Jogos da Sorte

A proposta de legalização dos jogos de azar, ou, chamados por outros de jogos da sorte, continua dividindo as opiniões no Parlamento, mas ganha a cada dia novos defensores. A reabertura dos cassinos no Brasil, tão discutida nos últimos anos, após o fechamento dessas casas de jogos por decisão do general Eurico Gaspar Dutra, em 30 de abril de 1946, diz que, por pressão de dona Santinha, sua esposa, agora, há chances de que saiam da clandestinidade e funcionem, como é em inúmeros outros países, dentro da lei.

Projetos no Senado e Câmara

No Senado, o PLS 186/2014 está aguardando deliberação do Plenário. Na Câmara dos Deputados também existe um projeto com vários projetos apensados. O mais recente é o 9711/2018. Mas está parado desde 2016.

Sou a favor, diz Heinze

“A legalização dos jogos eu sou a favor”, enfatiza o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS). Ele argumenta que “tem que legalizar, senão não adianta. Até o jogo do bicho o cara tem que legalizar para pagar imposto. Hoje tudo é na contravenção”. O congressista cita exemplos de pessoas que vêm a Brasília para pedir essa liberação. “Os caras vêm aqui falar sobre Cassinos. Tem que ver, o pessoal de Santo Ângelo, Santiago, Santa Maria. Eles  vão jogar no Cassino de São Tomé na Argentina. Vão para um hotel na sexta-feira e fica três dias jogando lá, gastando no hotel, jantando, almoçando, fazendo turismo. Isso poderia ser feito em São Borja”. O senador pergunta porque não tem cassinos no Brasil? E questiona, “imagina em Gramado, em Canela! Como a região poderia crescer e melhorar ainda mais seus negócios”. Portanto, “sou favorável”, acentua Luis Carlos Heinze.

Argumentos para os dois lados

Para o senador Lasier Martins (Pode-RS), “a questão é tão antiga quanto complexa, ponto. Tem argumentos para os dois lados, se colocarmos na balança, num prato, colocamos fontes de arrecadação de impostos. No outro prato, caminho para o vício e para a lavagem de dinheiro. Essa é a colocação inicial”.

Famosa Fezinha

Por outro lado, na opinião de Lasier Martins, “o que é estatizado hoje, o gasto da grande maioria dos brasileiros, é um gasto mínimo, um gasto pequeno de modo geral, na Mega-Sena, na Quina, na Lotofácil, na Loteria Federal, na Loteca; é um gasto relativamente pequeno, é a famosa fezinha. Vou fazer uma fezinha”.

Ponto Antagônico

“Agora o ponto antagônico são os jogos de azar dos Cassinos, aí é que mora o perigo”, afirma Lasier. E acrescenta:  “o sujeita entra lá para gastar cinquenta reais na roleta, perde aquele valor, ele vai adiante, perde cem, perde quinhentos”. E segundo o senador gaúcho, “se é o contrário, se ele ganha, aí ele vai todos os dias na esperança de ganhar, e aí se torna viciado, com as consequências conhecidas, instabilidade da família e perda de patrimônio”.

Ampliar o debate

O senador entende que “há mais males do que benefícios num país atrasado como é o nosso; de muita pobreza, e principalmente numa época de grande desemprego”.  A busca seria a expectativa de que ele iria ganhar no jogo o que não ganha por falta de emprego. Então eu acho que no frigir dos ovos devemos ganhar mais tempo para ampliar o debate sobre o tema”, concluiu. Na mesma linha do senador gaúcho vai Izalci Lucas, senador tucano do Distrito Federal.

A coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comércio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul 

Fonte: Blog Edgar Lisboa – Fotos: Reprodução

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