Homem com meningite é internado no Hran
O paciente, que não é do DF, está sendo medicado. Hospital segue o protocolo de tratamento da doença, segundo a Secretaria de Saúde
Um homem com meningite está internado no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). O caso foi confirmado pela Secretaria de Saúde nessa quinta-feira (15/3). Segundo a pasta, ele não é residente do Distrito Federal.
Sem dar mais detalhes sobre o quadro de saúde do paciente, a secretaria informou que ele está medicado e seguindo o protocolo de tratamento da doença.
Até a última segunda-feira (12), o Governo do Distrito Federal havia registrado dois casos confirmados de meningite. Os pacientes se recuperaram, de acordo com a diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do DF, Maria Beatriz Ruy.
Além dessas ocorrências, no último sábado (10), Carlos Antônio Vieira Júnior, o Carlinhos, chefe do Cerimonial da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), foi internado com suspeita de meningite. Exames confirmaram a enfermidade, e ele chegou a entrar em coma induzido na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Brasília, segundo a filha Marissa Reisman.
Ela contou que o pai, no entanto, apresentou melhora, saiu do coma e está em recuperação na unidade hospitalar.
Um dos contatos mais próximos de Carlinhos na CLDF é com o presidente da Casa, Joe Valle (PDT). Na madrugada de segunda-feira (12), o parlamentar apresentou alguns sintomas semelhantes aos do funcionário da Casa, mas a doença logo foi descartada após exames.
Acompanhamento do adoecimento
Em 2017, foram registrados 24 casos confirmados de meningite – cinco evoluíram para óbito, segundo a diretora de Vigilância Epidemiológica, Maria Beatriz Ruy. No ano anterior, a quantidade de pacientes diagnosticados com a doença foi menor: 14.
Contudo, um servidor diz que a incidência da enfermidade é ainda maior. Lotado no Hran, ele relata que viu de perto ao menos três casos em 2018. Em dois, os pacientes não sobreviveram. “Uma senhora foi no pronto-socorro e, como não identificaram o que era, ela voltou para casa. Quando retornou ao hospital, já estava muito comprometida. O outro foi um rapaz que morreu poucos dias após ser internado.”
A Secretaria de Saúde não respondeu sobre as declarações do profissional.
O que é a meningite
Inflamação da meninge, uma membrana que cobre o sistema nervoso central. De 15% a 30% dos casos são fatais.
A doença pode ser viral ou bacteriana. A diferenciação é feita por exames, em especial a coleta de líquido da medula espinhal (punção lombar).
É preciso procurar ajuda médica logo nos primeiros sintomas, que são:
– Febre alta repentina
– Dor de cabeça
– Pescoço rígido
– Vômitos
– Náusea
– Convulsões
– Sonolência
– Sensibilidade à luz
– Falta de apetite
– Confusão mental
– Rachaduras e manchas vermelhas na pele
– Moleira tensa ou elevada (em bebês)
Como fazer o diagnóstico
– Cultura de sangue
– Exames de raios X e tomografia para procurar infecções
– Punção lombar
Tipos de meningite
– Viral: forma mais comum e menos perigosa. Muitas vezes, não exige tratamento. Os vírus podem estar em alimentos, água e objetos contaminados.
– Bacteriana: forma mais grave. Acontece quando uma das bactérias (Streptococcus pneumoniae, Haemopphilus influenzae, Neisseria meningitidis, Listeria monocytogenes – existe vacina contra as duas primeiras) entra na corrente sanguínea e migra até o cérebro. Pode desencadear uma infecção no ouvido, fratura ou até exigir cirurgia. Não é transmitida com tanta facilidade como uma gripe, mas o contágio acontece por meio do contato intenso com secreções respiratórias.
– Fúngica: tipo menos comum. Pode levar a um quadro crônico. Não passa de pessoa para pessoa e tem efeitos similares aos da meningite bacteriana.
Como tratar
Depende do tipo de meningite. No caso da viral, a doença costuma desaparecer sozinha e a indicação é repouso e muita água, além de remédios para a dor – em alguns casos, antivirais. Para a variedade bacteriana, o tratamento deve ser imediato, com antibióticos intravenosos e corticoides. A meningite fúngica é tratada com fungicidas.
Sequelas
Uma meningite não tratada pode deixar marcas como surdez, quadro de epilepsia, AVC com paralisias motoras e diminuição da capacidade intelectual.
Prevenção
– Cuidados com higiene
– Vacina
Fonte: Metrópoles
Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles