Movimento Ocupa UnB “confisca” material de limpeza de terceirizados

 

Segundo a reitoria, grupo encapuzado tomou aparatos utilizados pelos trabalhadores, impedindo que o pessoal efetuasse o serviço diário

Os estudantes que ocupam as dependências da reitoria da Universidade de Brasília (UnB), “apreenderam” os materiais de limpeza dos funcionários terceirizados do local. Os trabalhadores de conservação do Campus Darcy Ribeiro, na Asa Norte, foram surpreendidos quando o grupo tomou deles rodos, vassouras e outros produtos.

Segundo o coordenador da limpeza, Cleiton Torres, o recolhimento dos objetos teria ocorrido na terça-feira (17/4), no horário de chegada dos trabalhadores a seus postos. “Um grupo encapuzado tomou aparatos utilizados rotineiramente pelas equipes de limpeza, impedindo que o pessoal efetuasse o serviço diário”, contou o servidor.

Em nota publicada na página do Ocupa UnB, o grupo afirmou que a mobilização se deu em resposta à possibilidade de demissão de 231 trabalhadores da limpeza e 10 encarregados.

No fim da tarde, a UnB divulgou que “a administração superior assegura que o caso será apurado, para que sejam instaurados procedimentos de responsabilização”.

Por volta de 0h15, o grupo postou em sua página da rede social que devolveria o material nesta quarta (18).

Veja a postagem:

 

Aula pública
Também nesta quarta (18), o movimento promoverá uma aula pública com a professora de direito Maria Lúcia Fatorelli, na reitoria, às 15h. O objetivo é construir um momento de debate.

Os manifestantes devem permanecer no local pelo menos até quinta (19), quando está marcada uma audiência pública para debater o orçamento da universidade.

A administração superior da UnB informou que está em permanente disposição para ouvir os estudantes e que a demanda apresentada pelo grupo foi atendida, com a participação de representantes em mesa pública agendada para esta quinta (19), no auditório Joaquim Nabuco da Faculdade de Direito (FD), para discussão sobre o orçamento da universidade, e ainda em audiência pública na Câmara dos Deputados.

Diante disso, a administração aguarda as deliberações dos estudantes para que ocorra a desocupação do prédio da reitoria.

Em sua pior crise financeira, a UnB tem rombo previsto de R$ 92,3 milhões para este ano. Se nada for feito, as aulas estão ameaçadas a partir de agosto. A universidade anunciou ser necessário cortar despesas, e isso implicaria em redução de terceirizados, estagiários e subsídios, como o oferecido aos estudantes que se alimentam no Restaurante Universitário (RU).

A medida pode aumentar em até 160% o valor das refeições, dependendo da condição financeira do aluno. Outras contenções também estão sendo analisadas. A previsão é que haja um corte de 15% nos contratos de prestação de serviços, pois é necessário reduzir R$ 25 milhões nessa área.

 

Fonte: Metrópoles

Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

 

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