GDF quer reduzir o desemprego para abaixo da média nacional
Para tanto, o Plano Estratégico 2019-2060 prevê a diversificação da economia, a fim de reduzir a dependência do setor público na criação de postos de trabalho
A principal batalha apontada no eixo de desenvolvimento econômico do Plano Estratégico do Distrito Federal 2019-2060 (PED-DF), lançado em maio, é reduzir o desemprego para abaixo da média nacional. Para isso, a gestão deve atuar como indutor do crescimento, atraindo negócios, investimentos e turistas. A ideia é diminuir a dependência do setor público com diversificação da matriz econômica. A aposta da Secretaria do Trabalho é qualificação da mão de obra.
A crise econômica iniciada em 2014 ocasionou limitações no modelo de arrecadação e gasto do governo brasileiro. Para reverter o quadro que afetou emprego e renda, o governo se planeja para o futuro. Segundo a Secretaria de Fazenda, Orçamento, Planejamento e Gestão (SEF), a mudança dos indicadores depende de diversificação da economia, a fim de reduzir a dependência do setor público pelos postos de trabalho.
Atrair novos investimentos tem potencial de viabilizar a geração de emprego e renda no curto prazo, por meio da realização de obras em setores como saúde, educação, habitação e mobilidade, com consequente aumento da arrecadaçãoAdriane Lorentino, secretária adjunta de Planejamento da Secretaria de Fazenda, Orçamento, Planejamento e Gestão
“Uma alternativa que pode contribuir para o aquecimento da economia local é a atração de investimentos externos. Essa estratégia tem potencial de viabilizar a geração de emprego e renda no curto prazo, por meio da realização de obras em setores como saúde, educação, habitação e mobilidade, com consequente aumento da arrecadação”, observa Adriane Lorentino, secretária adjunta de Planejamento da SEF.
Hoje, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem taxa de desemprego de 12,7%. Enquanto isso, no DF, a Companhia de Planejamento (Codeplan) calculou, em maio, um índice de 19,4%.
Para alcançar a meta de reduzir o desemprego além da média brasileira, a intenção é ampliar de 5% para 20% o aproveitamento de vagas ofertadas pelas agências do trabalhador para que aumente a quantidade de pessoas como Antônio Tiago da Costa Neto.
Ele tem 42 anos e passou seis meses desempregado até conseguir uma vaga pela Agência do Trabalhador. “Me cadastrei pelo celular e vi a vaga. Fui na agência, peguei a carta de recomendação e deu certo. Foi muito rápido, cerca de 15 dias até conseguir”, conta o morador de Taguatinga, que agora trabalha como atendente em uma lanchonete. “Não é fácil ficar sem emprego. Acredito que com essa ideia de aumentar o aproveitamento vai melhorar bastante para o povo.”
Recém-desempregados após um trabalho temporário, dois motoristas têm, nas Agências do Trabalhador, a expectativa da recolocação no mercado. “Aqui, o acesso é mais facilitado. Você vem com a carteira de trabalho e eles encaminham. É mais eficiente que ie de porta em porta”, avalia Kássio Benhur, 28 anos.
“Parado não pode ficar. É claro que o governo tem que dar atenção à saúde e educação, mas, com trabalho, a gente consegue dar tudo isso para nossos filhos”, observa Rodrigo Souza, 31 anos. Por isso, ele considera positiva a intenção do governo de focar na geração de empregos.
Qualificação
“A Agência do Trabalhador é a última esperança do desempregado, quando ele não encontra alternativa em lugar nenhum. Hoje a gente não aproveita tanto as vagas existentes porque, apesar do encaminhamento, a pessoa geralmente não está qualificada. O plano é aproveitá-las com capacitação”, explica o secretário do Trabalho João Pedro Ferraz.
Precisamos de profissionais qualificados para enfrentar os problemas de futuroJoão Pedro Ferraz, secretário do Trabalho
Ele revela que o GDF prepara um grande programa de qualificação profissional. “Vamos criar um sistema de continuidade e permanente, de aperfeiçoamento ampliado a cada ano. Precisamos de profissionais qualificados para enfrentar os problemas de futuro”, diz.
O principal foco é naqueles com escolaridade baixa, que não tiveram oportunidade de uma instrução formal de qualidade. “São empregados que têm ensino primário, segundo grau incompleto e que temos que preparar para as tarefas de prestação de serviço que é carente no DF”, observa o titular da pasta. Por falar em capacitação, há a Fábrica Social, por exemplo, onde são atendidos cerca de mil alunos integrantes do Cadastro Único (CadÙnico).
Hoje, eles recebem ajuda de custo conforme produtividade, vale transporte e alimentação. Ferraz conta que o próximo passo será colocá-los no mercado de trabalho reunidos como cooperativas de microempreendedores ou encaminhados ao setor formal. Há parceria para vivência profissional, principalmente no setor de confecção, com estágio de 300 horas.
MEI
O plano também é aumentar em 3,75% ao ano o número de microempreendedores individuais (MEI) e empreendedores com ampliação do serviço de intermediação para trabalhadores autônomos e profissionais liberais.
Há previsão, ainda, de ampliação dos programas de Concessão de Crédito utilizando recursos do Fundo para Geração de Emprego e renda do Distrito Federal (Funger), destinado ao apoio e financiamento a empreendedores econômicos que possam incrementar os níveis de emprego e renda.
Nesse assunto, a ideia é passar de 14,1% para 16% a participação de MEIs na economia criativa consolidando o Comitê de Gestão Integrada do Turismo, da Economia e da Indústria Criativa. Além disso, ampliar linhas de financiamento para a Indústria Criativa e elaborar um Plano de Promoção da Economia Criativa dentro e fora do DF.
Fonte: Agência Brasília – Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília