Lava Jato: Gim Argello pode deixar a cadeia a qualquer momento
Ex-senador foi beneficiado pela progressão de regime após ter a pena reduzida pelo TRF-4 em novembro. Assim, pode ser liberado imediatamente
O ex-senador Gim Argello (PTB-DF) pode deixar o Complexo Médico Penal de Pinhais (PR) a qualquer momento. A progressão para o regime semiaberto ocorre após o político cumprir um sexto da pena. Ele foi preso na Operação Vitória de Pirro, 28ª fase da Lava Jato, em abril de 2016.
Argello foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a 19 anos de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça. Porém, em novembro de 2017, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre (RS), julgou o pedido de revisão da pena feito pelas defesas do parlamentar e de outros dois condenados: o ex-presidente da construtora OAS Léo Pinheiro e o ex-presidente da UTC Ricardo Ribeiro Pessoa.
Os desembargadores absolveram Argello do crime de obstrução da Justiça, reduzindo a pena para 11 anos e 8 meses de reclusão. Assim, como é réu primário e já cumpriu 1 ano e 11 meses em regime fechado, conseguiu o benefício. Desde a decisão, o ex-senador está apto a passar para o semiaberto, mas ainda é preciso que a Vara de Execuções Penais de Curitiba autorize a progressão de regime e a consequente liberação do réu do presídio de Pinhais.
Na ação, o político foi denunciado por pedir propina a dirigentes de empreiteiras em troca de proteção. Argello deixou de convocá-los para depoimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado e na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) instaladas para apurar crimes ocorridos na Petrobras.
Léo Pinheiro e Ricardo Pessoa também tiveram as sentenças diminuídas pelo TRF-4. O ex-presidente da OAS, condenado por corrupção ativa e lavagem de dinheiro, conseguiu redução de 8 anos e 2 meses para 5 anos e meio de prisão. A mudança para Pessoa, que fez acordo de colaboração premiada e não recorreu, foi de 10 anos e 6 meses para 7 anos de reclusão.
Fonte: Metrópoles
Foto: RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES