Manzoni questiona contradições no depoimento do General Gonçalves Dias

Deputado ponderou qual grupo político foi beneficiado com os atos do dia 8 de janeiro

Divulgação/Ascom – Foto: Jeremias Alves

Nesta quinta-feira, (22) o deputado Thiago Manzoni apontou incoerências no depoimento do general do Exército Gonçalves Dias durante a CPI na Câmara Legislativa do DF. Na Comissão que investiga os atos do dia 12 de dezembro e do dia 8 de janeiro, o parlamentar questionou qual grupo político foi beneficiado com os atos do dia 8.

Manzoni disse que as perguntas do deputado que o antecedeu, Joaquim Roriz, foram muito importantes, assim como a ausência de resposta do depoente, general Gonçalves Dias. “As respostas foram importantes, as ‘não’ respostas foram importantes também. Porque às vezes, aqui na CPI, a sensação que a gente tem é que está inserido numa ‘distopia orwelliana‘, que ficam tentando provar para a gente o tempo inteiro que 2 + 2 é igual a 5 e enquanto não sair da nossa boca, que 2 + 2 é igual a 5, o pessoal não se satisfaz”. O parlamentar relembrou aos presentes no plenário que vários depoentes foram inquiridos na CPI anteriormente e foram taxados como se tivessem cometido alguma ilicitude porque posaram para uma fotografia com uma faixa atrás escrita: “fora, Lula”. “Enquanto não confessaram os seus pecados de eventualmente desconfiar do processo eleitoral de 2022 e enquanto não reconheceram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o seu próprio presidente, não puderam sair”.

Durante a CPI de hoje, o deputado pastor Daniel de Castro chamou um vídeo que mostrava os manifestantes de esquerda invadindo a Câmara, mas o presidente da CPI, deputado Chico Vigilante, ordenou que retirassem o vídeo, alegando que as imagens não tinham nada a ver com a CPI. Para Thiago Manzoni, se não pode passar o vídeo de manifestação por ele não ser vinculado diretamente à CPI, também não poderiam citar na Comissão o acampamento do QG. “Agora, quando se referem nesta CPI ao acampamento na frente do quartel-general, sobre o qual, tanto a Polícia Militar quanto o exército brasileiro falaram que estava desmobilizado no dia 6 de janeiro, e que, portanto, não tem nada a ver com dia 8, então, nenhuma das perguntas relacionadas ao acampamento poderia sequer ser deferida aqui”.

Dirigindo-se ao general Gonçalves Dias, Manzoni questionou informações controversas. “Têm aspas aqui no portal Metrópoles, de Vossa Senhoria, general Gonçalves Dias, dizendo que esse procedimento do major José Eduardo Natali está sendo ouvido em um processo de sindicância que eu mandei instaurar. As aspas são do senhor, está no jornal Metrópoles de que o senhor acabou de falar. Aí o deputado Joaquim Roriz Neto perguntou para o senhor, o senhor instaurou o processo? O senhor respondeu: não. Então tem aspas do senhor antes, e aspas do senhor depois, se contradizendo”.

Após essa divergência de informações sucessivas do General Gonçalves Dias, o deputado Manzoni considerou que as pessoas podem cometer equívocos. “A gente comete erros e equívocos e às vezes nem entende a pergunta para poder responder. Mas a sensação que isso transmite para nós é muito ruim. É muito ruim também que outras pessoas, quando sentaram na cadeira em que vossa Senhoria está sentado hoje, não tiveram a defesa quando colocadas diante de situações que não eram boas para elas”.

Manzoni lamentou que, neste momento da história do Brasil, as pessoas estejam proibidas de pensar. “Se o povo brasileiro ainda estivesse liberado para pensar e expor as suas ideias de maneira livre, talvez a teoria que foi ridicularizada aqui, de false flag, fosse levada a sério. Porque são tantas coincidências na cronologia dos fatos que não seria errado alguém pensar sobre qual político se beneficiou com os atos de 8 de janeiro”.

Fonte: Ascom/Deputado distrital Thiago Manzoni

Fotos: Jeremias Alves

Deixe seu comentário