Há quase dois meses com funcionamento precário, Metrô-DF dá prejuízo de R$ 6,3 milhões
Com boa parte dos funcionários parados e menos trens circulando, empresa afirma que transportou 1,59 milhão de passageiros a menos em comparação a 2018
A paralisação dos metroviários no Distrito Federal está prestes a completar 60 dias, que acontecerá no próximo dia 30 (domingo). E o saldo negativo dessa espécie de operação tartaruga promovida pela categoria, segundo a Companhia do Metropolitano (Metrô-DF), já acarretou prejuízo de R$ 6.381.007,71 entre 2 de maio, quando o movimento grevista foi iniciado, e o último domingo (23/06/2019), sem contar a limitação à restrição do serviço oferecido aos passageiros. Ainda de acordo com a estatal, foram transportados 1,59 milhão de passageiros a menos em comparação ao mesmo período de 2018.
Por determinação judicial, 18 dos 24 trens têm de circular nos horários de pico. No restante do dia, devem transitar 30%. No entanto, como não há funcionários suficientes nas bilheterias, muitas vezes as catracas têm sido liberadas. O Metrô-DF informou que “a empresa toma essa medida quando há falta de empregados e para evitar ter que fechar a estação e prejudicar, ainda mais, os usuários”. Um exemplo disso é a passagem pelas catracas dos idosos, que muita das vezes passa fora das roletas sem que haja algum funcionário para certificar o documento de comprovação de idade.
Paralisação
Sem acordo, a paralisação continua e não há previsão para acabar. No início do mês, o Metrô-DF ingressou com pedido de dissídio de greve, solicitando à Justiça do Trabalho que julgue se há ou não abusividade no movimento grevista. Até o momento, não há nova reunião prevista com a categoria. O dissídio será julgado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10).
O Sindicato dos Metroviários do DF (Sindmetrô -DF) condicionou a suspensão da greve à prorrogação do acordo coletivo por mais 30 dias, mas o Metrô não aceitou, conforme informou a entidade. Em nota pública divulgada em sua página, o Sindmetrô alegou não ter havido nova proposta do governo para os trabalhadores e acusou a empresa de “sufocar cada vez mais a população”.
A companhia afirma que aceita rever o corte de ponto dos grevistas sob a condição de que a categoria suspenda a paralisação até o fim das negociações. Os trabalhadores, no entanto, recusaram a proposta e não houve acordo com a estatal durante audiências de mediação na presidência do TRT-10.
Propostas
O Metrô-DF ofereceu aumento de 4,67% no tíquete-alimentação, o mesmo percentual no benefício de ressarcimento do plano de saúde, além da manutenção dos termos do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2017/2019 e seus termos aditivos em integralidade, de junho de 2019 a abril de 2020. O ACT venceu no dia 31 de maio.
O sindicato, porém, reclama que benefícios sociais reunidos em 52 cláusulas teriam sido cortados. Além disso, o Metrô-DF não estaria, desde 2015, cumprindo acordos coletivos, judiciais e sentenças da Justiça favoráveis à categoria.
O Metrô-DF sustenta que não foi condenado a pagar retroativos referentes ao reajuste salarial concedido no ACT 2015/2017.
Fonte: Blog do Amarildo – Por Amarildo Castro – Foto: Amarildo Castro