A GRAVIDADE DA ALIENAÇÃO PARENTAL

 

Miguel Lucena*

 

As crianças brasileiras vivem massacradas em lares desestruturados, sofrendo negligência, abandono, maus-tratos e violência sexual. Uma forma de tratamento cruel, bem evidenciada nos tempos modernos, em que se trocam de parceiros e parceiros como se muda a roupa, é a alienação parental.

A alienação consiste em incutir na cabeça da criança uma imagem negativa sobre o cônjuge, como forma de vingança por um casamento fracassado.

O outro cônjuge é mostrado para a criança como perverso, negligente, malvado (a), descumpridor dos deveres, devasso (a) e outros adjetivos desonrosos.

O egoísmo da alienadora ou do alienador é tão grande que há casos de crianças que foram retiradas de festa de aniversário no momento em que ia ser servido o bolo, porque atrasaram os parabéns e já havia terminado o prazo do pai ficar com a filha.

Pessoas de ambos os sexos usam os filhos para se vingar do cônjuge. Fazem chantagem para obter vantagem econômica e financeira, destroem a formação moral da criança por sentimentos mesquinhos. O ser humano precisa lutar muito para provar que presta. O que se vê por aí nos desanima muito. A sorte é que há muita gente que prova o contrário, cultivando sentimentos elevados. Torço e luto para que estes, os da corrente do bem, sejam os vencedores quando pesados na balança dos justos.

 

*Miguel Lucena é Delegado de Polícia Civil do DF, jornalista, escritor e colunista do Brasília In Foco News

 

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