NOTA: “Caso Letícia” atesta dedicação dos policiais civis mesmo em conjuntura desfavorável
Apesar de trágico, o desfecho do desaparecimento de Letícia Sousa Curado, funcionária terceirizada do Ministério da Educação (MEC), atesta, mais uma vez, o alto grau de comprometimento dos policiais civis do DF em solucionar crimes – desde os mais simples aos mais intrigantes –, ainda que em uma conjuntura desfavorável à categoria.
O corpo de Letícia foi encontrado na tarde desta segunda, 26, depois que o principal suspeito do crime, o cozinheiro Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos, preso na madrugada do último domingo, 25, levou a equipe de investigação da 31ª DP (Planaltina) ao local onde teria ocultado o corpo da vítima.
As investigação do caso – que repercutiu em todo o DF e gerou grande comoção nas redes sociais durante o fim de semana – mobilizou muito mais policiais civis do que os que estão lotados na delegacia local: só no domingo, 50 deles, que participam de um grupo de WhatsApp, saíram à procura de Letícia; esse trabalho resultou na prisão do suspeito.
No entanto, o empenho dos servidores da Polícia Civil do DF começou tão logo o desaparecimento foi registrado na 31ª DP, ainda na sexta, 23, horas depois de a família de Letícia tentar contato com ela sem obter sucesso.
Dezenas de diligências, com a participação de outras delegacias, foram realizadas a partir daquele momento a fim de encontrá-la com vida. No domingo, boa parte dos policiais civis que saíram em busca da vítima estavam de folga, deixando o descanso com a família de lado para ajudar nas investigações.
Aqueles 50 policiais saíram de Brazlândia, Ceilândia, Taguatinga, Águas Claras e do Plano Piloto para vasculhar a zona rural de Planaltina, incluindo localidades de mata. Até aquele momento, o suspeito ainda não havia confessado o crime e não ajudava na localização de Letícia.
Até ser apresentado nesta manhã, o autor do crime relutava em confessá-lo, ainda que uma série de evidências apontassem o seu envolvimento (objetos que pertenciam a Letícia estavam no carro dele). Entretanto, na tarde desta segunda-feira, Marinésio revelou o assassinato e a ocultação do cadáver.
Embora este caso tenha tido um final lamentavelmente triste, ele deixa claro, mais uma vez, que os policiais civis do DF não se furtam do dever à sociedade e se dedicam, incansavelmente, à tarefa de investigar os crimes depois que eles acontecem.
Ainda que enfrentem uma situação de total desvalorização e desrespeito, esses servidores têm cumprido, com louvor, a parte que lhes cabe. Apesar da omissão dos governos em melhorar as condições de trabalho dos policiais civis, novamente eles demonstraram o compromisso que possuem com a sociedade da Capital Federal.
Fonte: SINPOL/DF – Por Rodrigo de Niza Franco (Gaúcho)
Foto: PCDF/Reprodução