McLaren decepciona e vê rendimento de Alonso garantir pontuação
A escuderia está no quarto lugar no Mundial de Construtores
O próprio chefe, Eric Boullier, cuja posição está ameaçada, credita a quarta colocação ao trabalho de Alonso na pista. Sabendo que o rendimento da McLaren está aquém do esperado mesmo depois da troca do motor Honda pelo Renault, o espanhol tem focado em terminar as corridas, sabendo que as primeiras provas do ano costumam ser mais caóticas.
Uma grande prova disso foi o GP do Azerbaijão, como relembra Boullier. “Por todo o final de semana ele nos dizia: ‘Nada é mais importante do que terminar a corrida. Será um caos. Precisamos sobreviver ao caos e terminar a corrida, e então pontuaremos.”
Alonso já foi a Baku sabendo que teria dificuldades. Isso porque o carro da McLaren gera muito arrasto, o que acaba ajudando nas curvas, mas prejudica muito a velocidade máxima. Na classificação no Azerbaijão, por exemplo, a melhor McLaren foi 17km/h mais lenta que o carro mais veloz, um Red Bull, que utiliza o mesmo motor Renault. Nos anos anteriores, essa deficiência de velocidade final era colocada na conta do motor Honda. Agora ficou claro que o chassi do time inglês também era parte do problema.
Tanto, que o diretor técnico, Tim Goss, foi afastado antes da corrida de Baku. O britânico ocupava o cargo desde 2014 com a missão de fazer o time retomar o caminho das vitórias. A McLaren, porém, segue sem vencer desde o GP do Brasil de 2012.
O última chance de Goss era o carro de 2018 e havia motivos para acreditar que a McLaren voltaria a lutar por pódios neste ano. Isso porque dados de GPS mostravam que o chassi do ano passado andava no ritmo dos ponteiros em curvas de baixa velocidade, onde a falta de potência do motor Honda tinha menos influência e a alta pressão aerodinâmica do carro falava mais alto. No entanto, após as quatro primeiras etapas da temporada, ficou claro que o chassi não é tão completo assim, e que a falta de velocidade de reta não era totalmente de responsabilidade dos japoneses.
Já começam a existir boatos de que Alonso vai se aposentar ao final da temporada por estar cansado das promessas de um carro mais competitivo. Recentemente, o espanhol reconheceu que pensou em deixar a F-1 no final do ano passado, mas acabou desistindo da ideia porque “sabia que me arrependeria pelo resto da minha vida e teria esse gosto amargo na boca pelo resto da minha carreira.”
Da mesma forma, Alonso deixou claro nos últimos meses que só ficaria na F-1 para lutar na ponta do pelotão. Sua última esperança é de que a McLaren melhore seu carro. Enquanto isso, como explica Boullier, vai somando os pontos mesmo com um carro abaixo do esperado.
“Eu o comparo com um tubarão quando sente o cheiro de sangue no mar e então começa a perseguir [a caça]. Fernando é igual.”
Enquanto a McLaren segue perdida, Alonso se prepara para um aniversário nada agradável: no sábado da próxima semana (12), antes do GP da Espanha, próxima etapa do campeonato, serão completados cinco anos desde sua última vitória, ainda pela Ferrari, justamente na etapa espanhola de 2013. Com informações da Folhapress.
Fonte: Notícias Ao Minuto
Foto: Reuters