o erótico, a finitude, a falta de leitores, o silêncio da crítica. Assim, a edição deste ano é diferente da anterior.

Enquanto Lima Barreto norteava o evento para questões políticas e sociais, Hilda traz uma festa voltada para a intimidade, como definiu a curadora.Entre os autores nacionais, um dos destaques é a homenagem a Sérgio Sant’Anna, com o próprio autor, acompanhado do estreante Gustavo Pacheco, que acaba de lançar “Alguns Humanos”.

A abertura, com homenagem a Hilda, será com Fernanda Montenegro e Jocy de Oliveira. Entre os outros convidados, estão Laura Erber, Júlia de Carvalho Hansen, Geovani Martins e Zeca Baleiro. O orçamento da festa deve ficar em torno de R$ 5 milhões -o menor desde 2006, quando o evento passou a divulgar seus custos. Nos últimos anos, a verba da Flip vem encolhendo cerca de R$ 1 milhão a cada edição.

O auditório principal ficará ao lado da Igreja da Matriz, com 500 lugares, contra 400 do ano passado dentro do templo.Desta vez, contudo, há um salto inédito na programação paralela -serão 20 casas de parceiros da Flip, contra oito da edição passada.

Com informações da Folhapress.

 

Fonte: Notícias Ao Minuto

Foto: REUTERS/Carlo Allegri

 

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