Gueroba: a riqueza do Cerrado
Cadeia produtiva do óleo foi responsável pela premiação de grupo de mulheres goianas
Em 2007, um grupo de mulheres do município de Buriti de Goiás se uniu em cooperativa para colocar em prática o projeto “Cadeia Produtiva do Óleo de Amêndoas de Gueroba”. A ideia era gerar renda para as famílias da região e contribuir com a preservação da palmeira e a conservação do bioma Cerrado. Sucesso garantido, a iniciativa foi a terceira colocada na categoria Mulheres, do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, no ano de 2013.
A gueroba, também conhecida como gueiroba, gariroba, gairoba, jaguaroba, catolé, pati, pati-amargosa, coqueiro-amargoso e palmito-amargoso é uma palmeira de grande potencial oleaginoso do bioma Cerrado, mas que pode ser encontrada em outras regiões do país. Muito presente na cultura dos habitantes do Território do Rio Vermelho em Goiás, a planta foi de grande importância na vida dos primeiros agricultores que chegaram à região, sendo utilizada como madeira, forrageira, uso medicinal e ornamental, e principalmente como alimento, com a extração do seu palmito de sabor amargo.
A produção do óleo, por meio do aproveitamento de seus frutos, está revitalizando a importância cultural, ambiental e econômica da palmeira. Além de rico em ácido graxo, possui propriedades medicinais e cosméticas. O beneficiamento (retirada da amêndoa, quebra e extração do óleo) e a produção do óleo de amêndoas da gueroba foram iniciados em 2006, até então, um produto inédito no mercado brasileiro.
A metodologia foi desenvolvida pela Articulação Pacari – rede socioambiental do bioma Cerrado, com o objetivo de fortalecer a organização comunitária e dar assistência técnica na elaboração de projetos. Hoje, o trabalho tem o envolvimento de 14 mulheres, raizeiras, dos municípios goianos de Barro Alto, Mineiros, Cavalcanti, Goiânia e Aparecida de Goiânia.
Lurdes Cardoso Laureano, coordenadora da Articulação Pacari, explica que o trabalho na produção do óleo da gueroba exige paciência e dedicação, uma vez que a palmeira também é um alimento muito utilizado pelos moradores do Cerrado. “A amêndoa só é colhida depois de madura. Nós incentivamos o cultivo agroecológico, por meio do sistema agroflorestal com outras culturas”, disse.
A cadeia produtiva do óleo de gueroba envolve principalmente agricultores familiares que possuem a palmeira plantada em suas propriedades e extrativistas que fazem acordos com fazendeiros para a coleta dos frutos.
A gueroba possui uma importante função ecológica, pois alimenta um grande número de animais silvestres, o que é respeitado no manejo sustentável de seus frutos e folhas. Também são oferecidos ao gado, como um excelente complemento alimentar animal, na época da seca.
“O Prêmio da Fundação Banco do Brasil nos ajudou muito. Com o valor da premiação que recebemos, adquirimos uma máquina hidráulica para a extração do óleo e capacitamos as mulheres. Somos gratas por isso até hoje”, declarou Lurdes.
Para conhecer esta iniciativa, acesse o Banco de Tecnologias Sociais (BTS) uma base de dados que reúne metodologias reconhecidas por resolverem problemas comuns às diversas comunidades brasileiras.
Prêmio 2019
As inscrições para a 10ª edição do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social estão abertas até 12 de maio. Instituições de ensino e de pesquisa, fundações, cooperativas, organizações da sociedade civil e órgãos governamentais de direito público ou privado, legalmente constituídas no Brasil ou nos demais países da América Latina ou do Caribe, terão algumas semanas a mais para participarem de um dos maiores prêmios do terceiro setor do país.
As iniciativas selecionadas vão concorrer a R$ 700 mil, divididos entre as categorias nacionais: “Cidades Sustentáveis e/ou Inovação Digital”; “Educação”; “Geração de Renda” e “Meio Ambiente” e as premiações especiais: “Mulheres na Agroecologia”, “Gestão Comunitária e Algodão Agroecológico” e “Primeira Infância”. A edição deste ano também irá reconhecer três iniciativas do exterior na categoria: “Internacional”, destinada a iniciativas da América Latina e do Caribe, onde serão identificadas tecnologias sociais que possam ser reaplicadas no Brasil e que constituam efetivas soluções para questões relativas a “Cidades Sustentáveis e/ou Inovação Digital”; “Educação”, “Geração de Renda” e “Meio Ambiente.” Conforme o regulamento está previsto um bônus de 5% na pontuação total obtida na classificação final para propostas que promovam a igualdade de gênero e o protagonismo e empoderamento da juventude.
Em sua décima edição, o Prêmio Fundação BB de Tecnologia Social tem a parceria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Instituto C&A, Ativos S/A e BB Tecnologia e Serviços, além da cooperação da Unesco no Brasil e apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Ministério da Cidadania e Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
Fonte: Assessoria de Comunicação da Fundação BB
Imagem: Divulgação/FBB