Inhotim inaugura em setembro obras de renomados artistas contemporâneos
Novas exposições destacam trabalhos de David Lamelas, Paul Pfeiffer, Robert Irwin e Yayoi Kusama, além de projetos audiovisuais de mais oito artistas
Brumadinho, 21 de agosto – Referência no mundo por exibir permanentemente obras de importantes artistas de arte contemporânea, o Instituto Inhotim vai inaugurar novas exposições temporárias no dia 6 de setembro. Quatro relevantes projetos dos artistas David Lamelas, Paul Pfeiffer, Robert Irwin e Yayoi Kusama – além de uma mostra dedicada a obras audiovisuais – ocuparão as galerias Lago, Praça e Fonte. Um grande número de obras inéditas no Brasil será exibido nas mostras, com foco na percepção, no tempo e também em diferentes formas de produção audiovisual, tanto nacional quanto internacional. No dia da abertura, o artista argentino David Lamelas realizará a performance Time (Tempo). O público poderá assistir ainda à performance Stallwitter (Tempestade de Estábulo), realizada conjuntamente pelo artista brasileiro Marcellvs L. e pelo alemão Daniel Löwenbrück.
“O nosso objetivo é colocar em diálogo trabalhos de artistas consagrados e das mais variadas nacionalidades e gerações, apresentando para os visitantes nomes ainda pouco exibidos no Brasil”, explica o curador e diretor artístico do Inhotim, Allan Schwartzman. “Artistas de importância internacional que influenciaram significativamente a história da arte – como Robert Irwin – provocam novas percepções sobre o espaço, por exemplo. As exposições são uma ótima oportunidade para apresentar outras obras do acervo e recriar conexões com trabalhos pelos quais o Inhotim já é conhecido.”
Para os artistas Robert Irwin e Yayoi Kusama, as novas mostras são um prelúdio para relevantes projetos que serão inaugurados nos próximos anos no Inhotim. O Instituto planeja a instalação ao ar livre de uma escultura de grande dimensão projetada por Irwin especialmente para o Inhotim. Enquanto isso, está em fase de desenvolvimento a construção de uma galeria permanente dedicada a Kusama, com patrocínio da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM).
Galeria Lago
A Galeria Lago apresenta a exposição “Lamelas, Irwin, Kusama: Sobre a Percepção”, que reúne trabalhos de três nomes de peso da história da arte contemporânea. Os visitantes poderão conhecer obras históricas do artista argentino David Lamelas; Black³, 2008, do norte-americano Robert Irwin, inédita no Brasil; e a instalação I’m Here, But Nothing, 2000, da japonesa Yayoi Kusama.
“A mostra tem uma abrangência histórica e adentra um território interessante na medida em que reúne artistas de diferentes nacionalidades que iniciaram suas carreiras no mesmo período, entre as décadas de 1950 e 1960”, complementa a diretora artística adjunta do Inhotim, María Eugenia Salcedo. “Existe um diálogo geracional entre eles; todos os três pesquisam uma nova forma de produção artística que se apropria de materiais não canônicos, como a luz, a arquitetura, os objetos cotidianos e o próprio corpo. O foco não é o objeto, mas a percepção, as sensações e a forma como elementos escultóricos, por exemplo, alteram a nossa experiência com o espaço e com a obra de arte.”
David Lamelas (Argentina, 1946) assina, na Galeria Lago, as obras Corner Piece, 1966/2018, Límite de una Proyección I, 1967, Proyección, 1968,Situación de Cuatro Placas de Aluminio, 1966, e Untitled (Falling Wall), 1993/2018. O artista alcançou visibilidade internacional ainda em 1967, com a sua participação, aos 21 anos, na 9ª Bienal de São Paulo e, no ano seguinte, na 36ª Bienal de Veneza. Por mais de quatro décadas, suas obras trabalham temáticas como tempo, luz, espaço, arquitetura e desmaterialização dos objetos. O contexto artístico de cada lugar onde viveu – Londres, Paris, Los Angeles, Nova York, entre outros – é essencial para a sua produção.
Robert Irwin (EUA, 1928), por sua vez, integra a nova exposição com a obra Black³, 2008. Pioneiro do movimento “Luz e Espaço”, Irwin iniciou sua carreira de artista como pintor na década de 1950. Desde então, tem explorado a percepção como uma questão fundamental da arte. O artista concebeu mais de 55 projetos site-conditional (condicionados ao local), incluindo os Central Gardens para o Getty Center, Los Angeles, 1992-98, e o desenho arquitetônico e a área externa do Dia:Beacon, Nova York, 1999-2003.
Yayoi Kusama (Japão, 1929), já presente no acervo do Instituto com a obra Narcissus Garden Inhotim, 2009, exibe agora o trabalho I’m Here, But Nothing, 2000. Uma das artistas mais importantes que despontou na Ásia no período pós-guerra, Kusama estabelece relação com movimentos como surrealismo, minimalismo, pop arte e feminismo. Sua obra remete às alucinações que a artista vivencia desde a infância e que ela transpõe para pinturas, esculturas, desenhos, colagens, performances, instalações, filmes, literatura, moda e design.
Galeria Praça
A exposição “Paul Pfeiffer, Ensaios Vitruvianos” ocupa uma das alas da Galeria Praça com duas obras do artista americano: Vitruvian Figure, 2008, e o vídeo Empire, 2004. Nascido no Havaí e com fortes ligações culturais com as Filipinas, Pfeiffer visitou o Inhotim no ano passado para planejar, juntamente com a equipe do Instituto, a instalação de seus trabalhos.
Inspirada no Estádio Olímpico de Sidney, Vitruvian Figure é uma escultura de grande escala, de cerca de três metros de altura, e com 1 milhão de assentos – a capacidade real da arena é de 80 mil espectadores. Já a obra Empire apresenta uma narrativa antropomórfica sobre a construção de um ninho, inspirada no trabalho homônimo do cineasta e pintor Andy Warhol.
“Ao reunir essas duas obras, Pfeiffer evoca tanto a ausência de vida e movimento na obra Vitruvian Figure como o poder da vida e da criação no vídeoEmpire”, afirma Fernanda Arruda, curadora adjunta do Inhotim. “Empire nos apresenta uma estrutura – um elemento arquitetônico que atende ànecessidade da vespa –, enquanto Vitruvian Figure representa a satisfação das necessidades do consumidor. O ninho é essencial para a vespa, enquanto o estádio não é essencial para o esporte. Vitruvian Figure espetaculariza os sujeitos enquanto reivindica o espaço público; Empire nos faz cúmplices do processo de construção do ninho, que é sobre procriação e continuação da vida”.
Paul Pfeiffer (EUA, 1966) se tornou conhecido por suas manipulações digitais de imagens de atletas e celebridades, que o artista usa para explorar as tensões comuns da cultura contemporânea, colocando em evidência as suas dimensões raciais, religiosas e tecnológicas. Seus trabalhos conectam a cultura contemporânea à história da arte, política, religião e mídia, e já foram exibidos em importantes instituições, como The Whitney Museum of American Art, de Nova York, o Hammer Museum, em Los Angeles, o Contemporary Museum, em Honolulu, e o Museu de Arte Contemporânea de Chicago.
Galeria Fonte
Localizada em uma das áreas mais visitadas do Inhotim, a Galeria Fonte exibe a mostra “Para Ver o Tempo Passar”, dedicada a obras audiovisuais. Em um percurso imersivo, a exposição convida o visitante a explorar novas possibilidades da imagem. Grandes projetos audiovisuais que fazem parte do acervo do Inhotim serão expostos pela primeira vez no Brasil.
Os trabalhos incluem vídeo, projeção de slide com áudio, projeção 3D em tempo real e video wall (parede de vídeos). “A exposição reforça a vocação audiovisual do Inhotim, que tem em sua coleção trabalhos audiovisuais de grandes artistas, como William Kentridge, Steve McQueen e Anri Sala, além de importantes obras sonoras, como as dos artistas Doug Aitken e Janet Cardiff”, pontua a curadora assistente Cecília Rocha.
O público poderá conhecer obras como a escultura virtual Oil Stick Work (Angelo Martínez / Richfield, Kansas), 2008, do artista John Gerrard (Irlanda, 1974); a projeção de slides com áudio Have You Ever Seen the Snow?, 2010, de Mario García Torres (México, 1975), e o vídeo I See a Woman Crying (Weeping Woman), 2009, de Rineke Dijsktra (Holanda, 1959), os quais não foram mostrados anteriormente no Inhotim. Também estarão em exposição obras de Jorge Macchi (Argentina, 1963), Marcellvs L. (Belo Horizonte, 1980), Peter Coffin (EUA, 1972), Phil Collins (Inglaterra, 1970) e Susan Hiller(Estados Unidos, 1940).
Programação Inauguração 2018
Exposições
Galeria Lago
“Lamelas, Irwin, Kusama: Sobre a Percepção”
Galeria Praça
“Paul Pfeiffer, Ensaios Vitruvianos”
Galeria Fonte
“Para Ver o Tempo Passar”
John Gerrard, Jorge Macchi, Marcellvs L., Mario Garcia Torres, Peter Coffin, Phil Collins, Rineke Dijkstra, Susan Hiller
Visitação
No dia da abertura, as galerias poderão ser visitadas das 9h30 às 17h30. Visitas mediadas em português e inglês acontecerão ao longo do dia
Performances
– Time (Tempo)
David Lamelas
11h:42, Magic Square
– Stallwitter (Tempestade de Estábulo/ Stable Storm)
Daniel Löwenbrück e/and Marcellvs L.
15h:30, Espaço Igrejinha
INSTITUTO INHOTIM
Museu de Arte Contemporânea e Jardim Botânico, o Instituto Inhotim apresenta ao público uma coleção artística de relevância internacional, exibindo de forma permanente obras de renomados artistas brasileiros e estrangeiros. Ao integrar arte, botânica, paisagismo, arquitetura e educação, o Inhotim proporciona uma experiência singular ao visitante, diferente de outras instituições museológicas convencionais. Desde a sua abertura ao público, em 2006, o Instituto tornou-se um dos principais destinos turísticos e culturais de Minas Gerais e do Brasil. Três milhões de visitantes, sendo 400 mil de outros países, já passaram pelo Inhotim.
Nos 140 hectares de visitação, o visitante encontra 23 grandes galerias – 19 permanentes e quatro temporárias – e outras 23 obras de grande escala distribuídas em uma bela paisagem. No campo botânico, o público tem a oportunidade conhecer espécies de todos os continentes, que integram uma coleção de cerca de 4,5 mil plantas – algumas delas raras e ameaçadas de extinção. Os acervos artístico e botânico são amplamente utilizados em projetos socioeducativos e ambientais do Inhotim que visam à promoção do desenvolvimento humano e à conservação da biodiversidade.
Fonte: Instituto Inhotim – Assessoria de Imprensa – Brumadinho/MG
Foto: Divulgação