GDF investe na saúde mental dos servidores
Desde o fim de março foram mais de mil atendimentos on-line. Subsecretaria de Segurança e Saúde no Trabalho mantém serviços contínuos e reforça ações
Em tempos de crise, como o que afeta o mundo em 2020, são comuns e até esperados sinais e sintomas de tristeza, angústia, ansiedade, insegurança e medo – assim como alterações no sono, na alimentação e no humor. Embora nem sempre sejam indicativos de transtorno, é preciso ficar atento.
Nesse contexto da pandemia de Covid-19, servidores do Governo do Distrito Federal contam com atendimentos online para cuidar da saúde mental. Além da psicoterapia e dos atendimentos tradicionais, há o plantão de acolhimento. De 25 de março, quando ocorreu a primeira sessão de suporte psicológico on-line, até o fim de julho, foram 1.273 atendimentos a distância.
Os serviços são prestados pela Subsecretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, da Secretaria de Economia. A unidade tem entre suas responsabilidades atividades e programas de promoção à saúde de servidores efetivos – exceto policiais civis e militares, bombeiros e funcionários de empresas públicas. Os serviços de atenção à saúde mental, compostos por ações coordenadas e sistematizadas em formato de programas, são contínuos.
“No caso da psicoterapia, há data para começar, mas não para terminar. Já o plantão online é uma estratégia de prevenção ao adoecimento psíquico durante a pandemia, com sessões determinadas. O acolhimento aos servidores já existia anteriormente e vai continuar acontecendo”, afirma a psicóloga Jacqueline Ferraz da Costa, que atua na Gerência de Saúde Mental e Preventiva da Subsecretaria de Segurança e Saúde no Trabalho.
Transtornos de ansiedade
Durante a pandemia, as queixas seguem o padrão internacional e o que já era observado em atendimentos anteriores, com predomínio de transtornos de ansiedade. Em 2019, foram registrados 17.755 afastamentos de 9.127 servidores do GDF relacionados a transtornos mentais e comportamentais — um terço foi classificado como transtornos ansiosos.
Os dados deste ano ainda estão em análise, mas, segundo a equipe Gerência de Saúde Mental e Preventiva, já é notável o crescimento dos registros de transtorno obsessivo-compulsivo, principalmente relacionados aos comportamentos obsessivos de limpeza ou de higiene. “Em alguns casos, as mãos chegam a ficar feridas pelo excesso de uso do álcool em gel, da lavagem ou da limpeza do ambiente”, diz a Jacqueline.
Também aumentou o número de casos de fobia social. “Há muitas pessoas manifestando medo de sair de casa. Se precisam fazer isso, começam a ter taquicardia, náusea e dor de cabeça, sintomas clássicos da ansiedade”, relata. Outras demandas comuns têm sido a necessidade de conversar com alguém que não seja da família — em muitos casos, o servidor quer justamente saber como ajudar parentes ansiosos — e como lidar com o luto.
O acolhimento inicial pode minimizar a angústia em uma única sessão ou o profissional responsável pelo atendimento pode identificar a necessidade de acompanhamento por um período maior. Há servidores que diariamente recebem a ligação de um psicólogo ou psiquiatra.
Aliada aos atendimentos, uma das estratégias da Subsecretaria de Segurança e Saúde no Trabalho de prevenção para minimizar os fatores de risco para o adoecimento psíquico é a psicoeducação. A abordagem é utilizada em intervenções individuais ou em grupo e com a produção de materiais informativos sobre os cuidados com a saúde mental durante a pandemia.
* Com informações da Secretaria de Economia/DF
Fonte: Agência Brasília | Foto: Feepik