Júlia Lucy: “Se a Atenção Primária não virar prioridade agora, ainda vamos perder muitas vidas”
A Câmara Legislativa realizou nesta quinta-feira (28) Audiência Pública sobre a Atenção Primária na rede pública do DF. De iniciativa da deputada distrital Júlia Lucy (NOVO), o evento reuniu representantes da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Ministério da Saúde e GDF, médicos, enfermeiros, usuários, professores e especialistas do setor privado.
Na abertura, Júlia destacou a importância do tema para a gestão da saúde pública, tanto para melhorar índices quanto para alcançar uma gestão mais eficiente de recursos.
“Quando falamos de atenção primária estamos falando de salvar vidas, mas também de usar o orçamento de forma eficiente. O investimento na fase primária melhora indicadores básicos de saúde, reduz internação de atenção ambulatorial, consultas especializadas, além de tratamentos desnecessários. Ou a gente entende que a atenção primária tem que ser prioridade agora ou ainda vamos perder muitas vidas”, disse.
A deputada ainda lembrou das experiências que teve recentemente ao ser atendida de forma anônima na rede de saúde do DF. “Sempre utilizo serviço público para fazer a jornada do usuário. Quando você está do lado de fora, não consegue perceber coisas que estão acontecendo ali dentro. Sentir na pele faz toda a diferença”, destacou.
Situando o assunto a nível nacional, o diretor de programas da Secretaria de Atenção Primária do Ministério da Saúde, Lucas Wollman, apontou que a pasta está trabalhando com a meta de chegar até 2022 com 20% do orçamento da saúde voltado à atenção primária. Ele afirma que hoje está na casa dos 15%, enquanto países que têm um sistema voltado para o setor primário da saúde gastam entre 25% e 40%.
“Os sistemas de saúde que são organizados e orientados pela atenção primária são os que mais conseguiram se provar benéficos para a saúde da população e produzir melhores resultados e com a utilização mais racional do recurso. Pretendemos ter um salto de qualidade na atenção primária com foco no programa saúde da família e ações focadas em formação e provimento de médicos em regiões necessitadas”, disse.
Representando o GDF, o Coordenador de Atenção Primária à Saúde Substituto da Secretaria de Saúde, Sérgio Lima Gonçalves, relatou como está atualmente a estrutura de atenção primária no DF e apontou alguns problemas. Ele afirma que o programa de saúde da família vem enfrentando perda grande de médicos em função do fim do Mais Médicos. Segundo ele, até maio havia 395 equipes e agora estão com apenas 378. “Temos tido dificuldade de preencher todos os requisitos das equipes, como o de ter cinco tipos de profissionais em cada uma”, destacou.
Ela apontou que para aumentar a cobertura primária está previsto pelo Plano Plurianual de 2020 a 2023 a contratação de 114 médicos, 150 equipes completas, 350 técnicos de enfermagem, 70 cirurgiões e 700 Agentes de Saúde (ACS). Segundo informou, o concurso de agentes de saúde já está engatilhado e deve ter o chamamento em breve.
Fonte: Assessoria de Imprensa – deputada distrital Júlia Lucy
Fotos: Divulgação/Assessoria de Imprensa