Nova Indústria Brasil completa um ano com expansão de investimentos para o setor industrial

Recursos para o programa saltaram de R$ 300 bilhões para R$ 506,7 bilhões previstos até 2026, consolidando-se como pilar da política industrial sustentável no país

Ao completar um ano em operação nesta quarta-feira (22/1), o Nova Indústria Brasil (NIB) trouxe resultados expressivos no financiamento ao desenvolvimento industrial sustentável no Brasil. O programa, que busca integrar inovação e transformação digital em projetos industriais que impactam diretamente na economia nacional e no bem-estar da sociedade, tinha um montante de investimentos previstos inicialmente, até 2026, de R$ 300 bilhões. O valor cresceu para R$ 506,7 bilhões, demonstrando o potencial de mobilização da iniciativa.

Essa robustez financeira ajudou avanços em áreas como descarbonização, agroindústria sustentável e transformação digital. Os dados, parte do levantamento realizado pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), representante do Sistema Nacional de Fomento, mostram que expansão ocorreu graças a adesão de novos parceiros e a ampliação de recursos por instituições financeiras.

Inicialmente, o montante de recursos seria gerido apenas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

A entrada de novos parceiros, como Banco do Brasil (R$ 101,0 bilhões), Caixa Econômica Federal (R$ 63,0 bilhões), Banco do Nordeste (R$ 16,7 bilhões) e o Banco da Amazônia (R$ 14,4 bilhões), além do aumento da participação da Finep, que passou a gerir R$ 51,6 bilhões, elevou o total de recursos do programa de R$ 300 bilhões para R$ 506,7 bilhões, destinados ao financiamento da industrial até 2026.

Atualmente, mais de 500 linhas de crédito distribuídas pelo Sistema Nacional de Fomento (SNF) por meio de instituições financeiras de desenvolvimento (IFDs) como Banco do Nordeste, Banco da Amazônia, Finep, BNDES, bancos de desenvolvimento, cooperativas e agências de fomento estão alinhadas às diretrizes do programa.

A ABDE estima, ainda, que as instituições financeiras subnacionais (agências de Fomento e Bancos de Desenvolvimento) podem contribuir com a NIB com cerca de, pelo menos, R$ 1 bilhão proveniente de recursos próprios, distribuídos em áreas estratégicas como cadeias agroindustriais sustentáveis, infraestrutura urbana, transformação digital e bioeconomia.

Para Celso Pansera, presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE) e da Finep, a Nova Indústria Brasil surge como uma peça-chave no esforço de reindustrialização do país, articulando instituições públicas e privadas em prol de uma economia mais resiliente e sustentável. “O primeiro ano do programa é um marco histórico para o setor. O Nova Indústria Brasil é um exemplo de como o Brasil pode alinhar desenvolvimento econômico com sustentabilidade e inovação. Nosso desafio agora é ampliar o alcance do programa, promovendo maior inclusão regional e social nos projetos financiados”, destaca.

Recorte – No âmbito do programa Mais Produção do BNDES, foram aprovados, até 30 de novembro de 2024, aproximadamente R$ 171,1 bilhões em financiamentos, distribuídos em cerca de 133,5 mil projetos. Desse total, 73,4% (R$ 125,5 bilhões) foram direcionados a iniciativas de aumento da produtividade, enquanto 17,5% (R$ 29,9 bilhões) foram destinados ao setor de exportações. Os desembolsos para inovação e BNDES verde representaram 6,7% (R$ 11,4 bilhões) e 2,4% (R$ 4,1 bilhões), respectivamente.

Na análise do apoio da Finep em 2023 e 2024, o total geral atingiu R$ 24,5 bilhões e o valor total incluindo contrapartida R$ 29 bilhões em investimentos, contemplando 2.176 projetos.

Já a Caixa Econômica Federal direcionará R$ 63 bilhões para a Nova Indústria Brasil (NIB), política industrial lançada pelo governo federal no início deste ano. Com isso, os recursos direcionados para o conjunto de medidas alcançarão R$ 405,7 bilhões.

Quanto ao Banco da Amazônia (Basa), além de sua contribuição de R$14,4 bilhões para a política da NIB, outras mudanças podem afetá-lo como consequência dessa agenda de neoindustrialização, como a instituição do Selo Verde e o Selo Amazônia para fortalecer as cadeias de produção dos produtos sustentáveis e ampliar o acesso a mercados internacionais.

Cenário – O impacto positivo das políticas de neoindustrialização e dos programas vinculados à Nova Indústria Brasil são reforçados com os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Segundo o órgão, o Brasil subiu 30 posições no ranking mundial de produção industrial, alcançando o 40º lugar, reforçando. Além disso, a taxa de desemprego atingiu o menor nível da história (6,1%), e o crescimento do PIB foi de 3,5%. A indústria registrou alta de 3,3%, enquanto a agroindústria cresceu 4,2%. A capacidade instalada da indústria alcançou 83%, o maior nível em 13 anos. Na área de exportações, o país bateu o recorde de US$ 181,9 bilhões, maior valor desde 1997.

O relatório do governo federal mostra ainda que houve 75% de crescimento do emprego na indústria e que os investimentos em infraestrutura saíram de R$ 188 bi, em 2022, para R$ 260 bilhões em 2024, um aumento de 38%. O Brasil, ainda, se tornou o 2° maior receptor de investimentos estrangeiros diretos do mundo em 2024.

Projeções – A pesquisa da ABDE também destaca a perspectiva para a indústria brasileira em 2025. Diante do desempenho positivo da atividade industrial ao longo do ano de 2024, em virtude da maior demanda por bens industriais e pelo aumento no investimento de máquinas e equipamentos, neste ano o setor produtivo pode ter um ano de crescimento mais moderado. Por isso, a adoção de estratégias financeiras prudentes e a adaptação às condições econômicas serão fundamentais para sustentar o crescimento e a competitividade do setor.

Fonte: Assessoria de Imprensa – ABDE

Por Ailane Silva

Foto: Banco de imagem Flicker

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