Massa de manobra de uma minoria espertalhona, diz Bolsonaro
Manifestações em diversas cidades do país protestando por causa do bloqueio de verbas na área da educação, depois de uma semana de ataques e contra-ataques, fizeram o governo encarar de frente o problema. A forma como o presidente Jair Bolsonaro tratou o assunto, acabou aumentando a temperatura. Ao chegar em Dallas, nos Estados Unidos, declarou sem rodeios: “é natural, a maioria ali é militante. Não tem nada na cabeça, se perguntar sete equações para eles, não sabem. Se perguntar a fórmula da água, não sabem. Não sabem nada; são uns idiotas úteis e imbecis que estão sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo das Universidades Federais no Brasil”.
Torre de Marfim
Por sua vez, o ministro Abraham Weintraub, convocado pela Câmara, manteve o discurso crítico na área de ciência social, disse que as Universidades não podem continuar como uma Torre de Marfim. Num momento de maior tensão com parlamentares, Weintraub lembrou da formação profissional dele e questionou deputados se eles sabiam o que é uma carteira de trabalho. O questionamento irritou parlamentares, que pediram sua exoneração.
Estilo do Presidente
Segundo analistas políticos, em Brasília, “é o estilo do presidente, ele sempre foi assim, portanto, ninguém deve se abismar. O presidente não está fazendo nenhum estelionato”.
Caminho para pacificar
Na avaliação do deputado Heitor Schuch (PSB-RS), “com as manifestações de ontem (15), do ministro da Educação na Câmara dos Deputados e, do presidente lá nos Estados Unidos, está confrontando a sociedade. Está criando um ambiente de briga, de conflito. Não é de solução, não é o caminho para pacificar”.
Governo perde com isso
“Eu sempre aprendi que quem está sentado na cadeira do poder precisa pacificar o processo, e, não ir para a animosidade”, assinalou Heitor Schuch. Para o parlamentar, “o único que está perdendo neste processo, agora, é o governo, porque está jogando todo mundo contra ele, pela sua abundância de fala”.
Tempestade em copo d`água
O deputado Nereu Crispin (PSL) disse que “o governo não está indo para o confronto. É esse pessoal das universidades que fazem uma tempestade em copo d’água, querendo desmoralizar as pessoas que querem mudar o Brasil”. Na avaliação do parlamentar gaúcho, “o ministro, com as palavras dele lá no Congresso, deu todas as explicações. Esse contingenciamento é de 3,5%, que já estava no plano do governo anterior”.
Concordo com ele
Quanto às palavras do presidente Jair Bolsonaro, Nereu Crispin foi enfático: “eu concordo com ele. Foi um ato político, e não um ato em defesa da educação”. Segundo o deputado, “é só acompanharmos as postagens de hoje, está lá eles pedindo a libertação do político que enterrou o Brasil. Se eles pegassem 10% do dinheiro que roubaram da Petrobrás, não precisaria de contingenciamento. Eu concordo plenamente com o presidente Bolsonaro”, enfatizou o congressista.
Balbúrdia em defesa da Educação
O senador Paulo Paim (PT-RS) ironizou o ministro Abraham Weintraub, que havia falado em “balbúrdia” em instituições de ensino superior para justificar o corte de verba. “Hoje é dia de fazer muita ‘balbúrdia’ em defesa da educação básica, ensino médio, escolas técnicas e universidades e contra os cortes que já chegam a R$ 7,4 bilhões. As aulas serão nas ruas e praças do nosso país”, escreveu o parlamentar.
A coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comércio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul
Fonte: Blog Edgar Lisboa – Fotos: Reprodução