A Upis, único representante do DF no torneio masculino, estreia na competição neste sábado, às 17h, contra o Vôlei Ribeirão Preto (SP)
Torneio de acesso à elite do vôlei brasileiro, a Superliga B conta com participações de medalhistas olímpicos nos bastidores de equipes recém-formadas. Mesmo atuando na Turquia, pelo Halkbank, o ponteiro Lipe, ouro nos Jogos do Rio-2016, é padrinho do Vôlei Ribeirão Preto, adversário da Upis-DF na partida de abertura da competição masculina, amanhã, às 17h, no Ginásio da AABB em Brasília. Na segunda divisão, há ainda um time no qual a ex-oposta Elisângela assume questões administrativas, e clube com o campeão olímpico André Nascimento no elenco.
Todos se enquadram na categoria de ídolos consagrados que ajudam a consolidar novas equipes. Eles proporcionam mais empregos e constroem uma aproximação do vôlei com torcedores de cidades que, muitas vezes, não contam com times na modalidade.
André Nascimento, por exemplo, sagrou-se campeão olímpico nos Jogos de Atenas-2004 aos 25 anos. Quatro temporadas depois, ele ganhou a sua segunda medalha olímpica, uma prata nos Jogos de Pequim-2008. Aos 38, o jogador admite estar perto de parar. Em processo de transição, busca retribuir o que o esporte lhe proporcionou fortalecendo o Vôlei Um Itapetininga, de São Paulo, na busca por uma vaga na elite nacional.
O jogador, no entanto, não se limita a emprestar o status de campeão olímpico ao time paulista, idealizado pelo colega Rodrigo Moraes, com quem atuou em 1996/1997. “Quero contribuir com minha imagem e experiência para o projeto em si, mas também para a equipe dentro de quadra”, ressalta André Nascimento, que estreará com o grupo nesta temporada.
Gestora
Cooperar com a modalidade é o que faz também Elisângela, medalhista de bronze nas Olimpíadas de Sydney-2000. Recém-aposentada, ela deu início a um projeto voltado para categorias de base em Londrina, sua cidade natal. “O sucesso foi tanto que resolvemos avançar”, orgulha-se.
Ao deixar as quadras, com 37 anos, Elisângela jura que não teve saudade de jogar. “Mas sentia falta da convivência, do dia a dia, de estar me divertindo, porque o esporte é uma diversão”, admite. Com a ex-oposta envolvida na parte administrativa, o Vôlei Positivo se tornou um time profissional. Assim, ela voltou a vivenciar a rotina das quadras. Todos os dias, dá uma espiada nos treinos. “A carreira de atleta é curta, só que acabamos fazendo isso a vida inteira”, frisa.
Na opinião da agora gestora do Vôlei Positivo, a Superliga B é importante para as equipes desenvolverem uma noção sobre orçamento e adquirirem experiência de como funciona um campeonato nacional. “Eu falo ao time que, quando formos para a Superliga A, estará tudo mais fácil pelo aprendizado que estamos tendo agora”, conta Elisângela. “Quero que esse time seja diferente por ter gestão de uma ex-atleta.” Ela esclarece não almejar um clube de grandes estrelas, mas sim um projeto autêntico. Além disso, mira uma vaga na elite.
Treinadores de grife no acesso
Os campeões da Superliga B de 2017, no masculino e no feminino, conquistaram a vaga na elite após percorrerem o caminho completo, desde a disputa da Taça Prata (que classifica para a segunda divisão) à vitória na divisão de acesso. A favor de Sesc-Rj e Barueri-SP havia a experiência dos técnicos. No feminino, a classificação foi garantida pelo Barueri, comandado pelo tricampeão olímpico José Roberto Guimarães, que também lidera a Seleção Brasileira feminina. O time — que começou do zero e com jogadoras que aceitaram atuar sem receber salários — figura hoje na sexta posição da Superliga A.
No masculino, o Sesc-RJ chegou à segunda divisão como uma das equipes de maiores investimentos. O objetivo era a vaga, concedida apenas ao campeão. Para isso, o grupo tinha como técnico o bicampeão olímpico Giovane Gávio. O ex-jogador já havia vencido a Superliga 2010/2011 como treinador do Sesi-SP. Aos 46 anos, ele levou a equipe carioca à elite e, nesta temporada, está na vice-liderança da Superliga A, apenas um ponto atrás do atual campeão, o Sada Cruzeiro.
A temporada 2018 da Superliga B garantirá duas vagas na elite do vôlei nacional, o dobro do ano passado, em que a Taça Ouro proporcionou a outra chance de classificação à primeira divisão. Fato comemorado pela Upis, único representante do DF no torneio masculino. O time estreia na competição amanhã, às 17h, contra o Vôlei Ribeirão Preto (SP), no Ginásio da AABB em Brasília.
A Upis aposta na experiência da comissão técnica, comandada pelo treinador Flávio Thiessen. Com um elenco formado, em sua maioria, por atletas universitários com média de idade de 20 anos, a Upis busca mostrar um desempenho capaz de encher o ginásio, como ocorreu na edição passada.
O líbero Matheus Martins, 20 anos, voltou à equipe depois de atuar pelo Minas na Superliga A. “Foi uma grande oportunidade, joguei com grandes nomes e cresci bastante como atleta e como pessoa. Agora, a expectativa é a melhor possível”, avalia, antes de completar: “No papel não temos o melhor time, mas estamos treinando para brigar com os grandes”.
O rival paulista, por sua vez, é um dos estreantes da segunda divisão que já chega ao torneio com verba que o credencia a figurar entre os três favoritos ao título. O Itapetininga, do jogador André Nascimento, é o outro. Entre as equipes baladas há ainda o Botafogo, que compete pela terceira vez na Superliga B e investiu mais ainda nesta edição para tentar subir de divisão.
Programe-se
Upis-DF x Vôlei Ribeirão Preto (SP)
Quando: sábado (20/1)
Horário: 17h
Local: Ginásio da AABB (Setor de Clubes Esportivos Sul, Trecho 2, Conj. 17)
Ingresso: R$ 10 (meia)
Fonte: Super Esportes/CB – Foto: Arquivo SE/CB
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