Leila do Vôlei entra em campo e ameaça favoritos para o Senado
Leila Barros, mais conhecida com a Leila do Vôlei, tinha uma eleição praticamente garantida para a Câmara Legislativa. Mas, agora, será candidata ao Senado, na chapa do governador Rodrigo Rollemberg, do PSB. Deixou o certo pelo duvidoso. Porém, tem boas chances de se eleger, pois ficou bem colocada em todas as pesquisas nas quais seu nome foi incluído. Além disso, por incrível que pareça, há excesso de candidatos ao governo e carência de candidatos ao Senado.
Há meses que Rollemberg acena a Leila com a candidatura ao Senado. Antes mesmo das primeiras pesquisas em que o nome da ex-atleta foi mencionado, sabia-se: a então secretária de Esportes e esportista famosa seria uma candidata com chances de vitória. Entretanto, ela resistia, com bons argumentos: pretende ter uma carreira política e preferia começar como deputada distrital, cargo para o qual teria uma eleição tranquila. Com 46 anos de idade, Leila tem muito tempo para ascender na vida pública.
O governador, na verdade, contava em ocupar as duas vagas para a disputa pelo Senado com nomes de partidos que viessem a se aliar ao PSB. Diante das recusas de Leila, e para preservá-la de, depois, ser substituída em função de alianças, Rollemberg lançou a candidatura de outra secretária, Leany Lemos, que tem um perfil bem diferente.
Leany é técnica do Senado, com mestrado e doutorado, e foi secretária de Planejamento e Gestão do governo do DF. Na função, teve alguma visibilidade perante a população, mas nas pesquisas aparecia sempre nos últimos lugares.
Depois de muita indecisão, a Rede apresentou o distrital Chico Leite como candidato a senador em coligação com o PSB. Rollemberg esperava receber o apoio do PDT, que ocuparia a outra vaga, no lugar de Leany. Mas, diante da negativa dos pedetistas de apoiá-lo, optou, às vésperas do prazo final para a definição de candidatos, por Leila no lugar de Leany, que será a primeira suplente.
Favoritos
Leila, com o distrital Chico Leite, compõe até agora a mais forte chapa ao Senado entre todas as já colocadas. Nas pesquisas, ambos aparecem entre os cinco com mais intenções de voto, ao lado do senador Cristovam Buarque (PPS), do deputado Alberto Fraga (DEM) e do ex-vice-governador Paulo Octávio (PP). Fraga será candidato ao governo e Paulo Octávio diz que não vai disputar as eleições. E em outubro serão eleitos dois senadores.
As duas chapas que se formaram a partir da desistência de Jofran Frejat (PR) – lideradas por Alberto Fraga e pelo advogado Ibaneis Rocha (MDB) – têm, até agora, apenas um candidato ao Senado, o deputado Izalci Lucas (PSDB), que está na coligação liderada por Fraga. Ibaneis chegou a dizer que não acha importante ter candidatos ao Senado e não preencheu as vagas.
A coligação encabeçada pela ex-distrital Eliana Pedrosa (Pros) também não tem, por enquanto, candidatos ao Senado. Já a chapa na qual Rogério Rosso (PSD) disputa o governo está completa, com Cristovam e com o empresário Fernando Marques (Solidariedade) para o Senado. Até domingo (5/8) algumas dessas vagas serão preenchidas. E, a não ser que haja surpresas, é difícil que apareçam nomes muito competitivos.
Embora Cristovam, Leila, Chico Leite e Izalci pareçam favoritos, não se deve descartar, de modo algum, a possibilidade de candidatos do PT e dos partidos menores surpreenderem e conseguirem ocupar uma das duas cadeiras em disputa. O chamado segundo voto muitas vezes é dado a candidatos que aparentemente têm menos chances, mas que apresentam bom desempenho na campanha. E pelo menos dois terços dos eleitores, como mostram as pesquisas, ainda não escolheram seu candidato ao Senado.
Por isso, Wasny de Roure e Marcelo Neves (PT), Chico Santana e Marivaldo Fernandes (PSol) e Paulo Roque (Novo) não devem ser desconsiderados. Essa eleição está aberta e indefinida não só para o governo, mas também para o Senado.
Fonte: Metrópoles
Por Hélio Doyle / Ponto de Vista
Foto: Felipe Menezes/Metrópoles