HORA DE ELEVAR O DEBATE

 

Miguel Lucena*

 

É hora do tudo ou nada, com a proximidade das eleições? Beber e comer de graça, tomar cachaça com tira-gosto, ganhar dinheiro fácil, enganar, engabelar, ludibriar,  prometer o que não pode dar, passar rasteira no companheiro de chapa, chutar na canela do adversário, preparar dossiês para destruir reputações ou elevar o debate para que o Brasil saia da sinuca de bico em que se encontra e não mergulhe no abismo do colapso institucional?

A política eleitoral se profissionalizou muito nos últimos tempos. Virou uma cadeia de negócios, uma oportunidade para desempregados, gráficas, profissionais de comunicação, restaurantes, lanchonetes, postos de gasolina e comércio em geral.

Muitos  só enxergam negócios na política, não se preocupando com o conteúdo das propostas e discussões necessárias para os diversos problemas que afligem a sociedade, dos valores morais aos serviços essenciais que, mantidos pelos impostos pagos pelos contribuintes, devem ser oferecidos à população.

Chegou o momento de sair do ciclo vicioso da mera discussão monetária. Há candidatos que se lançam apenas para pegar dinheiro e investir em patrimônio pessoal. Esses tipos não sustentam cinco minutos de prosa sobre assunto que não seja contrapartida financeira pelo apoio que oferecem.

Outrossim, é necessário que se repila o jogo sujo dos dossiês que fazem a festa de arapongas espalhados pelas esquinas e nos becos escuros do submundo político.

Os candidatos devem vencer pelo convencimento, pela plataforma política e pelo currículo que apresentam, não pela destruição dos concorrentes. Quem assim age não merece representar a sociedade.

 

*Miguel Lucena é Delegado de Polícia Civil do DF, jornalista, escritor e colunista do Brasília In Foco News

 

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