Instituições de ensino superior e o desenvolvimento regional
Por Renata Adriana Garbossa Silva (*)
O fim do século 20 e início do século 21 foram marcados por uma reestruturação das escalas espaciais no planeta, que inaugurou uma nova fase na sociedade brasileira. Somada à globalização, alterou as estruturas produtivas e as relações técnicas e sociais de produção. Diversos padrões organizacionais e territoriais foram modificados, com impactos políticos, econômicos, sociais, culturais, ambientas, tecnológicos e, sobretudo, educacionais.
No campo educacional, as mudanças foram verificadas com a criação de um número expressivo de Instituições de Ensino Superior (IES), bem como sua interiorização, alterando a dinâmica do território. No Paraná, o cenário já descrito provocou a passagem de um Estado fundamentalmente agrícola para um Estado urbano e industrializado, que demandava mão de obra qualificada.
De acordo com o discurso neoliberal, presente nos formuladores da política econômica paranaense, a passagem para o modelo industrial promoveu desenvolvimento econômico e impulsionou negócios em diversas cidades. Algumas delas passaram a ser polos territoriais de comercialização e industrialização de bens e serviços. Nesses locais, a demanda por qualificação e especialização da força de trabalho era maior. Portanto, buscava-se nas IES formas de atender às demandas do mercado.
A relação existente entre as universidades e o desenvolvimento é estreita, podendo ser endossada pela literatura econômica, em que se sustenta a educação como fator de extrema relevância para o avanço de um País. Portanto, as IES contribuem para o desenvolvimento local e regional, uma vez que apresentam papel ímpar no desenvolvimento das regiões brasileiras. Isso porque criam e disseminam novos conhecimentos e inovações.
A relação entre desenvolvimento e essas instituições pode ser usada, também, para explicar as origens das desigualdades territoriais na produção e distribuição da renda nacional.
A influência das IES sobre determinadas regiões tem sido apontada como fator de transformação local e regional. Não se pode mais contar de forma exclusiva com a atração de empresas de grande porte ou de novos empreendimentos para promover desenvolvimento. É preciso fomentar ações para formação do capital humano, pois as IES geram, sistematizam e difundem conhecimentos científicos e culturais. Contribuem para transformação social e econômica em todos os países, mas principalmente naqueles que estão em desenvolvimento, como o Brasil.
As IES têm a missão de gerar e transmitir conhecimento, formar capital intelectual, incentivar as inovações e promover a transferência de tecnologias. Com isso, desencadeia-se um processo de mudança econômico-social por meio da criação de um ambiente intelectualmente diferenciado. Este facilita o processo de transformação das estruturas produtivas da região onde está localizado, ocasionando fluxos financeiros e monetários. O mercado de trabalho passa a contar com um número significativo de profissionais qualificados, com ampliação do acervo local de conhecimento, concretizando processos efetivos de inovação.
* Renata Adriana Garbossa Silva é coordenadora do curso de Geografia do Centro Universitário Internacional Uninter.
Fonte: Pg1 Comunicação – Assessoria de Imprensa
Foto: Reprodução